Entenda como o teto orçamentário da F1 limita desenvolvimentos especiais das equipes

Com orçamento limitado, equipes preferem desenvolver atualizações 'coringas', que servem para várias pistas

Nicholas Latifi, Williams FW44, Esteban Ocon, Alpine A522, Alex Albon, Williams FW44, chase the pack at the start

Foto de: Jerry Andre / Motorsport Images

Introduzido no ano passado, o teto orçamentário vem forçando as equipes de Fórmula 1 a cortar a verba que antes era destinada ao desenvolvimento de peças especializadas, que poderiam ser usadas apenas em um circuito.

Isso ficou evidente em Mônaco. Nas ruas de Monte Carlo, as equipes não acrescentaram nenhum item extra de aerodinâmica com a exceção de modificações aos dutos de freios. A maioria trouxe apenas uma revisão da geometria da suspensão, com o objetivo de ajudar os carros a sobreviverem ao hairpin.

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Enquanto a falta de mudanças aerodinâmicas também foi relacionada a um regulamento mais restrito com relação à carenagem, o teto orçamentário também tem seu papel nisso, com as equipes preferindo destinar seus fundos em desenvolvimentos que são benéficos em mais tipos de pistas.

"É muito regulamento", disse Paul Monaghan, engenheiro-chefe da Red Bull. "Temos muitas restrições sobre o que podemos fazer. E a ausência de módulos torna muito mais caro fazer pequenas coisas que estávamos acostumados, como aletas, gurneys na asa dianteira, esse tipo de coisa".

"Não é prático e não traz recompensas. E esse regulamento nos limita a uma geometria precisa. É muito caro".

"Não seria tão rápido em diminuir a importância de travar a direção extra, porque está longe de ser algo trivial. Temos que colocar os captadores dentro do volante pelo regulamento, então não tem como fazer um braço de direção mais longo, não tem como fazer isso".

"Temos que selar os buracos ao redor do triângulo, onde eles entram na roda, não podemos brincar em áreas que não são permitidas. Então é uma tarefa bem grande para compreender como tudo é concebido".

Sergio Perez, Red Bull Racing RB18, Zhou Guanyu, Alfa Romeo C42

Sergio Perez, Red Bull Racing RB18, Zhou Guanyu, Alfa Romeo C42

Photo by: Red Bull Content Pool

Sobre o fato da Red Bull e outras equipes terem trazido dutos de freios revisados para Mônaco, Monaghan admitiu que isso pode ser útil mais tarde no ano.

"De novo, é uma tarefa grande e cara. Acho que, se você olhar para Hungria, Singapura, é um conhecimento e uma série de peças que podemos levar para esses eventos. Onde mais precisaríamos de alto resfriamento de freios? Talvez Spielberg, Baku, com um arranjo levemente diferente. Então possivelmente Hungria e Singapura".

Jody Egginton, diretor técnico da AlphaTauri, concordou que o teto orçamentário teve um impacto na falta de novidades para Mônaco, enquanto reconhece que houve menos atualizações específicas de pista nos últimos anos.

"Acho que são vários fatores. Várias pessoas, incluindo nós, trouxeram uma asa de alto downforce para Barcelona. E esse é o nosso pacote de alto downforce. É a situação atual. Não havia nada mais para o momento, talvez com alguma coisa na Hungria. E com a direção, está feito, você tem que seguir e provavelmente em mais algumas coisas associadas".

"De um lado, é algo relacionado ao teto orçamentário. Mas, igualmente, fico pensando nos três, quatro últimos anos, não me lembro de ver as equipes realmente focadas em algo massivo para Mônaco, não como no passado. Para nós, esse é o nosso pacote, é como é, e achamos que é um pacote competitivo para o evento. Não sentíamos a necessidade de algo específico para Mônaco".

"Talvez seja colocado no carro na Hungria, talvez apareça em Singapura, mas essas corridas ainda estão longe".

Sebastian Vettel, Aston Martin AMR22, Yuki Tsunoda, AlphaTauri AT03

Sebastian Vettel, Aston Martin AMR22, Yuki Tsunoda, AlphaTauri AT03

Photo by: Glenn Dunbar / Motorsport Images

Já o chefe da Aston Martin, Mike Krack, fez uma observação intrigante de que as equipes terão que pensar cuidadosamente sobre o desenvolvimento de um pacote de baixo arrasto para Monza.

"Temos monitoramento constante, monitoramento aerodinâmico e de outros tipos. Então temos uma visão geral, semana a semana, de onde estamos, o quanto estamos gastando e quais serão os outros gastos".

"Antes de decidirmos um novo pacote, tipo para Monza, com uma asa para Monza, sabemos quanto que isso nos custará e sabemos quanto dinheiro temos, se é possível. Obviamente temos uma margem para batidas e coisas do tipo. Mas se repetirmos Melbourne nos outros finais de semana, não teremos um pacote para Monza".

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