Presidente da FIA dá 'passo para trás' e se afasta de operações diárias da F1
Decisão é tratada internamente como 'movimento natural'; Ben Sulayem esteve envolvido em diversas polêmicas com a categoria nos últimos meses
A temporada 2023 nem começou e as coisas na Fórmula 1 andam agitadas: depois de muitas polêmicas e embates, o presidente da FIA, Mohammed Ben Sulyem, resolveu dar um 'passo para trás' e se afastar do dia a dia da categoria.
Ben Sulayem foi eleito presidente do corpo diretivo da F1 em dezembro de 2021 e rapidamente delineou um plano para reestruturar as operações da categoria na FIA. Isso incluiu uma revisão do controle de prova, provocada pelo polêmico final da temporada de 2021 em Abu Dhabi, bem como mudanças na administração sênior da FIA, como a nomeação de um CEO pela primeira vez.
Como parte desse processo, Ben Sulayem informou às equipes em uma carta na segunda-feira que deixaria o envolvimento prático na F1, 'entregando' o manuseio diário das operações ao diretor técnico da FIA, Nikolas Tombazis. A FIA estabeleceu planos para uma reestruturação de sua estrutura sênior da F1 no mês passado, quando viu Tombazis assumir um papel mais amplo, bem como a nomeação de Steve Nielsen como diretor esportivo após deixar a F1.
Ben Sulayem continuará envolvido na tomada de decisões de alto nível e com foco em questões estratégicas, mas Tombazis será o principal ponto de contato para as equipes daqui para frente.
“O manifesto do presidente definiu claramente este plano antes de ser eleito”, disse um porta-voz da FIA ao Motorsport.com. “Ele prometeu 'a nomeação de um CEO da FIA para fornecer uma operação integrada e alinhada', bem como 'introduzir uma estrutura de governança revisada' sob 'uma equipe de liderança focada em transparência, democracia e crescimento'.
“Essas metas, assim como o anúncio da nova estrutura do Departamento de Monolugares, vêm sendo planejadas desde o início desta Presidência. O presidente da FIA tem um amplo mandato que cobre a amplitude do esporte a motor global e da mobilidade, e agora que a reorganização estrutural na Fórmula 1 está completa, este é um próximo passo natural.”
A mudança, que a FIA diz ter sido planejada há algum tempo, segue após uma série de polêmicas envolvendo o presidente. No mês passado, os advogados da F1 escreveram a Ben Sulayem para expressar preocupação com as observações nas quais ele sugeriu que uma avaliação de US$ 20 bilhões da série foi “exagerada”. A F1 alegou que Ben Sulayem havia “interferido” em questões comerciais que eram da competência exclusiva de seu proprietário, a Liberty Media.
Ben Sulayem também foi criticado quando surgiram comentários publicados em seu site em 2001, nos quais ele dizia que não gostava de “mulheres que pensam que são mais inteligentes que os homens, pois não são de verdade”.
A citação estava em uma versão arquivada de seu antigo site. A FIA respondeu afirmando que os comentários de Ben Sulayem “não refletem as crenças do presidente da FIA” e apontou para seu “forte histórico na promoção das mulheres e da igualdade no esporte”.
As tensões também aumentaram entre a F1 e a FIA sobre suas posições em possíveis novas equipes que ingressarão no grid no futuro. Embora a FIA tenha iniciado formalmente o processo e apoie a oferta da Andretti/General Motors, sabe-se que a F1 e as dez equipes existentes têm algumas reservas sobre os planos e o que isso significaria para a categoria.
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