Raikkonen pode "nunca mais pisar no paddock" e dispara: "F1 não se interessa na opinião dos pilotos"

Após aposentadoria, finlandês quer rotina diferente do dia a dia exaustivo da categoria e destacou baixa influência dos "funcionários" do esporte

Kimi Raikkonen, Alfa Romeo Racing

Mark Sutton / Motorsport Images

Diferentemente de outros pilotos consagrados no esporte, Kimi Raikkonen não teve uma despedida emocionante da Fórmula 1 ou saiu já pensando em voltar. Na verdade, o campeão de 2007 pela Ferrari já disse que a categoria nunca foi a coisa mais importante em sua vida e, em entrevista ao jornal alemão Bild, declarou que pode até nem pisar no paddock novamente.

O homem de gelo, como ficou conhecido em seu tempo no esporte, não decidiu parar por "não aguentar mais", segundo ele mesmo, mas por querer explorar outras possibilidades além da rotina cansativa da divisão máxima do automobilismo. Além disso, reiterou que a F1 "não está interessada" na opinião de pilotos e mecânicos em relação a regras ou calendário, mesmo que cansativo.

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"Só o tempo vai dizer, o que já sei é que só gostei de pilotar, posso nunca mais colocar os pés no paddock novamente", comentou Raikkonen. "A categoria nunca foi minha vida, sempre houve coisas que foram mais importantes para mim e nada vai mudar sobre isso. Não parei porque não tinha forças, mas porque tenho coisas melhores para fazer do que sentar em aviões e ficar em hotéis."

"Antes, só tínhamos as férias de verão. São duas semanas e meia que você tem de continuar treinando e sempre tendo em mente que a loucura normal voltaria. Não importa se você gosta do desenvolvimento ou não, nós [pilotos] não tomamos as decisões sobre regras ou lugares que pilotamos. Somos somente funcionários, assim como os mecânicos. A F1 não está interessada na nossa opinião."

Relembrando seus primeiros anos na F1 - Raikkonen estreou em 2001 - o finlandês reiterou as dificuldades que haviam em apenas terminar uma prova, pela baixa confiabilidade dos carros da época, mas não crê que isso seja motivo para comparar as vitórias daquele tempo ao atual.

Race winner Kimi Raikkonen, Ferrari F2007 takes the chequered flag

Race winner Kimi Raikkonen, Ferrari F2007 takes the chequered flag

Photo by: Gareth Bumstead

"Hoje os carros são muito mais confiáveis", disse ele. "Nos meus primeiros anos, toda corrida era como jogar no cassino. Você nunca sabia o que ganharia naquele dia e se iria mesmo a cruzar a linha de chegada."

"Uma vitória é sempre uma vitória, existem 25 pontos para isso. Algumas foram mais fáceis, outras mais difíceis. Talvez as de 2007 sejam um pouco mais importantes."

"Ainda é sobre pilotar o carro o mais rápido possível. Agora fazemos algumas corridas a mais por ano e também vamos a novos países, mas no fim das contas, se trata de 20 pilotos em 20 carros. Muita coisa mudou nos últimos anos, principalmente nas redes sociais, mas é assim no mundo todo e não apenas na Fórmula 1.  Os fãs agora podem ver quase tudo."

Em relação a ser considerado um dos grandes nomes da história do automobilismo e manter 'vivo' seu sobrenome no esporte, Raikkonen negou que isso mexa com ele: "Não estou interessado nisso [em ser uma 'lenda']. Eu sei quem eu sou, eu sou Kimi".

"Meu filho ou minha filha não precisam ir às corridas. Eles devem fazer apenas o que têm vontade. Assim como eu fiz", concluiu.

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