Análise técnica: o "truque" da Mercedes que flexibiliza a asa traseira
Solução apresentada pela equipe já está presente nas principais rivais e permite ganho de alguns quilômetros nas curvas
Análise técnica de Giorgio Piola
Análise técnica de Giorgio Piola
A Mercedes está sempre no centro das atenções da Fórmula 1: os olhos dos observadores fixam-se no W11 porque cada peça desse modelo projetado por John Owen merece uma atenção especial.
Nos últimos dois GPs, realizados em Silverstone, as Flechas Pretas foram registradas diversas vezes na TV para mostrar, com a câmera traseira do carro, qual era a real deterioração dos pneus traseiros, atingidos por bolhas.
Mas não é dos pneus que vamos falar, já que as imagens transmitidas ao vivo nos permitiram perceber uma característica distintiva da Mercedes: a asa traseira inclina-se de forma surpreendentemente visível para o interior da curva, um um ângulo que parece trabalhar para o equilíbrio do carro.
Este é um movimento rápido, provavelmente o resultado da conformidade programada entre as partes individuais que conectam a placa lateral ao perfil principal da asa. Digamos dese já: esta solução passa por todas as verificações técnicas da FIA, que realiza testes de flexão. Mas os engenheiros de Brackley são bons em obter uma deformação da asa que garante vantagens aerodinâmicas.
Na verdade, o perfil principal é articulado no ponto de apoio, que é constituído pelo único pilar central que suporta a asa traseira, e move apoiando-se no lado interno da curva, reduzindo o arrasto e garantindo alguns quilômetros extras de velocidade durante a trajetória.
Obviamente, isso não passou por despercebido pelas principais rivais, Red Bull e Ferrari, que criaram suas próprias soluções com propósitos semelhantes. Até o RB16, por exemplo, consegue abaixar sua asa em cerca de 30 milímetros com um dispositivo que esmaga a base do apoio.
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Photo by: Giorgio Piola
A imagem que ilustra a matéria é uma reconstrução da asa que se flexiona, porque não estamos autorizados a publicar as imagens que recebemos. Portanto, Giorgio Piola desenvolveu uma ilustração para tornar o conceito compreensível, mas ela tem valor apenas em conjunto com a descrição do movimento da asa.
A FIA não dorme em serviço e, pelo que sabemos, uma nova diretriz técnica será emitida ainda essa semana por Nikolas Tombazis, diretor da FIA para assuntos técnicos de monopostos, visando evitar que a solução se espalhe pelo grid, após cuidadosas investigações realizadas nos boxes das equipes em Silverstone.
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