O trágico acidente de esqui sofrido pelo heptacampeão mundial da Fórmula 1Michael Schumacher na França completa exatos nove anos nesta quinta-feira. Entretanto, a quantidade de informações sobre o estado de saúde do alemão segue escassa, com muitos se questionando sobre a condição atual do Kaiser. Em meio à 'seca' de notícias, surgem especulações às vezes infundadas sobre o piloto, para quem a família montou um verdadeiro 'esquema de blindagem'.
É desse combate aos boatos sobre Michael que o Motorsport.com fala nesta matéria especial, que também relembra a cronologia dos fatos e mostra como o clã Schumacher mantém o heptacampeão protegido de fake news e fofocas, que o perseguem mesmo após tantos anos do acidente.
O acidente
Em 29 de dezembro de 2013, enquanto passava o fim de ano esquiando com a família nos alpes franceses, Schumacher passou por um acidente que por pouco não tirou sua vida. O heptacampeão sofreu um forte golpe na cabeça após cair em uma pedra e quebrar o capacete que usava.
Michael Schumacher em seu último pódio na F1, no GP da Europa de 2012, no circuito de rua de Valência
Em recuperação desde então, poucas são as informações sobre seu estado de saúde. A família e a assessora e porta-voz de Schumacher, Sabine Kehm, falam muito pouco sobre suas condições atuais, mesmo com o grande interesse sobre o tema.
Blindagem ética
Mas por que jamais nenhum jornalista ou veículo de imprensa conseguiu alguma informação mais conclusiva sobre o estado de Schumacher? O jornalista alemão Stefan Ziegler diz que há uma espécie de blindagem ética sobre tudo o que envolve o piloto. “De fato, existe uma espécie de ‘acordo de cavalheiros’ entre a imprensa, a família Schumacher e Sabine Kehm”, explicou. “Por exemplo, nós apenas falamos sobre Schumacher quando há notícias vindas da família.”
Stefan Ziegler como passageiro de Alex Zanardi
Photo by: BMW AG
“Por outro lado, existem várias revistas e sites que relatam todo o tipo de coisa, que em sua maioria estão totalmente incorretos ou são de mau gosto. Mas a família Schumacher tem advogados muito bons que trabalham nestes casos, e, geralmente, a multa por quebrar as regras é bem cara. Assim, muitos meios de comunicação não fazem nada por temer punições. Mas alguns fazem isso para vender mais revistas ou obter visualizações.”
“O problema é: Sabine e a família não compartilham muita informação. Basicamente, é só uma coisa ou outra ao longo do ano. Portanto, muitos 'jornalistas' fazem as suas próprias histórias, infelizmente.”
Por que nunca surgiu nenhuma imagem?
Segundo Ziegler, mesmo com uma demanda alta, publicar uma foto sem autorização da família poderá gerar sérias consequências à pessoa responsável. “Em um caso como esse, você pode imaginar alguém tentando qualquer coisa para tirar uma foto”, ponderou.
Sebastian Vettel posa com seu herói Michael Schumacher
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Foto de: XPB Images
Ainda durante os anos 90, Schumacher inspirou um menino que ainda iria lhe dar muito trabalho na pista no fim de sua carreira.
O primeiro pódio
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Foto de: Williams F1
Em 2015 a Fórmula 1 retornou ao México. A última visita ao Circuito Hermanos Rodriguez havia sido em 1992, quando Nigel Mansell ganhou e um certo Michael Schumacher abria o champanhe pela primeira vez. Ainda naquele ano ele venceria sua primeira corrida, na Bélgica.
O primeiro título
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Foto de: XPB Images
Schumacher se sagrou campeão pela primeira vez na F1 em 1994 na Austrália. Ele jogou seu carro contra Damon Hill após bater e quebrar a suspensão traseira de sua Benetton. O abandono duplo dava o título a ele.
O valioso tri
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Foto de: XPB Images
Campeão com a Benetton em 1994 e 1995, Schumacher foi para Ferrari tentar trazer a histórica equipe de volta aos dias de glória. Demorou cinco anos, mas o tri chegou em 2000. O fim do jejum de 21 anos da Ferrari foi comemorado como poucas conquistas.
A sequência
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Foto de: Ferrari Media Center
Schumacher teve pequena oposição de David Coulthard durante o início de 2001. No entanto, com a piora da McLaren na metade do ano, o piloto teve caminho livre para se sagrar campeão em agosto, no GP da Hungria.
