McLaren "desconfortável" com situação do coronavírus no Vietnã

Na última quarta-feira, a F1 fez o anúncio oficial do adiamento do GP da China devido à epidemia de coronavírus que o país enfrenta, e que já conta com casos em 24 países, com mais de 1.100 mortes registradas. O Vietnã divide uma fronteira com a China, o que deixa uma dúvida sobre a viabilidade da realização da prova inaugural no país, em 5 de abril em Hanoi.

Autoridades do Vietnã tomaram a decisão nesta quinta de estabelecer áreas de quarentena nas vilas da região de Son Loi, importante região agrícola que fica a apenas 40 quilômetros de Hanoi pelos próximos 20 dias, após o registro de seis casos. Mais de 10 mil pessoas moram na região.

Falando no lançamento da McLaren MCL35 na quinta, o CEO da McLaren, Zak Brown, falou que enquanto a Fórmula 1 não colocar a etapa do Vietnã sob risco de cancelamento, a equipe continuará monitorando a situação por perto.

"Obviamente o bem-estar não apenas da McLaren mas de todo o mundo tem que ser o mais importante", afirmou Brown. "O Vietnã ainda não foi colocado como um problema em potencial, mas é óbvio que pela proximidade vamos monitorar a situação. Nós definitivamente não vamos fazer nada que coloque nossa equipe sob risco. Não acho que a Fórmula 1 faria o mesmo, e isso também vale para os demais".

Perguntado sobre a possibilidade de algum membro da equipe ter demonstrado preocupações com relação a viajar ao Vietnã, Brown disse: "Nós nos comunicamos sempre com a equipe. Ainda não tivemos ninguém falando com nós sobre isso, porque tratamos de não esconder nada deles sobre o que está acontecendo".

"Acho que vamos ter que ir lidando com a situação enquanto ela se desenvolve. Mas nós nunca colocaríamos um funcionário da McLaren em uma situação desconfortável desde que eles não queiram".

O adiamento do GP da China deixou um espaço de quatro semanas no calendário da Fórmula 1 entre as etapas do Vietnã e da Holanda, que será realizado em 03 de maio. Caso a prova do Vietnã também não seja realizada, o espaço aumentaria para seis semanas entre o Bahrein, em 22 de março, e a Holanda.

Brown disse que esse espaço dentro da temporada seria uma "nova situação para todos nós", mas destacou que o mais importante é lidar com epidemia.

"Eu sei que algumas corridas foram canceladas no passado, mas nenhuma passou por uma situação como essa", afirmou Brown

"Nós vamos ter que esperar para tomar uma decisão quando soubermos mais. Será a mesma para todos. Em primeiro lugar, é uma situação terrível para o mundo, então esperamos que seja resolvida, porque coisas como o esporte não importam em momentos assim. Com sorte, isso se resolverá e responderemos de acordo".

"Se tivermos um mês de intervalo, teremos folga. Talvez o Chase [Carey, CEO da Liberty Media] buscará algumas corridas para preencher o espaço, mas acho que é uma situação em aberto".

Os organizadores estão procurando datas alternativas para o GP da China caso a situação melhore, mas o CEO e presidente da F1, Chase Carey, falou ao Autosport na quarta que seria "desafiador" encontrar um lugar para a prova no calendário de 2020. Os organizadores do GP do Vietnã afirmaram em um comunicado na semana passada que eles estavam "monitorando ativamente o desenvolvimento da situação".

"Por enquanto não esperamos nenhum impacto significativo para nosso evento em Abril. Vamos continuar trabalhando com nossas autoridades para monitorar a situação".

Veja imagens do novo carro da McLaren para 2020, o MCL35

17