Análise
Fórmula 1 GP da Espanha

F1: Veja as 10 coisas que aprendemos com o GP da Espanha

Batalha estratégica fez desta uma das melhores corridas da categoria já vistas no Circuito de Barcelona

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Em meio a ecos do GP da Hungria de 2019, a Mercedes derrotou a Red Bull na estratégia para entregar a vitória de Lewis Hamilton no GP da Espanha de Fórmula 1 de 2021.

Hamilton e Max Verstappen apresentaram uma disputa acirrada para garantir a quarta corrida da temporada, com a luta sendo finalmente resolvida por suas respectivas paradas de box.

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Foi uma batalha estratégica que fez desta uma das melhores provas da categoria já vistas no Circuito de Barcelona, com o final de semana como um todo ajudando a solidificar uma série de percepções para a temporada de 2021.

Aqui estão as 10 coisas que aprendemos com o GP da Espanha.

1. A Mercedes venceu a batalha de estratégia

Verstappen looks on as Hamilton hoists his trophy

Verstappen looks on as Hamilton hoists his trophy

Photo by: Bryn Lennon/Getty Images

Quando Verstappen abriu caminho para ultrapassar Hamilton na curva 1, você poderia ter pensado que a corrida havia sido decidida naquele momento, tamanha é a dificuldade de ultrapassar em Barcelona.

No entanto, o padrão que vimos no início desta temporada fez com que se iniciasse uma batalha estratégica tentadora.

O golpe de mestre veio sem ultrapassar Verstappen, mesmo quando parecia inevitável nos médios. Em vez disso, a Mercedes trouxe Hamilton pela segunda vez, equipando-o com um novo conjunto de pneus que, crucialmente, faltava à Red Bull. A diferença de 23 segundos parecia grande, mas quando ele começou a correr mais de dois segundos por volta mais rápido do que Verstappen, ficou claro que era a escolha certa.

A Red Bull não poderia ter feito muito mais para vencer a corrida, provando o quão clínica a Mercedes pode ser.

2. A ultrapassagem de Verstappen

Max Verstappen takes the lead at the start

Max Verstappen takes the lead at the start

Photo by: Zak Mauger / Motorsport Images

Assim como fez em Ímola no mês passado, Verstappen estava se sentindo enérgico na primeira volta quando entrou na batalha com Hamilton.

O piloto holandês fez uma boa largada e lançou seu Red Bull por dentro na curva 1. Assim como fez em Ímola, ele deixou o carro derrapar para a saída da curva, espremendo Hamilton. Ao contrário da corrida da Itália, o piloto da Mercedes recuou desta vez, consciente de que “é sempre uma maratona, não um sprint” e se acomodou em segundo lugar.

O fato de que Verstappen pode fazer tal movimento diz muito sobre os dois pilotos. É uma atitude ousada e boa para a luta pelo título - mas também pode não ser possível com todos os pilotos no grid. A confiança está lá com o Hamilton.

Mas quanto tempo isso vai durar? 

3. É improvável que 100 poles sejam vistas novamente

Lewis Hamilton, Mercedes, celebrates with his team in Parc Ferme after securing his 100th pole position F1

Lewis Hamilton, Mercedes, celebrates with his team in Parc Ferme after securing his 100th pole position F1

Photo by: Steve Etherington / Motorsport Images

Já faz algum tempo que estamos cada vez mais perto disso, mas Hamilton finalmente atingiu a marca de 100 poles da F1 na Espanha - e isso claramente significou muito para ele.

As suas celebrações no rádio e a reação posterior provaram o quanto ele se preocupa e como ele está surpreso e entusiasmado com o sucesso que compartilhou com a Mercedes.

"A marca de 100 é algo que eu não acho que ninguém, particularmente eu, nunca pensei que algum dia chegaria a esse número", disse. "É uma loucura que seja 100 e parecia um dos primeiros."

Mesmo considerando seu domínio na classificação, ninguém esperava que o piloto chegasse a tal número alguns anos atrás. Realisticamente, à medida que a F1 se move em direção a um campo mais nivelado na era do limite de gastos, períodos de dominação como a que a equipe alemã desfrutou podem se tornar cada vez mais raros. Significa que é muito improvável que outro piloto chegue à marca de 100 poles.

4. A troca lenta de Bottas pode ter custado caro

Valtteri Bottas, Mercedes W12, Lewis Hamilton, Mercedes W12

Valtteri Bottas, Mercedes W12, Lewis Hamilton, Mercedes W12

Photo by: Charles Coates / Motorsport Images

A ordem da Mercedes para Valtteri Bottas para ajudar na corrida de Hamilton teria sido indesejável para o finlandês.

A diferença para o seu companheiro de equipe foi novamente enorme na Espanha, desta vez resultante de sua primeira perda de posição para Charles Leclerc.

