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20 anos: Relembre última Indy 500 antes de cisão da IndyCar

Líder desclassificado, grave acidente na largada, Penskes fora e vitória de Villeneuve foram atrações em 1995

Stan Fox sofre grave acidente com Eddie Cheever

Stan Fox sofre grave acidente com Eddie Cheever

IndyCar Series

O vencedor Jacques Villeneuve celebra
Stan Fox sofre grave acidente com Eddie Cheever
Jacques Villeneuve
Stan Fox sofre grave acidente com Eddie Cheever

Neste final de semana acontece a 99ª edição das 500 Milhas de Indianápolis. Com Scott Dixon na pole e os brasileiros na segunda fila, muitas incertezas ainda pairam quanto aos graves acidentes ocorridos durante esta última semana. Entretanto, antes de conferirmos a corrida de 2015, que tal voltarmos 20 anos no tempo?

Em 1995 a Indy vivia seu melhor momento apesar de uma tensão nos bastidores. Para muitos fãs e especialistas a corrida realizada há 20 anos foi a última 500 Milhas “real”. Isso porque meses depois o IMS (Indianapolis Motor Speedway) e a CART (Championship Auto Racing Teams), que organizava o resto da temporada da Indy, se desentenderam quanto aos rumos tanto da corrida quanto do campeonato. O resultado foi o boicote da maioria das equipes que corriam na IndyCar à Indy 500 de 1996 e a criação da IRL (Indy Racing League) por Tony George, à época diretor do circuito de Indianápolis.

IRL e a ChampCar (como foi rebatizada a CART durante os anos 2000) voltaram a se unir em 2008.

 

Drama da Penske

Antes mesmo de começar, a 79ª edição da Indy 500 já se notabilizava pelo mau rendimento dos carros da Penske. Ganhadores pelo time das duas últimas 500 Milhas em 1993 e 1994, Emerson Fittipaldi e Al Unser Jr tiveram de ir ao Bump Day (dia no qual se definem 31º, 32º e 33º lugares no grid). Sem chances com o carro da Penske, ambos tentaram se classificar com os carros da equipe Rahal/Hogan.

Unser Jr não teve sorte e sequer conseguiu se colocar no grid. Já Emerson era o 33º até faltarem 12 minutos para o fim do treino, quando o sueco Stefan Johansson foi para a pista e o tirou do grid daquela que seria sua última participação nas 500 Milhas de Indianápolis.

 

Grave acidente na largada

Já na partida uma cena forte chocou a todos. Stan Fox no carro 91 acabou perdendo o controle e acertou Eddie Cheever. O carro de Fox bateu de frente no muro da curva 1, fazendo com que a traseira decolasse. O impacto foi tão forte que as pernas do americano ficaram à mostra depois de toda a frente sair no impacto com o muro.

Apesar de toda a preocupação, Stan Fox não quebrou sequer um osso, mas sofreu uma grave concussão que o fez ficar muito tempo em recuperação e encerrou sua carreira de piloto. O ex-piloto morreria em um acidente de carro de rua em 2000 na Nova Zelândia.

Além dos dois, Carlos Guerrero e Lyn St. James (única mulher no grid) acabaram batendo após passarem pelos destroços do acidente. O brasileiro Gil de Ferran também não teve sorte e acabou sendo atingido por uma roda, o que quebrou sua suspensão e o fez abandonar.

 

A corrida

Mesmo largando nas duas primeiras posições, Scott Brayton e Arie Luyendyk da equipe Menard eram alvo de muita desconfiança. Para muitos o motor Menard não conseguiria fazer as 500 Milhas inteiras no mesmo ritmo do Pole Day. Isso foi comprovado na largada, após o pole Brayton cair para quarto e Luyendyk perder o primeiro lugar para Michael Andretti com poucas voltas.

Quarto no grid, Andretti era um dos grandes favoritos à corrida, já que era o primeiro piloto do grid que fazia a temporada inteira daquele ano (Brayton, Luyendyk e Goodyear não correram o restante das corridas). Porém seu favoritismo durou até a volta 77, quando, para não bater no então líder Maurício Gugelmin, que entrava nos boxes, acabou indo para a sujeita na curva 4 e tocou no muro, quebrando sua suspensão. O piloto da Newman-Haas havia liderado até ali nada menos que 45 voltas.

Com isso, a liderança sobrou para o brasileiro da PacWest, que acabou no fim da corrida ponteando o maior número de voltas (59). Ele e Scott Goodyear se dividiam no primeiro lugar.

 

Punição para Villeneuve

Vencedor da corrida, o canadense Jacques Villeneuve teve de trabalhar para sair de Indianápolis vitorioso. Após a primeira parada de Michael Andretti, Jacques liderava quando um detrito trouxe a bandeira amarela à pista. O piloto, sem saber que era o líder, passou por duas vezes o Pace Car até entender que deveria liderar o pelotão atrás do Corvette '95.

Isso lhe acarretou uma punição de duas voltas. De terceiro, após seu pit stop durante a bandeira amarela, o canadense foi para 27º e último. Na volta 84 ele recuperou uma das voltas de desvantagem e na 124, assim que o brasileiro André Ribeiro parou na pista com problemas elétricos, ele já estava novamente na volta do líder, em 20º.

Na volta 138 ele já era o sexto.

 

Bandeira preta ao líder

Após uma parada lenta para Gugelmin, Jimmy Vasser, Scott Pruett e Scott Goodyear passaram a liderar a prova. Na briga pela vitória, Vasser e Pruett bateram em incidentes separados nas voltas 170 e 184.

Logo após a bandeira amarela trazida pelo abandono de Pruett, o líder Scott Goodyear cometeu um grande erro que o faria perder a corrida. O canadense segurou o ritmo do grid na reta oposta e deixou o Pace Car abrir espaço. No entanto, o piloto acelerou cedo demais e encontrou o Pace Car no meio da curva 4. Goodyear passou o carro enquanto que Villeneuve freou, o que fez com que os outros pilotos se aglomerassem atrás de seu carro.

Mesmo perdendo tempo, o piloto da Green assumiria a liderança cinco voltas depois quando a direção de prova deu bandeira preta a Scott Goodyear por ter passado o carro de segurança.

 

Prova de perseverança

Com a cronometragem parando de computar as voltas de Goodyear, Villeneuve foi para a liderança na volta 195 e permaneceu até o final, vencendo a prova depois de ficar duas voltas atrás. Inclusive, por conta desta particularidade, a prova ficou conhecida como as “505 Milhas de Indianápolis”.

Mas não foi só Jacques que fez uma boa corrida de recuperação. Christian Fittipaldi, segundo colocado na prova, saiu de 27º no grid, e Bobby Rahal, terceiro, de 21º. O chileno Eliseo Salazar foi o quarto saindo de 24º, e Robby Gordon, que foi obrigado a largar dos boxes por problemas mecânicos, foi o quinto.

Villeneuve garantiria o título da temporada de 1995 da Indy antes de ir para a Fórmula 1 competir pela equipe Williams, onde foi campeão em 1997.

Confira a corrida: 

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