O fim do domínio
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Foto de: BMW AG
2004 foi o ano mais dominante de Schumacher. Ele ganhou 13 corridas em 18 realizadas (recorde batido por Vettel em 2013). Na foto, a última de cinco dobradinhas dos irmãos Ralf e Michael na F1.
"Fim" por cima
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Foto de: XPB Images
Depois de um ano ruim em 2005, 2006 provou ser a grande despedida de Schumacher da F1. Ele lutou até a última prova pelo título com Alonso, perdendo o mundial por azares nas duas últimas provas do ano.
O último pódio
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Foto de: XPB Images
Depois de uma volta à F1 mal-sucedida em 2010 pela Mercedes, em 2012 o alemão disse adeus de vez à categoria. Ele não foi bem, mas não saiu de mãos vazias. Ele foi o terceiro no GP de Valência de 2012.
A última prova
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Foto de: XPB Images
Schumacher se despediu da F1 em uma corrida cheia de alternativas em Interlagos em 2012. A prova decidia o título da temporada, entre Fernando Alonso e Sebastian Vettel. O alemão acabou sendo tri.
Mensagens de despedida
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Foto de: XPB Images
"A vida é feita de paixões. Agradeço por compartilhar a minha", foi o que escreveu no capacete em sua última prova, além desta mensagem na lateral de seu carro.
“Por outro lado, todo mundo sabe que a família e seus advogados irão fazer de tudo para processar qualquer um que publicar. Você pode vender a imagem para uma revista e fazer uma fortuna, mas vai estar acabado quando descobrirem que foi você. Vão te fazer pagar como se não houvesse amanhã. Além disso, se você é um jornalista e/ou uma revista, vai ter seu momento de fama, mas a queda chegará e você estará acabado."
O 'padre jornalista' e Mick Schumacher
“Dias após o acidente, um jornalista se disfarçou de padre para obter acesso a Michael no hospital, mas foi descoberto e processado. Desde então, você pode imaginar que algumas pessoas tenham tentado algo semelhante, mas, obviamente, ninguém conseguiu. O que é uma coisa boa, eu acho.”
Mick Schumacher, Mercedes Reserve Driver
Photo by: Mercedes AMG
Para manter a privacidade, Ziegler lembra que Mick Schumacher iniciou sua carreira no kart com um nome diferente. “Eu acho que tanto família Schumacher quanto Sabine provaram no passado que vão fazer qualquer coisa para proteger a privacidade. Por exemplo, inscrevendo Mick como "Mick Betsch" no kart. As pessoas têm de respeitar isso ou terão as consequências", sacramentou o jornalista ao citar o episódio relativo ao filho de Michael, que será reserva da Mercedes na F1 2023.
Para Ziegler, até mesmo pessoas do convívio do alemão no passado não podem oferecer informações precisas. “Como sabemos o que é verdade ou não? Fácil: nós verificamos se há uma declaração oficial da família ou de Sabine. A maioria não tem. E, geralmente, mesmo aquelas pessoas questionadas sobre Schumacher (Flavio Briatore, Luca di Montezemolo, Felipe Massa e etc), dizem algo sem realmente saber com certeza. Então é melhor não relatar isso também.”
Busca por informações
Conforme dito pelo jornalista, alguns personagens capitais da carreira de Schumacher já se posicionaram, sempre de forma misteriosa, sobre a realidade atual do piloto. Alguns com comentários generalistas sobre seu estado de saúde, outros admitindo a busca por mais informações sobre o alemão. Um destes é Rubens Barrichello, companheiro de Schumi na Ferrari por seis temporadas, entre os anos de 2000 e 2005.
Rubens Barrichello, Michael Schumacher e Heinz-Harald Frentzen
Photo by: Sutton Images
Em entrevista antiga ao Conversa com Bial, o piloto recém-coroado bicampeão da Stock Car relembrou um episódio curioso pelo qual passou quando fez uma cirurgia para a retirada de um tumor: "Eu tomei anestesia geral. O doutor Dino Altmann, chefe médico do GP do Brasil de F1, me disse: 'Você falou do Schumacher. Existe esse link nosso, algo inconsciente. Estou buscando meios de saber como ele está'. Mas não tenho notícias dele".
Jean Todt e Corinna Schumacher na Michael Schumacher Celebration
Já Jean Todt, ex-chefe de equipe da Ferrari, é um dos autorizados a visitar o heptacampeão. "É uma coisa muito particular. Michael está muito bem amparado. Mora com sua família entre Genebra e Lausanne. Ele continua lutando. É a única coisa que posso dizer", limitou-se a falar o francês.
