Stroll: "Verstappen é o exemplo perfeito" no caminho para F1
Considerado uma das joias do automobilismo, canadense que lidera a F3 europeia fala sobre carreira, o pai bilionário e o provável futuro na F1
Líder da Fórmula 3 europeia e considerado uma revelação do automobilismo, o Lance Stroll acredita que pode seguir o caminho aberto pelo holandês Max Verstappen para seu futuro na F1.
Stroll, de 17 anos, lidera a F3 por 61 pontos, após 21 provas pela Prema. No ano passado, em sua estreia na equipe italiana, o canadense terminou o campeonato em quinto. Após ter feito parte da academia de pilotos da Ferrari, Stroll também tem contrato com a Williams como piloto de testes e desenvolvimento.
Em Spa, ele conversou com Andrew van Leeuwen, para falar sobre a carreira, o pai - um bilionário empresário do ramo de moda - e suas esperanças para o futuro na F1.
Você sente que sua carreira está onde você gostaria que estivesse no momento?
Acho que sim. Como piloto, tenho melhorado a cada dia. Estou ficando mais forte dentro e fora das pistas. Sendo meu segundo ano na F3, meu objetivo é vencer o campeonato. No momento estamos na liderança, temos uma certa margem , mas as coisas podem mudar muito rapidamente. Após Spa, faltam ainda nove provas, então estamos 100% focados nisso.
Mas, sim, estou satisfeito como a minha carreira está se desenrolando até o momento. Desde que comecei a correr, venci alguns campeonatos na F4, na Nova Zelândia e na Toyota Series. Ano passado tive um bom ano de estreia na F3, cometi alguns erros na metade, mas depois me recuperei e terminei em quinto no campeonato, o que é bom para um estreante. E neste ano está indo tudo muito bem.
Apesar dos contratempos, Max Verstappen mostrou que um piloto jovem pode ser veloz, não é?
Com certeza. Ele é o exemplo perfeito. Na temporada dele na F3 ele fez coisas espetaculares, mas também teve suas batidas e problemas. Mas as incríveis ultrapassagens superaram as batidas. Acho que todos os pilotos jovens cometem alguns erros em seu início de carreira. Os meus (erros) foram bem visíveis pois foram na parte da frente do pelotão. Em um deles eu estava liderando e no outro estava no pódio. Essas coisas acontecem. Já faz um ano, então já superei isso. E o importante é o que você aprende com isso. Este ano tenho sido um piloto bem mais consistente. Ano passado eu estava esperando minha vez de vencer e estava ansioso. Neste ano tenho mais experiência e as vitórias já aconteceram. Conheço o campeonato, o carro, então está indo bem.
Você venceu na F4 e na TRS… Às vezes é frustrante tanto foco assim em cima de você?
É frustrante, mas ao mesmo tempo não posso mudar isso. Meu pai é rico, não posso negar isso. Tudo o que posso fazer é meu melhor. Ir para a pista e fazer o meu melhor. Eu venci e estou vencendo.
Mas é frustrante pois talvez às vezes eu não receba o crédito que mereço. Mas procuro não olhar para esses pontos negativos. Tento ser positivo. Sei que sou eu quem está sentado no cockpit dirigindo o carro. Então, as outras coisas são só detalhes.
As pessoas que entendem isso, bom para elas. E as pessoas que querem ficar com ciúmes, sei lá, talvez eles queiram encontrar alguma desculpa. Não perco meu tempo com isso.
Fale de seu trabalho com a Williams…
Tem sido ótimos oito meses com eles. Fantástico. A cooperação comigo na F3 é ótima, eles têm o entendimento correto de que meu foco é 100% na F3 e não ficar distraído com a F1. Eles apenas querem que eu termine o campeonato. Não estão me pressionando para sentar num F1 e testar ou coisas desse tipo. Eles querem que eu foque em uma coisa de cada vez e isso é ótimo. Toda vez que vou à fábrica todos são muito amigáveis e estou realmente feliz com eles.
Há um envolvimento direto da Williams em seu projeto na F3?
Não. É mais um envolvimento indireto. Eles supervisionam o que faço. E tenho alguns dias no simulador com eles. É mais me mantendo sob as suas asas para o futuro.
Seja testando um carro antigo ou em algum treino livre, você se vê em um F1 antes do final deste ano?
Espero que sim, mas para um treino livre teria de ser perto do final do ano pois ainda tenho 17 anos e completo 18 no final de outubro. Então teria de ser depois disso. E não sei a situação dos contratos com os pilotos, nem se é possível. Não estou focado nisso. Talvez num carro mais velho, um teste ou outro antes do final da temporada, seja possível. Mas todos esses detalhes precisariam ser discutidos.
Se aparecer uma oportunidade de uma vaga numa equipe de F1 para 2017, você acha que estaria preparado?
Sim…mas é fácil dizer isso. Ainda não guiei um F1, então não tenho um completo entedimento do que seja isso. Após fazer alguns testes, ter um pouco mais de experiência, então terei uma ideia muito mais clara se estou preparado para dar esse passo ou não. No momento, estou cego em termos de F1. Corri de F3, corri outras categorias, mas nunca sentei num F1. Então não sei o quanto é diferente ou mais complicado. Mas se for apenas o passo seguinte e se eu estiver confortável no carro, por que não? O nível da F3 é alto. O campeonato ainda não acabou, mas estou liderando e tenho boas chances. A coisa mais difícil é ter uma oportunidade na F1. Existem muitos pilotos no mundo que podem estar lá, mas muitos não têm essa chance. São apenas 20 lugares. É difícil conseguir um deles.
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