A troca de posições entre os pilotos da Mercedes aconteceu na curva 10, com Bottas inicialmente não tornando muito fácil para Hamilton chegar à frente. Bottas admitiu após a corrida que poderia ter deixado o heptacampeão passar antes, mas que também tinha que pensar em sua própria corrida.

“Eu estava tentando tirar Charles da janela do box para poder parar novamente e tentar um ponto extra [para a volta mais rápida]”, disse. “A principal coisa em minha mente era minha própria corrida."

Era compreensível, já que ele não podia perder muito tempo para abrir aquela janela. Se a previsão inicial da Mercedes de um confronto na última volta fosse verdadeira, um ou dois segundos perdidos poderiam ter sido prejudiciais.

Porém, como o ritmo de Hamilton era muito forte, não importava.

“Na minha mente, eu estava tipo, estamos correndo, e isso é totalmente bom para mim, especialmente no início desta parte da temporada", disse o britânico.

Toto Wolff ficou tranquilo com isso depois da corrida, já que o resultado final não foi afetado. Mas se as margens fossem mais finas, a abordagem de Bottas poderia ter sido vista de forma um pouco mais obscura.

5. A ausência de Pérez prejudicou a Red Bull na frente

Sergio Perez, Christian Horner confer before the start

Sergio Perez, Christian Horner confer before the start

Photo by: Mark Thompson/Getty Images

Um ombro dolorido fez Sergio Pérez lutar na classificação, mas ele não conseguiu se recuperar na corrida, terminando apenas em quinto lugar.

Isso marcou uma continuação das lutas enfrentadas pelo 'segundo Red Bull'. A 'salvação' do mexicano é que ele está apenas na sua quarta corrida com a equipe.

Assim como Pierre Gasly estava muito atrás na Hungria há dois anos, Pérez estava em uma posição semelhante na Espanha. Se ele estivesse com o carro na frente, a Mercedes teria um 'nó estratégico' maior para desatar - em vez disso, foi fácil, simplesmente derrotar o único carro contra o qual estava lutando, como o chefe da Red Bull, Christian Horner, estava ciente.

“Precisamos desesperadamente que ele esteja nessa lacuna, para que a Mercedes não tenha as opções estratégicas que eles tinham”, disse Horner após a corrida em Barcelona. “Estou convencido de que isso acontecerá com 'Checo' à medida que ele encontrar mais confiança e tempo no carro.”

Com Verstappen na luta pelo título este ano, o apoio de Pérez realmente precisa vir mais cedo ou mais tarde.

6. Ferrari contra McLaren deve durar o ano todo

Daniel Ricciardo, McLaren MCL35M, Carlos Sainz Jr., Ferrari SF21

Daniel Ricciardo, McLaren MCL35M, Carlos Sainz Jr., Ferrari SF21

Photo by: Charles Coates / Motorsport Images

É hora de festejar como se fosse 2008, porque estamos prontos para uma luta dura de uma temporada entre Ferrari e McLaren na Fórmula 1 este ano - mesmo que seja apenas para ser o melhor do resto.

A Ferrari conseguiu confirmar o bom sentimento que teve em relação ao SF21 nas primeiras corridas, enquanto seu ritmo de classificação se transferia para a corrida. Leclerc dominou o meio do pelotão, fazendo uma jogada brilhante pelo lado de fora de Bottas na curva 3 para pegar o terceiro lugar na volta de abertura.

A McLaren teve um dia mais tranquilo, mas Daniel Ricciardo parecia ter encontrado mais confiança com o carro na corrida para o sexto lugar, derrotando Carlos Sainz por pouco. Lando Norris estava um pouco desanimado em comparação com suas recentes exibições, não ajudado por sua classificação ter sido comprometida por Nikita Mazepin, mas ainda está em quarto lugar no campeonato.

Com AlphaTauri recuando e a Alpine não parecendo tão forte nas corridas, a batalha pelo terceiro lugar parece ser uma luta direta entre Ferrari e McLaren.

7. 2021 cada vez mais parece uma perda para a Aston Martin

Sebastian Vettel, Aston Martin

Sebastian Vettel, Aston Martin

Photo by: Glenn Dunbar / Motorsport Images

Sebastian Vettel disse na quinta-feira (05) que seria uma "oportunidade desperdiçada" para a Aston Martin se colocasse todo o foco em 2022. Mas indo para a corrida de domingo, não parece que haverá muito o que ganhar a partir deste ano.

Vettel e seu companheiro de equipe Lance Stroll saíram sem pontos, com Aston Martin parecendo dar um grande passo atrás dos líderes do meio do pelotão Ferrari e McLaren. Até a Alpine e a AlphaTauri parecem ter vantagem no ritmo agora.

