F1: Ferrari pede mais rigidez nas regras por retrovisores "de nave espacial" da Mercedes
Mattia Binotto, chefe da equipe italiana, acredita que solução da rival pode ser problema no futuro e "fugir" de real função dos componentes
A Ferrari pediu maior rigidez aos regulamentos de design de retrovisores da Fórmula 1, em meio a temores de que o novo conceito da Mercedes possa desencadear projetos selvagens de "nave espacial". Como parte da revisão dos sidepods que a equipe alemã introduziu em seu W13 para os testes do Bahrein, foi reformulado o arranjo em torno de seus espelhos.
Isso incluiu montagens fortemente esculpidas para ajudar a alimentar as palhetas nas estruturas de impacto lateral do cockpit.
O chefe da Ferrari, Mattia Binotto, sugeriu que a abordagem da Mercedes era questionável, porque o design não deveria explorar nenhuma vantagem aerodinâmica.
"Nos retrovisores, estou de alguma forma surpreso", disse ele quando questionado pelo Motorsport.com sobre as mudanças da rival. "Eu os acho surpreendentes, e é algo que não estamos esperando. Creio que deva ser abordado no futuro.
"No passado, sempre argumentamos que os espelhos não deveriam ter nenhum propósito aerodinâmico. Eles deveriam estar lá apenas para olhar para trás. Acho que da maneira como eles projetaram seu carro, certamente há um ganho significativo."
"Acho que é algo que devemos restringir para o futuro, sem dúvida, porque o risco é que vejamos todas as equipes projetarem espelhos que pareçam naves espaciais. Não acho que seja isso que estamos procurando como F1."
"Não estou discutindo [contra] a ideia. Acho que eles encontraram uma solução que é interessante, mas acho que no espírito do que pretendemos fazer, certamente para o futuro, é algo que precisamos discutir."
Mercedes W13 mirror
Photo by: Giorgio Piola
Embora Binotto tenha dúvidas sobre os espelhos da Mercedes, ele reiterou que não tem problemas com a maneira como os sidepods foram projetados.
"Acho que primeiro, olhando para o carro deles, sem dúvida é um ótimo carro", comentou. " Tem um bom conceito, bem diferente. Novamente, o interessante é o layout e os sidepods. Sobre a legalidade em geral, não acho que possamos ter qualquer dúvida."
"Passou por um processo e a FIA é certamente a responsável por policiar e garantir que seja totalmente legal."
O que dizem as regras sobre retrovisores na F1
As equipes há muito procuram mexer no design e localização dos espelhos retrovisores, pois são um requisito obrigatório em uma área importante do carro do ponto de vista aerodinâmico.
No entanto, as regras da categoria são claras de que eles devem ser puramente estruturais e não projetados de forma a gerar ganhos.
De acordo com os regulamentos técnicos da F1, os retrovisores são na verdade excluídos dos regulamentos específicos da carroceria.
No entanto, isso significa que eles estão sob a alçada do Artigo 3.2.2, que diz que o projeto não deve oferecer nenhum benefício aerodinâmico.
O regulamento afirma: "A influência aerodinâmica de qualquer componente do carro não considerado como carroceria deve ser incidental à sua função principal. Qualquer projeto que vise maximizar tal influência aerodinâmica é proibido."
Enquanto Binotto está preocupado com o design da Mercedes abrindo a porta para as equipes que pressionam por soluções de retrovisores mais extremas, a Ferrari no passado teve que recuar em alguns de seus próprios conceitos após intervenção da FIA.
Fernando Alonso, Ferrari F10
Photo by: Andrew Ferraro / Motorsport Images
Ferrari SF71H mirror on halo
Em 2010, a escuderia italiana, junto a outras equipes, começou a montar seu espelho externo dos sidepods em cima do condicionador de fluxo vertical.
Isso gerou preocupações com visibilidade e segurança, pois vibravam mais neste local. A FIA agiu rapidamente neste caso e exigiu que eles fossem movidos de volta para uma área ao lado do cockpit na quarta rodada, na China.
Os times tentaram a sorte novamente em 2018, quando decidiram montar seus retrovisores na lateral do halo. Isso por si só não foi considerado um problema, mas a adição de algumas asas em forma de 'sobrancelha' acima dos espelhos, que claramente serviam a uma função aerodinâmica, causou alarde.
A FIA permitiu que as asas fossem usadas no GP da Espanha, mas proibiu seu uso em diante.
O componente espelhado de duas peças que fazia parte desse design está nos carros desde 2017. Eles servem uma função aerodinâmica interessante que muitas das equipes adotaram desde então e retrabalharam em seus designs de 2022.
Isso é por conta de como os regulamentos foram escritos, com as escuderias readaptando habilmente o que é definido como "haste do retrovisor" dentro dos regulamentos.
Yuki Tsunoda, AlphaTauri AT03
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
Mercedes W13 chassis canards
Photo by: Giorgio Piola
Os dois designs mais interessantes a esse respeito são os de AlphaTauri e Mercedes, ambos com uma série de geradores de vórtice montados na borda externa do sidepod para ajudar a controlar o fluxo de ar nessa região em combinação com os espelhos.
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