F1 - Mercedes e Verstappen: qual será o fim desta história?

Pergunta-se por que Russell ainda não recebeu uma proposta para estender o contrato e a equipe alemã responde que não há pressa. Enquanto isso, o tetracampeão não parece disposto a sair da Red Bull. O Motorsport.com analisou o cenário atual do tetracampeão e das Flechas de Prata

George Russell, Mercedes, teste da Pirelli em Barcelona

Há um fio invisível ligando Toto Wolff e Max Verstappen. Os dois nunca usaram o mesmo uniforme, mas o chefe de equipe desempenhou um papel importante na história que levou o holandês a receber a oferta para pilotar um carro de Fórmula 1 com apenas dezesseis anos de idade. Em junho de 2014, o 'leilão para adquirir o jovem Verstappen' foi iniciado, com Wolff e Helmut Marko envolvidos em aumentos de lances que excederam em muito o que foi planejado. Isso levou a um desenvolvimento imprevisto e imprevisível, a saber, o all-in de Marko, que colocou na mesa uma vaga de piloto titular na Toro Rosso, o que muitos consideraram uma loucura. Wolff cedeu e não conseguiu se opor.

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Sete anos depois de quase ter sido contratado pela Mercedes, foi justamente Verstappen o ator principal do “filme” que resultou no polêmico desfecho de Abu Dhabi 2021 — tirando de Lewis Hamilton aquele que teria sido o oitavo título mundial, o sétimo com a equipe de Brackley. Wolff sabia que, sem Max na Red Bull, dificilmente aquele campeonato escaparia da Mercedes. Essa consciência só aumentou o arrependimento por aquilo que poderia ter sido.

Toto Wolff, Mercedes

Toto Wolff, Mercedes

Foto de: Sam Bloxham / Motorsport Images

Dez anos depois do leilão de 2014 na Red Bull, veio o caos do caso Horner. Enquanto Milton Keynes entrou em crise como nunca antes, Wolff não deixou de jogar lenha na fogueira na esperança de conseguir o holandês. Após a saída chocante de Hamilton, Toto poderia ter respondido à altura contratando Verstappen, mas a operação, mais uma vez, não se concretizou.

Apesar de estar passando por uma problema de gerenciamento sem precedentes, a Red Bull de 2024 ainda conseguiu permitir que Verstappen conquistasse o quarto título mundial. Para o tetracampeão, não teria feito sentido trocar por uma Mercedes que estava muito longe de ser um carro competitivo para os objetivos mais altos, uma previsão confirmada pela primeira parte da temporada.

Max Verstappen, Red Bull Racing

Max Verstappen, Red Bull Racing

Foto de: Red Bull Content Pool

Chegando à 2025, o cenário é outro. A Red Bull já não parece um carro para disputar campeonatos, salvo grandes surpresas, e as dúvidas sobre a nova unidade de potência que estreará em 2026 geram incertezas de longo prazo. É natural supor que Verstappen e a equipe tenham começado a olhar em volta, no entanto, a porta de Brackley, dessa vez, não pareceu tão aberta quanto em outras ocasiões.

O futuro de Russell revelará (quase) tudo

A Mercedes está muito otimista com o projeto de 2026, especialmente em relação à nova unidade de potência. A determinação com que Wolff defendeu os regulamentos atuais das mudanças propostas (sobre a porcentagem elétrica/endotérmica), colocadas sobre a mesa por Christian Horner, leva a crer que na sede de Brixworth, onde os motores Mercedes são projetados e fabricados, eles estão muito convencidos de que têm uma unidade de potência de alto desempenho em mãos.

Nesse cenário, surge a figura de Russell, promovido a piloto de referência após a saída de Hamilton e que, nessa primeira parte da temporada, revelou estar definitivamente à altura da tarefa. Por que, então, a tão esperada renovação não chega? Na Mercedes, eles dão uma resposta clara: dentro da equipe, o cronograma já é conhecido há algum tempo e, embora o 'mundo externo' esteja esperando pelo anúncio, tudo está acontecendo como planejado.

George Russell, Mercedes

George Russell, Mercedes

Foto de: Sam Bloxham / Motorsport Images via Getty Images

Vale lembrar que, em 2023, a renovação da dupla Hamilton/Russell foi anunciada só em 31 de agosto, então não seria novidade esperar até as férias para formalizar o novo contrato. E ainda há o fato de que a Mercedes gerencia diretamente a carreira de Russell, o que facilita negociações — mas o aval do piloto continua sendo essencial.

A única variável nova em relação a dois anos atrás é a presença de Verstappen no mercado — o que já é suficiente para alimentar hipóteses, especulações e debates. Uma dupla Mercedes-Verstappen teria muitos benefícios para ambos os lados, mas também traria desafios.

Acima de tudo, há a filosofia defendida por Wolff e pela própria Mercedes há vários anos, ou seja, um projeto de seleção e orientação de jovens da Academia interna até a equipe de referência, um caminho percorrido por Russell e Andrea Kimi Antonelli. Uma eventual chegada de Verstappen renegaria o trabalho realizado nos últimos dez anos na área de "jovens pilotos" e também anularia parte do trabalho que foi feito.

Andrea Kimi Antonelli, Mercedes

Andrea Kimi Antonelli, Mercedes

Foto de: Pirelli

O campeonato de 2026 será um divisor de águas

Além disso, há a questão puramente financeira. Max é hoje o piloto mais bem pago da F1, com salário anual em 2024 estimado pela Forbes em US$ 75 milhões (R$418 milhões), com US$ 60 milhões (R$334 milhões) em salário e US$ 15 milhões (R$83,6 milhões) em bônus. É difícil imaginar que Verstappen trocaria de equipe por um valor mais baixo; na verdade, normalmente uma mudança desse tipo corresponde a um aumento salarial.

No cenário atual do mundo automotivo (que certamente não está em alta), talvez não seja a mensagem mais positiva para a Mercedes anunciar a contratação de um piloto com o compromisso de desembolsar pelo menos US$ 150 milhões (R$ 836,31 milhões) em dois anos. Na realidade, o grupo Daimler é dono de apenas 33% da equipe de F1, mas quem se daria ao trabalho de apontar isso? No final das contas, a equipe ainda é a Mercedes e a mensagem só poderia ir para um lado.

O que seria um casamento imediato em outros tempos, provavelmente será adiado novamente. Talvez para sempre, talvez não. Muito dependerá da Mercedes-AMG W17, carro da próxima temporada. Se ela for tão competitiva quanto esperam em Brackley, o espírito de equipe será essencial — e a dupla Russell–Antonelli oferece mais estabilidade que qualquer “estrela externa”.

Mas se a disputa estiver mais apertada ou se Red Bull e Verstappen ressurgirem como protagonistas, o arrependimento pode voltar — e com ele, talvez, a vontade de abrir novamente aquela porta.

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Roberto Chinchero
Fórmula 1
Max Verstappen
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Andrea Kimi Antonelli
Red Bull Racing
Mercedes
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