A equipe britânica sabe que tem trabalho a fazer, mas as atualizações feitas em ambos os carros na Espanha não anunciaram um grande passo à frente que era esperado. O AMR21 ainda está sem downforce, com Vettel em particular sem confiança como resultado.

“Estou realmente sem ritmo para lutar por pontos”, disse Vettel depois de terminar em 13º. “No geral, é provavelmente uma estimativa justa de onde estamos no momento.”

Uma luta por P6 no campeonato de construtores não é o que a Aston Martin esperava em 2021 depois de chegar perto de terminar em terceiro no ano passado e vencer em Sakhir.

8. Tsunoda aprendeu algumas lições de novato na Espanha

Yuki Tsunoda, AlphaTauri AT02

Yuki Tsunoda, AlphaTauri AT02

Photo by: Charles Coates / Motorsport Images

O entusiasmo em torno de Yuki Tsunoda após sua impressionante exibição na pré-temporada e estreia forte no Bahrein diminuiu um pouco, especialmente depois de um fim de semana difícil na Espanha.

A sua corrida terminou cedo devido a um problema de pressão do combustível, mas a parte mais difícil do final de semana veio no sábado, quando foi eliminado na Q1 após uma sessão complicada.

Tsunoda disse após a classificação que tinha um “ponto de interrogação” sobre seu carro, dizendo que as características pareciam diferentes das do carro de Gasly do outro lado da garagem. Foi uma coisa surpreendente de se dizer, mesmo que não fosse com toda a intenção, e mais tarde provocou um pedido de desculpas de Tsunoda por sua frustração.

O piloto japonês se saiu muito bem no Bahrein, tanto nos testes quanto na corrida, recebendo comentários favoráveis de Ross Brawn de que ele era "o melhor novato da F1 em anos". Ele sem dúvida tem ritmo para estar na F1, mas talvez precise acalmar um pouco as coisas. Seus palavrões no rádio eram engraçados no início, mas não é algo pelo qual ele deva cultivar.

Elas são importantes lições para iniciantes, então é bom que ele as esteja tirando do caminho bem cedo.

9. Os fãs de volta às arquibancadas

Fans in a grandstand

Fans in a grandstand

Photo by: Charles Coates / Motorsport Images

Apenas 1.000 fãs puderam comparecer ao GP da Espanha, mas a visão de torcedores e bandeiras na arquibancada principal foi um ótimo impulso para todo o paddock da F1.

A Espanha nos deu uma boa amostra de como será quando tivermos fãs de volta nas corridas. Esperançosamente, isso definirá o tom para o que vemos em mais eventos que se aproximam.

Hamilton foi rápido em notar o retorno dos torcedores após sua vitória. E o local Fernando Alonso também falou sobre como havia um burburinho extra graças a eles.

“Você sente um pouco de adrenalina quando vê os fãs e quando dizem seu nome e na corrida”, disse Alonso. “Foi mais especial esta corrida do que as outras três, com certeza.”

10. A mudança da Curva 10 ajudou pouco no layout de Barcelona

Lando Norris, McLaren MCL35M, Daniel Ricciardo, McLaren MCL35M

Lando Norris, McLaren MCL35M, Daniel Ricciardo, McLaren MCL35M

Photo by: Charles Coates / Motorsport Images

A modificação da curva 10 foi anunciada como uma grande mudança para o Circuito de Barcelona antes da corrida deste ano, há muito difamada por sua falta de áreas de ultrapassagem.

E embora a mudança tenha ajudado a tornar a curva mais rápida e um pouco mais agradável para os pilotos, ela não fez nada para melhorar as ultrapassagens, com o verdadeiro problema ainda sendo o setor final.

Vimos isso na luta entre Verstappen e Hamilton. Cada vez que o holandês obtivesse ganhos com DRS, o setor final desfaria qualquer impulso que estivesse acumulando.

Para que Barcelona seja animado, são necessárias mais mudanças, mesmo que a tarefa seja “difícil”, segundo Alonso. “Talvez um pouco mais de DRS, logo após a última chicane, talvez poder abrir o DRS seja uma possibilidade para o futuro”, disse ele. "Não sei. Barcelona sempre será difícil de ultrapassar.”

Pelo menos as batalhas de estratégia ajudaram a salvar esta corrida. E se este é considerado um dos eventos mais maçantes da F1 neste ano, é um bom presságio para o resto da temporada.

Esteban Ocon, Alpine A521, Carlos Sainz Jr., Ferrari SF21

Esteban Ocon, Alpine A521, Carlos Sainz Jr., Ferrari SF21

Photo by: Charles Coates / Motorsport Images

RETA FINAL: Hamilton dispara, fraqueza da Red Bull, fator Pérez, rádio de Wolff e mais

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