F1: McLaren estava usando 'apetrecho' ilegal antes de Las Vegas?
Após o GP de São Paulo, surgiu os rumores de que as equipes estariam usando um sistema expansivo para lidar com o desgaste da prancha
Foto de: Jeff Speer / Icon Sportswire via Getty Images
Depois do GP de São Paulo, surgiu o rumor de que algumas equipes estariam usando um 'hack' para evitar o desgaste da prancha de seus carros durante as corridas de Fórmula 1. Duas semanas depois, a McLaren foi desclassificada em Las Vegas e as teorias aumentaram ainda mais.
Logo depois de mais um fim de semana dominante de Lando Norris em Interlagos, o site japonês Auto Sport Web começou a circular o rumor de que Joe Bauer, chefe-técnico da FIA (Federação Internacional de Automobilismo) teria encontrado irregularidades em alguns carros.
A notícia era de que dois ou três carros teriam sofrido impactos severos com a parte inferior da carroceria durante a corrida sprint e isso chamou a atenção. Foi então que Bauer decidiu verificar todas as pranchas e teria encontrado um dispositivo diferente em alguns carros - a ordem teria sido que todos o tirassem antes da classificação.
A fonte também cita que todas as equipes estariam usando o sistema em diferentes graus, mas alguns engenheiros descobriram que poderia ser aplicado em pistas com baixa aderência e, assim, os carros poderiam ser rebaixados ao máximo.
Segundo o The Race e o GPblog, a Ferrari era a equipe que estava explorando mais esse 'apetrecho', embora os dois carros da Red Bull também precisassem fazer algumas alterações após a ordem de retirar as placas extras. A McLaren, por sua vez, já estaria respeitando a 'nova regra'.
Mas o que é esse sistema?
Todos os carros de F1 carregam os skid blocks feitos de titânio, que servem para proteger a prancha ao longo da corrida e garantir que não ultrapassagem o limite de desgaste. Eles são produzidos de titânio, pois é um material muito mais resistente do que a madeira e são usados para ser o 'ponto de contato' com o asfalto (inclusive, é isso que cria as faíscas quando o carro está muito baixo).
Dito isso, as equipes teriam descoberto que podiam usar blocos de titânio um pouco maiores nessa parte do carro e, assim, proteger os skid blocks, conseguindo rebaixar o carro ainda mais. O motivo? Pois bem, quando o titânio esquenta, ele acaba se expandindo e, assim, protegeria mais os pontos onde a medição é feita após a corrida.
Foto de: Clive Mason / Getty Images
A ideia é inteligente, porque quando os carros dão a última volta para retornarem aos boxes, a temperatura do metal diminui e, assim, retrai e volta ao tamanho normal, transformando o 'sistema' em algo legal - apesar de explorar uma área cinzenta do regulamento.
Apesar de não ser considerado ilegal, o que significa que não haveria nenhum tipo de punição, a FIA poderia escolher assinar uma diretiva que impediria as equipes de continuarem usando o equipamento. No entanto, com a aproximação do fim da temporada, era improvável que isso fosse feito, principalmente com a troca de regulamentos de 2026.
Mas esse 'apetrecho' existe de fato?
Segundo relatos após o GP de Las Vegas, essa informação é inverídica, ou seja, esse 'sistema' ou 'apetrecho' nunca existiu de fato e não é uma verdadeira preocupação da FIA. Explicamos o porquê.
O The Race apurou, após a desclassificação da McLaren em Las Vegas, de que a teoria estaria causando verdadeiras gargalhadas entre todos os mecânicos e a equipe da FIA. Isso porque a tática teria o efeito exatamente o contrário - ao invés de proteger, na verdade, gastaria mais do que o planejado.
O que acontece é que a medição não é feita exatamente na prancha ou na parte de madeira e sim pela profundidade dos blocos de proteção. Caso uma placa extra fosse colocada em cima desses skid blocks, o desgaste seria ainda maior por conta da temperatura elevada.
Foto de: Alex Bierens de Haan / LAT Images via Getty Images
As regras da FIA são rigorosas quanto a qualquer peça que cubra esses 'sulcos' e evite o desgaste natural. Além disso, o regulamento define de forma muito exigente como esses blocos devem ser montados, como ficam alinhados e o nível de flexibilidade.
Conclusão
Com isso exposto, parece improvável que a desclassificação da McLaren em Las Vegas tenha acontecido porque a equipe precisou tirar qualquer 'hack' de seu carro. Na verdade, o que parece mais possível é que, com a ameaça da Red Bull crescendo, a equipe tomou uma decisão agressiva demais.
Em São Paulo, a equipe já havia enfrentado complicações com a altura de seu carro. A medição estava dentro do limite, mas muito próximo dos 9mm permitidos, mas, o que chama a atenção, é que o problema ficou focado na traseira do carro e não na dianteira, que é o ponto que todas as equipes estão tentando explorar, mas só a McLaren encontrou o 'ponto perfeito'.
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