Indy detona F1 por GP de Miami: "Não roube" a nossa existência
“Estou animado que a F1 esteja aqui, mas vá e construa sua própria propriedade intelectual, vá e construa sua própria existência de 114 anos"
No último domingo, o pré-corrida do GP de Miami causou polêmica, gerando reclamações até dos pilotos da Fórmula 1. Além disso, a IndyCar também ficou descontente com a cerimônia na Flórida, especialmente por causa das 500 Milhas de Indianápolis.
Tudo porque o rapper LL Cool J, que estava fazendo as apresentações da Fórmula 1 antes da prova em Miami, disse: "Deixem-me apresentá-los os 20 melhores pilotos do mundo! Este é o maior espetáculo do automobilismo! É a F1!".
A frase pode não significar nada para os fãs de F1, mas tem um grande valor para os executivos da IndyCar, categoria norte-americana que inclusive tem o 'lema' como marca registrada desde 1985, servindo como um 'slogan' de seu evento principal, as 500 Milhas de Indianápolis.
Ademais, em março, quando a F1 lançou um vídeo promocional do GP de Las Vegas nas redes sociais, a elite global do esporte a motor se classificou como "o maior espetáculo automobilístico do planeta", indicando que o evento de Nevada se celebraria na "capital mundial do esporte e do entretenimento". Esta frase, por sua vez, também se choca com outra marca registrada do Indianapolis Motor Speedway (IMS), palco da Indy 500, que se diz a "capital mundial das corridas".
Mark Miles, presidente e CEO da Penske Entertainment, empresa dona da Indy e do IMS, comentou. "Ouvi tudo isso e minha reação foi: 'Aposto que os fãs de corrida sabem que isso é besteira'. O maior espetáculo das corridas será aqui (em Indianápolis), em maio, seja qual for a sua perspectiva. E não espero [potenciais infrações de marca registrada] continuando", ponderou o dirigente em tom apaziguador.
"Conversamos um pouco com eles (Liberty Media, dona da F1) quando surgiu [o caso] em Las Vegas. Foi muito informal e rápido, então fiquei surpreso [sobre o caso de domingo em Miami]. Mas não acho esse seja o modus operandi geral", seguiu ao periódico IndyCar.
O fato é que também não se sabe se a frase de LL Cool J veio de uma ideia espontânea do próprio rapper no calor do momento ou se foi algo instruído pela F1 ou pelos promotores de Miami, entre eles Tom Garfinkel e Tyler Epp. Ambos passaram pela Chip Ganassi, organização rival da Penske.
"Não tenho certeza se há um grupo de pessoas que escreve algo assim para ser dito no microfone, mas não acho que veio de cima (como do presidente e CEO da F1, Stefano Domenicali). Não considerei uma política corporativa, devido ao nosso relacionamento", afirmou o moderado Miles.
Por outro lado, Doug Boles, presidente do IMS, adotou tom mais agressivo em entrevista ao Kevin & Query Podcast. “Estou animado que a F1 esteja aqui, mas vá e construa sua própria propriedade intelectual, vá e construa sua própria existência de 114 anos e não roube a nossa!”, disparou ele.
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