Entenda o porquê de rivalidade explosiva entre Nelsinho e di Grassi
Brasileiros lutam por título internacional, o que não acontecia desde 97, e clima não poderia estar mais quente fora da pista.










No próximo sábado, em Londres, quando abaixarem suas viseiras para competir nas últimas duas etapas da Fórmula E, não será apenas o título de uma importante categoria que estará em jogo para Nelsinho Piquet e Lucas di Grassi. A vitória significará para ambos derrotar seu principal adversário, ou até mesmo inimigo, de pista.
Antes de começarem a disputa da primeira temporada da categoria que reúne somente carros elétricos, em setembro, os dois brasileiros já tinham uma relação bastante conturbada. Porém, somente neste ano que a rixa tornou-se pública para muitos.
Contemporâneos, Nelsinho e di Grassi competiram diversas vezes, mas em poucos casos realmente “bateram rodas”. Estiveram nos mesmos grids no Kart, Fórmula 3 inglesa e GP2. Além disso, travaram “Guerra Fria” por uma vaga na F1. Piquet ficou com vaga na Renault, onde di Grassi era membro do programa de jovens pilotos há anos. A Fórmula E foi somente o local onde o barril de pólvora explodiu.
O Motorsport.com foi atrás de respostas para entender onde toda a rivalidade começou. Di Grassi deu seu lado: "Já fui companheiro de equipe do Buemi, tivemos nossas rivalidades dentro da pista, mas fora dela é tranquilo. Na realidade todos os pilotos são bem educados. Nelsinho não, ele é mal educado e fala muita besteira", disse com exclusividade.
Se Lucas vê tudo como educação, Nelsinho acredita que as personalidades não casam. "Nunca fui inimigo do Lucas. Somos pessoas bem diferentes e acho que esse é um dos motivos que não somos amigos fora da pista. Tenho amigos pilotos e até saímos de férias juntos, como o Bruno Senna, mas outras personalidades não batem. Parece ser o nosso caso."
Se a disputa entre os dois era velada até 2015, ficou evidente em Mônaco, no mês de maio. Os dois estiveram no mesmo grupo de classificação e Nelsinho acusou di Grassi de tê-lo atrapalhado (veja vídeo abaixo). “O ponto principal foi em Mônaco, que me chateou um pouco. A imprensa pegou para alavancar a história da rivalidade”, afirmou Nelsinho.
Na corrida seguinte, em Berlim, um novo episódio para o conflito. Di Grassi venceu, mas foi desclassificado por uma irregularidade em sua asa dianteira. Após o resultado, ele escreveu em seu twitter que iria “ganhar na pista e chutar os traseiros de Piquet e Buemi”.
"Ele tende a fazer mais ou menos o que o pai dele fazia, em um nível completamente diferente, mas seguindo aquele estilo de ser polêmico, e é por isso que acaba ficando difícil de se fazer uma amizade fora das pistas”, acrescentou di Grassi.
Nelsinho discorda: "Quem falou demais desde Mônaco foi ele. Especialmente depois de Berlim que ele abriu a boca. Eu estou na minha, querendo realizar meu trabalho. Quem sabe depois do fim do campeonato eu possa abrir a boca e falar o que preciso falar."
Ambos entram em acordo, no entanto, ao dizer que entrarão na pista neste fim de semana apenas pensando em fazer o melhor para vencer.
O fato de dois brasileiros brigarem pelo título é significativo, pois desde 1997 uma disputa brazuca não decide um campeonato internacional. Na ocasião, Tony Kanaan e Hélio Castroneves brigaram pelo título da Indy Lights, com Tony levando a melhor por apenas 4 pontos.
Piquet tem 128 pontos, contra 111 de Lucas. Quem torce para que os dois se estranhem na pista é Sébastien Buemi, que está em terceiro, com 105. As etapas finais do primeiro campeonato da Fórmula E acontecem neste sábado e domingo, ao meio-dia, horário de Brasília (com transmissão ao vivo do canal Fox Sports). São 60 pontos em jogo.
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