Fórmula 1: Ricciardo sofre processo de quase 50 milhões de reais
Ex-conselheiro do australiano alega que valor é referente a 20% do salário do piloto na Renault e uma parte do que foi combinado
O ex-conselheiro de Daniel Ricciardo na Fórmula 1 está processando o australiano por deixar de lhe pagar mais de 10 milhões de libras (cerca de 46 milhões de reais). De acordo com os documentos da Alta Corte de Justiça do Reino Unido obtidos pelo Motorsport.com, Glenn Beavis afirma que lhe são devidas “várias somas” relativas ao contrato de transferência do piloto para a Renault.
Ricciardo deixou a Red Bull no fim de 2018 e se tornou piloto da equipe francesa nesta temporada (relembre suas vitórias em galeria no fim desta matéria). Beavis afirma que trabalhou para o australiano até o fim de março e que sua comissão por ter participado das negociações de transferência era de 20% do salário de Ricciardo e de vários elementos contratuais, que vão desde o uso de carros de rua da Renault e os custos de um fisioterapeuta.
Em declaração ao Motorsport.com, Ricciardo disse: “Não há substância nas alegações de Glenn Beavis. É lamentável que ele tenha decidido fazer esta reivindicação totalmente sem méritos, da qual eu pretendo me defender plenamente no processo judicial”.
O histórico do arranjo de Ricciardo com o conselheiro
A empresa Whitedunes foi criada em 2013 nas Ilhas Virgens Britânicas para controlar os direitos comerciais e de imagem de Ricciardo. A empresa de Beavis, a Sivana Sports International FZE, serviu o australiano de 2012 até o começo deste ano, quando o piloto foi anunciado como um dos agenciados pela Creative Arts Agency Subsidiary CAA Sports.
O acordo entre Ricciardo e Beavis foi revisado após a primeira temporada do piloto na Red Bull, em 2014. De acordo com o empresário, ele assumiu mais tarefas neste novo acordo e seu salário seria de 225 mil libras anuais, com mais 20% de comissão do valor de novos contratos gerenciados por ele.
De acordo com os documentos registrados na corte britânica, os pagamentos e a taxa anual foram revisados em 2015 e foi mantido um salário de 20 mil libras mensais mais a taxa de 20% dos contratos futuros e um pagamento na forma de um “raro relógio de pulso da Rolex”.
Transferência para a Renault
Beavis aparece ao lado de Ricciardo em um episódio da série “Drive to Survive” do Netflix, que documentou o processo de decisão da transferência dele para a Renault ao longo de 2018. De acordo com a documentação, Beavis iniciou as negociações para uma possível transferência do australiano para a Renault no meio de 2017, um ano antes do anúncio do acerto.
Os detalhes do contrato de Ricciardo com a marca francesa estão descritos nos documentos oficiais, mas as alegações do empresário se referem aos termos acordados em agosto de 2018 como “valores substancialmente maiores” do que o contrato com a Red Bull.
Como os 10 milhões de libras dizem respeito aos 20% do salário de Ricciardo na Renault pelos 2 anos de contrato, isso significa que o australiano recebe mais de 20 milhões de libras por ano na equipe francesa.
Beavis afirma que o australiano solicitou o fim do acordo entre eles em dezembro de 2018, com efeito imediato. O empresário pediu que a extinção fosse postergada até janeiro deste ano para que pudesse completar a documentação de transferência para a Renault. No entanto, de acordo com a alegação, esses contratos só foram assinados em sete de março, 10 dias antes do início da temporada atual.
O que está sendo alegado na justiça
O ex-conselheiro afirma que continuou prestando serviços até o dia 31 de março. Ele afirma ainda que foi o responsável por iniciar as tratativas do contrato do australiano com a Renault e que, após a assinatura, enviou uma cobrança a Ricciardo no valor de 20% do acordo com a equipe francesa.
Outros aspectos do valor do contrato entre equipe e piloto não foram solicitados naquele momento, tais como o custo da superlicença de 2019, o uso de um carro de rua, fisioterapeuta e despesas médicas, além dos bônus de fim de ano e por eventuais vitórias.
Os direitos a essas comissões não foram exigidos pelo empresário, mas, de acordo com a documentação, ele pede o pagamento por outros três acordos pelos quais se diz responsável: dois contratos de marketing para ser embaixador de marcas e a aparição em um filme sobre a Fórmula 1.
Beavis afirma que recebeu, no dia 4 de abril, uma notificação da R&H Trust Limited, “atuando pelos interesses de Ricciardo”, de que nenhuma comissão era devida a respeito do contrato com a Renault. Em maio, uma segunda carta reforçou a afirmação.
Isto levou o ex-conselheiro a exigir a soma de 10 milhões de libras, que inclui o pagamento de débitos pela comissão devida, juros sobre estes pagamentos e uma declaração de pagamentos por futuros contratos relacionados aos acordos dos quais fez parte.
Relembre as vitórias de Ricciardo na Fórmula 1:
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