Montoya avisa Alonso sobre desafio: “Andar no tráfego”
Experiente tanto em ovais quanto na F1, colombiano diz que mudança exige período de adaptação, mas prevê: “Ele se dará bem”
Duas vezes campeão das 500 Milhas de Indianápolis, Juan Pablo Montoya, que competirá novamente na edição deste ano pela Penske, diz ao Motorsport.com o que seu antigo rival na F1 Fernando Alonso pode esperar da prova.
Você espera que ele seja forte?
Totalmente. Fernando é um tremendo piloto. Eu me identificava muito com ele e com a forma com que ele corria na época que competíamos juntos. Ele apenas precisa aprender como um oval funciona, e, particularmente, a técnica ao seguir outros carros.
No acerto do carro, acho que ele fará um bom trabalho. Ele terá uma boa sensação. Mas o principal em Indianápolis é equilibrar o acerto para quando você anda sozinho e para quando anda no tráfego, às vezes em um grande grupo de carros. É uma sensação interessante.
Você, na verdade, vai querer que o carro saia um pouco de frente. Este será a principal adaptação para ele, porque, na F1, você sempre quer o equilíbrio perfeito, que o carro se sinta livre nas curvas de alta velocidade. Em um oval, você não vai querer isso... Você quer que ele saia um pouco de frente.
Mas ele vai se dar bem. Todos sabem que ele é um piloto muito bom e experiente.
Ficamos sabendo que você já ofereceu ajuda para ele, apesar de ser um concorrente à vitória neste ano. Você tem certeza de que isso é uma boa ideia?
Sim, eu mandei uma mensagem para ele assim que fiquei sabendo, mas não acho que ele precisará de muita ajuda. Por mim, se você está confiante com sua própria situação, não acredito que seja necessário ficar escondendo as coisas dos outros.
Você espera que o pacote da Honda seja tão forte em Indianápolis como foi no ano passado?
Sim, acredito que sim. Venho conversando com pessoas da equipe [Penske] e é o que eles dizem. Mas eles também esperam que a Chevrolet também venha com algo forte, então vai ser empolgante.
Quanto tempo levou para você se acostumar a um carro ajustado para andar em um superspeedway quando voltou à categoria, em 2014?
Lembre-se de que, para mim, foi diferente, porque eu já tinha experiência em oval, não só na Nascar mas também na Indy. Como você disse, havia sido muito tempo antes, mas eu ainda assim sabia o que fazer. Acho que seria bom se Fernando pudesse testar em um circuito misto primeiro, apenas para se acostumar com o carro. Então, quando ele chegasse à Indy, tudo o que precisaria fazer é se acostumar à técnica de oval. Isso por si só será o principal.
Fazer a Curva 1 a 370 km/h será fácil para ele, já que ele corre em lugares como Monza?
Bah, Monza, na verdade, é lenta, cara! Claro, você vai rápido nas retas, mas as curvas são lentas, definitivamente, se comparadas à Indy. Mas Spa, Silverstone... Essas pistas tem várias curvas rápidas. E, neste ano, com a aderência extra que os carros de F1 têm, a velocidade de curva é mais alta, então ele não deve ter problemas. Como eu disse, na Indy não se trata do quão bom você é andando sozinho, mas sim o quão bom você é andando no trânsito.
Você ficou nervoso quando correu na Indy pela primeira vez, em 2000?
Na Indy não, porque era aquele carro antigo da IRL e eu estava acostumado aos carros mais rápidos da CART. Mas em minhas primeiras corridas em oval, na CART, era muito difícil. Foi um alerta, porque eu não tinha certeza do que eu precisava do carro. O primeiro superspeedway que testei foi em Michigan, e foi realmente rápido. Mas, depois que você aprende como se faz, não é grande coisa. Você precisa ir lá, fazer seu trabalho e não ficar pensando muito nisso. Mas, até chegar lá e andar, você fica nervoso!
Ultimamente, a F1 tem andado em pistas grandes, com muita área de escape. Então, a noção de perigo não existe mais. Talvez esse será o maior choque para Fernando, mas... Se a equipe fizer seu trabalho direito, acho que ele se dará bem.
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