F1 | Ex-Ferrari: "Leclerc não está mais envolvido em discussões estratégicas"

Especialista crê que Charles já 'desistiu' de se envolver em diferentes áreas do time de Maranello por causa do desgaste na escuderia italiana; confira

Charles Leclerc, Scuderia Ferrari

Foto de: Jake Grant / Motorsport Images

Segundo o australiano Peter Windsor, um dos principais jornalistas de Fórmula 1 e ex-integrante da Ferrari e também da equipe Williams, o monegasco Charles Leclerc provavelmente não participa mais das reuniões sobre estratégia na Scuderia por causa de sua exaustão com os fracassos recentes.

Em entrevista ao podcast 'F1 Hour', Windsor disse que suspeita que Leclerc está farto da pressão sem precedentes a que está submetido como 'o rosto' da Ferrari: "A impressão que tenho é que Charles se esforçou para ser bom em todas as áreas, mas agora chegou a um ponto em que sabe que nada está realmente funcionando. Ele será 'apenas' um piloto a partir de agora, fará a melhor corrida que puder, mas não se envolverá em mais nada, porque não há nenhum benefício para ele".

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"Ele está em uma situação muito complicada politicamente, há muita pressão ao seu redor. Portanto, ele precisa se concentrar em pilotar, que é o que ele parece querer fazer. O problema é que acho que o cérebro dele ainda está preocupado em ter um fim de semana limpo, mas imagina o que vai dar errado em seguida. Esse é o maior problema. Acho que há um nó no fundo de sua mente que Max (Verstappen, holandês da Red Bull) e Lewis (Hamilton, britânico da Mercedes) não têm. Complicado."

"Para ser honesto, esse nó também pode estar no cérebro de Lewis, mas ele consegue não deixar isso influenciar e assim olhar para frente", seguiu Windsor, comparando os descontentamentos de Charles e Lewis com suas equipes, que não produziram carros bons para a disputa do título da F1.

"Se Leclerc pudesse deixar a Ferrari depois de tudo isso e ir para uma equipe do mesmo nível, ele definitivamente faria isso. Mas não há nenhum lugar para onde ele possa ir. A Red Bull tem seus assentos ocupados e a Mercedes não vai fazer uma mudança, a menos que haja uma possível troca. Portanto, ele provavelmente precisa reorganizar sua própria vida e simplificar um pouco mais as coisas. Mas as coisas estão realmente indo tão mal?", pondera Windsor.

"Vamos voltar ao Canadá: ele foi muito bem nos treinos, deveria estar no mesmo ritmo de Fernando Alonso (espanhol da Aston Martin) na corrida se não fosse o caos na classificação. Considerando a velocidade da Ferrari nas curvas de média velocidade, era possível que ele tivesse uma corrida melhor. Mas tudo foi por água abaixo no treino classificatório porque eles não conseguiram colocar os pneus na faixa [de operação] ideal. A mesma coisa aconteceu na Espanha."

Charles Leclerc, Ferrari

Charles Leclerc, Ferrari

Foto: Ferrari

Enfatizando que alguns hábitos persistem apesar da mudança de mentalidade na Ferrari, Windsor não consegue entender os erros cometidos na classificação no Canadá. "Como todo mundo, espero que Fred Vasseur (chefe do time de Maranello) faça as coisas de forma diferente", afirmou Peter.

"Se eu fosse ele no Canadá, teria dito a Leclerc: 'Vamos para o Q2 com pneus secos, você é mais do que capaz de lidar com isso'. E aí teria mantido Carlos Sainz (piloto espanhol da escuderia) com pneus de transição (intermediários). A pista ia secar de qualquer maneira, Leclerc não estava guiando um Red Bull, ele não ia perder o campeonato. A Red Bull tinha uma boa posição, então poderiam ter começado a sessão com inters, mas por que a Ferrari decidiu fazer isso?", questionou.

"Eles deram cinco voltas e não conseguiram encontrar o intervalo ideal. Isso mostra outro problema que afeta a F1, o fato de sermos tão dependentes de dados e computadores, então todos tendem a fazer a mesma coisa. É a mesma coisa na Ferrari, há um grande conflito na equipe de estratégia. A equipe de estratégia teve a ideia de sair para a pista com pneus intermediários, fazer uma boa volta e depois trocar para os pneus de seco." 

"A cada minuto que Charles não diz 'que se dane, vamos trocar para os pneus de seco', ele está prestando um desserviço a si mesmo. Acho que ele desistiu do trabalho em todas as áreas e está apenas fazendo o que lhe mandam fazer", completou Windsor.

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