Análise: Segredo por trás dos túneis no assoalho da Ferrari
O novo carro da Ferrari chamou atenção nos testes de pré-temporada graças à aparência dos novos túneis em sua carenagem, com saída ao lado da caixa de câmbio.
Análise técnica de Giorgio Piola
Análise técnica de Giorgio Piola
A intriga no paddock foi grande. Tanto que a própria equipe induziu a algumas teorias de conspiração sobre as novidades estarem funcionando como difusores duplos, mas o assunto não era este.
A realidade é que, ao invés de ser algo para contornar as regras, esses canais são o último passo de um caminho de design inteligente que a Ferrari tem trabalhado nas últimas temporadas.
Desde 2016, a Ferrari começou a trabalhar com a ideia de um canal extra em cima da área do difusor para ajudar a direcionar o fluxo de ar. Esta trincheira já foi deixada aberta, mas, neste ano, foi coberta para aumentar seu efeito.
E o impulso extra nesta área está diretamente ligado à decisão da Ferrari de aumentar a distância entre eixos do carro neste ano.
Alongando o carro
Embora o SF70H do ano passado fosse bom em pistas estreitas e sinuosas de alto downforce, como Mônaco e Hungria, faltava ao carro equilíbrio e eficiência aerodinâmica para circuitos mais fluídos.
O aumento da distância entre eixos em 2018 de 3550 mm para 3678 mm permite que a equipe gerencie melhor o fluxo de ar através das superfícies do carro, especialmente na parte traseira, sem forçar a necessidade de asas de alto arrasto.
Como mostra o desenho de Giorgio Piola (acima), a Ferrari conseguiu fazer seu carro mais longo, movendo suas rodas dianteiras um pouco para a frente e as rodas traseiras muito mais para trás.
Além de alongar os sidepods, a equipe também moveu os radiadores e a unidade de energia para liberar espaço na parte traseira. Isso tem o benefício de permitir que a equipe ande com uma carenagem ultra apertada na parte traseira do carro.
Mas, bem como uma carenagem esculpida de maneira muito estreita na parte traseira, o design abriu a chance de explorar mais o fluxo de ar ao redor do difusor.
Isso se manifestou nos canais que correm ao lado da parede da nova caixa de câmbio, que ajudam a acelerar o fluxo de ar para ajudar a alimentar o difusor.
Você também pode ver como a Ferrari moldou a cobertura de sua caixa de câmbio para ajudar a circulação de ar.
Como funcionam os canais
Por Matt Somerfield
Os pontos de saída que podem ser vistos na parte traseira do carro são realmente alimentados por uma calha no chão que esteve presente nas últimas gerações de carros (veja no SF16H de 2016 acima).
Ao invés de ser deixado exposto como era no passado, a Ferrari agora envolveu os canais com a carroceria para que o fluxo que se aproxima da região tenha contornos a seguir.
Esta carroceria deve proporcionar uma barreira protetora para o fluxo de ar, ajudando-o a navegar na região de forma mais eficaz em um número maior de condições de operação.
A esperança da equipe é que o SF71H entregue seu desempenho máximo de forma mais consistente em pistas diferentes, e especialmente nos circuitos de fluxo mais prolongado, onde a Mercedes se destacou em 2017.
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