Ross Brawn
Photo by: Ferrari Media Center
Outro habilitado a ir até o lar de Schumacher é Ross Brawn, que recentemente foi diretor esportivo da F1 e que trabalhou com o piloto nas passagens por Benetton, Ferrari e Mercedes. O dirigente britânico disse ao Motorsport.com: "Não quero comentar sobre sua condição além de dizer que estamos extremamente esperançosos de ver Michael como o conhecemos em algum momento no futuro".
GALERIA: Veja todos os carros de Michael Schumacher na F1
Toutes les F1 pilotées par Michael Schumacher
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Jordan 191 de 1991
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Este foi o carro que Michael Schumacher estreou na F1, que só correu uma prova para substituir o belga Bertrand Gachot, no GP da Bélgica.
Benetton B191 de 1991
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Os resultados na Bélgica fizeram Flavio Briatore chamá-lo para preencher a vaga na Benetton-Ford
Benetton B192 de 1992
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Michael Schumacher ganhou sua primeira e única vitória da temporada no GP da Bélgica, em Spa-Francorchamps.
Benetton B193 de 1993
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Com uma vitória e nove pódios, Michael Schumacher começava a aparecer na F1.
Benetton B194 de 1994
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Neste ano o alemão conseguiu seu primeiro campeonato mundial.
Benetton B195 de 1995
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Michael Schumacher foi coroado com o bicampeonato.
Ferrari F310 de 1996
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A escuderia dá as boas vindas a Schumacher.
Ferrari F310B de 1997
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Neste ano Schumacher bateu intencionalmente em Villeneuve. Ele não só perdeu o campeonato, como a FIA o puniu com a perda de pontos obtidos na temporada.
Ferrari F310B versão carbon de 1997
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O modelo foi um pouco mais simplificado, mas ainda faltava potência do motor e pacote aerodinâmico.
Sauber C16 de 1997
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Michael Schumacher guiou o modelo em segredo.
Ferrari F300 de 1998
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Equipado com o motor 3.0 V10 projetado por Rory Byrne
Ferrari F399 de 1999
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Quase idêntico ao modelo anterior, com pequenas alterações no novo spoiler dianteiro.
Ferrari F1-2000 de 2000
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Michael Schumacher conseguiu nove vitórias e levou a equipe ao seu primeiro campeonato mundial após 21 anos de fila.
Ferrari F2001 de 2001
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O carro foi projetado com as novas alterações do regulamento que exigiam a construção de uma asa dianteira superior, a fim de reduzir downforce.
Ferrari F2001 de Monza em 2001
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Foi a primeira corrida de F1, após os ataques de 11 de setembro. Pela memória das vítimas, a Ferrari pintou o bico de preto, além de não fazer publicidade.
Ferrari F2002 de 2002
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Foi um dos carros de maior sucesso da F1 de todos os tempos. Desenhado por Ross Brawn, Rory Byrne e Paolo Martinelli
Ferrari F2003GA de 2003
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O carro foi nomeado "GA" em homenagem a Gianni Agnelli, presidente da Fiat que havia falecido na época.
Ferrari F2004 de 2004
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Continua o sucesso da equipe desde 1999, ganhando o quinto campeonato consecutivo de pilotos e o sexto de construtores.
Ferrari F2005 de 2005
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O modelo não foi competitivo em quase toda a temporada, a única vitória deste carro foi no GP dos Estados Unidos.
Ferrari 248F1 de 2006
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A temporada de 2006 não poderia ter começado melhor para ele e para Ferrari, após o fraco desempenho de 2005, com a pole no GP do Bahrein, sendo a 65º, igualando o recorde histórico de Ayrton Senna.
Mercedes W01 de 2010
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Em 23 de dezembro de 2009 torna-se oficial o retorno de Schumi para a F1 para a temporada 2010, com a equipe Mercedes GP inicialmente para três anos.
Mercedes W02 de 2011
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Schumacher melhora o desempenho e esteve muito mais perto de Nico Rosberg. Novamente com um quarto lugar como melhor resultado pessoal e da equipe, Michael esteve apenas 13 pontos atrás de seu companheiro de equipe.
Mercedes W03 de 2012
24 - 24
A má sorte de Schumacher parecia ter terminado no GP da Europa, realizado em Valência, quando obteve seu primeiro pódio desde o retorno à F1 em 2010. O anúncio da contratação de Lewis Hamilton pela equipe em 2013 deixou Michael sem assento. Poucos dias depois, Schumacher confirmou nova aposentadoria.
Bastidores da possível 'volta' da Honda à F1, como montadora ou equipe própria
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