Análise

ANÁLISE: Seria a caixa de câmbio um dos motivos por trás do porposing na F1?

Teoria acaba sendo reforçada ao olharmos as relações entre as equipes fornecedoras de motor e suas clientes

Charles Leclerc, Ferrari F1-75

Foto de: Zak Mauger / Motorsport Images

A nova era da Fórmula 1 significou uma mudança radical no regulamento para 2022, com o objetivo de criar um maior espetáculo. Mas esse início de nova fase tem sido marcada pelo fenômeno do porpoising, algo que as equipes seguem investigando sua origem e como superá-lo. E um dos motivos por trás das 'quicadas' dos carros pode estar na caixa de câmbio.

Desde os testes de pré-temporada, as equipes estão investigando o comportamento dos carros, e já em Barcelona descobriram que algo mudaria por completo o foco nesse início de nova era. Na reta principal da Catalunha, os carros com efeito solo, algo que voltava à F1 pela primeira vez em 40 anos, experimentavam um fenômeno conhecido, mas subestimado pelas equipes, o porpoising.

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Algumas equipes sofriam mais do que outras, como a Ferrari, que protagonizou imagens publicadas pelo canal da F1 como exemplo do fenômeno, com Charles Leclerc e Carlos Sainz sofrendo dentro do carro.

Mas na segunda semana da pré-temporada, no Bahrein, muitas haviam controlado pelo menos um pouco a situação, mas com o porpoising ainda presente, enquanto a Mercedes seguia sofrendo, passando de dominadora da F1 a uma equipe que luta pela ponta do pelotão do meio.

Com o passar das etapas, o efeito tende a diminuir com as equipes introduzindo atualizações, e o GP da Austrália foi um ponto de inflexão onde pudemos investigar o porpoising mais a fundo. A Ferrari dominou no Albert Park mesmo com o F1-75 sofrendo com as quicadas nas retas, enquanto o W13 da Mercedes não é capaz de alcançar o rendimento desejado devido a esse efeito.

Mas o que os italianos fazem enquanto os alemães seguem sem solução?

A principal diferença é que as Flechas de Prata começam a sofrer as quicadas a partir de uma velocidade mais baixa em comparação aos carros de Maranello, por isso devem aumentar a altura do carro, o que resulta em menos downforce nas curvas, além de reduzir a aderência nos trechos de aceleração máxima.

Assim, o efeito não é o principal problema da Mercedes, mas sim a quantidade de carga aerodinâmica que eles são capazes de colocar no carro para equilibrar o irritante porpoising que compromete a visibilidade de Lewis Hamilton e George Russell.

Ao procurar uma razão para isso, há um aspecto técnico que se destaca, e não é outro senão a disposição dos elementos em cada carro de F1. As equipes com motores da fabricante alemã, Mercedes, McLaren, Aston Martin e Williams, estão devendo em relação às demais em termos de ritmo de corrida e, analisando dados, verifica-se que a perda média nas retas é de 0s150 por volta.

Portanto, não é a unidade de potência o principal problema da Mercedes, mas sim a aerodinâmica. Essa teoria é reforçada ainda mais pelos números das equipes que levam a caixa de câmbio do time alemão, já que o comprimento desse elemento nos carros da Mercedes, Aston Martin e Williams faz com que os túneis Venturi e as entradas de ar inferiores comecem mais atrás que os demais carros.

Isso maximiza a distância entre os pneus e os sidepods, que devem equilibrar a aerodinâmica do carro, assim como a distância entre eixos, algo chave na F1 2022.

Para se manter dentro dos limites, a Ferrari e a Haas, que compartilham motor e caixa de câmbios, usam sidepods mais à frente, então parte de seu resfriamento vem disso, e permite que a carnagem na seção traseira termine antes, de forma mais estilizada.

A Red Bull e a AlphaTauri seguem a linha italiana, com uma transmissão que permite um desenho que beneficia no combate ao porpoising.

Um carro mais largo na parte traseira poderia contribuir para a restrição do fluxo do fundo do carro, tornando os túneis Venturi mais resistentes às perdas, mas é levar em conta o centro de gravidade do carro ao estudar o efeito.

Uma caixa de câmbio mais curta pode colocar o centro de gravidade em uma posição estranha em relação à parte inferior do carro, mas isso é apenas uma hipótese para os engenheiros descobrirem.

A Fórmula 1 é uma categoria que reúne as melhores mentes do esporte e não seria estranho vermos em um futuro próximo as equipes adotando soluções completamente radicais para revisarem essa situação.

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