Após "pedido" de Domenicali, FIA insiste que F1 deve seguir processo para mudanças no regulamento
CEO da F1 cobrou a adoção de sanções desportivas em todos os casos de violação do teto orçamentário
Nas últimas semanas, vimos um aumento no escrutínio sobre as estruturas da FIA e os regulamentos com os quais a Fórmula 1 deve operar. Nesses debates estão questões como a entrada de novas equipes, aspectos das regras de 2026 e mais. E após um "pedido" do CEO Stefano Domenicali sobre punições, a FIA insistiu que a F1 deve seguir o processo de mudanças no regulamento.
A manifestação mais recente foi a de Domenicali, que disse que, em sua visão, qualquer tipo de violação do teto orçamentário deve ser tratada com sanções desportivas em vez de financeiras.
"Eu gostaria que a penalização fosse desportiva em casos de infração, é algo que pedimos claramente", disse ao Motorsport.com. "Há três regulamentos que devem ser respeitados: desportivo, técnico e financeiro. Qualquer tipo de infração deve ser punido com medidas desportivas. Não podemos seguir em outras direções".
Com o paddock em polvorosa sobre a possibilidade de três equipes terem furado o teto orçamentário de 2022, muitos interpretaram a fala de Domenicali como algo concreto, que seria executado. Porém, assim como a FIA não pode se envolver nas questões comerciais da F1 para não violar leis anti-cartel, é a Federação quem comanda as questões regulatórias.
Então, na última quinta-feira (20), a FIA divulgou um comunicado declarando que não violará os procedimentos sobre potenciais mudanças futuras, seja no regulamento ou sobre sanções.
"A FIA reconhece os comentários feitos sobre o regulamento atual e futuro da F1 que apareceram recentemente na imprensa. A FIA reforça que, enquanto recebe abertamente os comentários, os poderes regulatórios de todos os campeonatos da FIA, incluindo a F1, pertencem à FIA".
"Qualquer mudança e/ou sanções técnicas, desportivas ou financeiras aos regulamentos devem seguir os ritos processuais".
FIA flag
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
A governança da F1 é determinada pelo Pacto de Concórdia, onde um protocolo rígido é delimitado para revisões aos regulamentos do esporte. Estas precisam ser discutas e aprovadas na Comissão da F1, que é composta pelas equipes, FIA e a FOM (Formula One Management).
Mudanças no regulamento desportivo ou técnico para a próxima temporada devem ser feitas antes do fim de abril, precisando de uma maioria simples de cinco equipes a favor, junto com a FIA e a FOM.
Revisões para esta temporada ou a seguinte, feitas após abril, exigem uma super maioria de oito equipes além da FIA e da FOM.
Já no regulamento financeiro, basta uma maioria simples caso seja votado antes de setembro do ano anterior. Se a mudança vier após setembro, é necessária a super maioria. Assim que a Comissão aprova as mudanças, ela ainda precisam ser ratificadas pelo Conselho Mundial do Esporte a Motor para integrarem o regulamento.
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