Liberty está "muito confiante" de que o acordo de compra da MotoGP será aprovado por órgão regulador

Aprovação pelo processo regulatório antitruste é etapa fundamental para selar acordo

Franco Morbidelli, Pramac Racing, Augusto Fernandez, Red Bull GASGAS Tech3

Na segunda-feira, 1º de abril, a Liberty, proprietária da Fórmula 1, anunciou que havia adquirido a MotoGP e a empresa controladora Dorna Sports da Bridgepoint Capital por 4,2 bilhões de euros, cerca de R$ 22,7 bilhões. O acordo foi originalmente definido para ser finalizado antes do início da temporada da MotoGP de 2024, mas a liberação pelos conselhos antitruste - especialmente na União Europeia - atrasou o processo. Empresa americana segue esperando aprovações.

Para entender esse processo antitruste, precisamos saber que truste ocorre quando uma mesma empresa ou um grupo delas detém grande parte de um determinado mercado. Diante disso, a lei antitruste visa promover a concorrência justa entre empresas de um mesmo ramo. Ela tem por objetivo evitar monopólios em qualquer setor.

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No caso da Liberty, autoridades de alguns países - como Reino Unido, Brasil e Austrália - vão investigar se a Liberty Media está adotando práticas que inviabilizam a competitividade frente a outras empresas nesse setor.

Um exemplo da aplicação da lei antitruste ocorreu em 2006, quando o CVC Capital foi forçado a vender a MotoGP quando comprou a F1. Esse episódio foi lembrado quando a Liberty anunciou a compra da MotoGP e trouxe algumas perguntas sobre como a Liberty planeja evitar o mesmo destino. Em uma conversa com investidores, o CEO da Liberty, Greg Maffei, mostrou-se confiante de que o acordo será aprovado pelos órgãos reguladores e que não haverá junção das duas entidades.

"Estamos muito confiantes de que conseguiremos aprovar o acordo com os órgãos reguladores, pois acreditamos que existe um amplo mercado para propriedades esportivas e de entretenimento, do qual a Fórmula 1 e a MotoGP são apenas um pequeno subconjunto, e o mercado continuou a mudar desde a época em que foi analisado de forma importante", disse ele.

"Não vamos tratá-las como um pacote ou tentar juntá-las no mercado. Ambas são propriedades separadas. As coisas que estamos trazendo para a mesa aqui não estão, de forma alguma, unindo as duas."

"Acho que é o reconhecimento de padrões e o aproveitamento de alguns dos aprendizados que obtivemos com a F1 e algumas das oportunidades que vemos para expor a MotoGP, sem unir ambas. Portanto, acho que estamos muito confiantes no aspecto regulatório.", explicou Maffei.

Augusto Fernandez, Tech3 GASGAS Factory Racing, Marco Bezzecchi, VR46 Racing Team

Augusto Fernandez, Tech3 GASGAS Factory Racing, Marco Bezzecchi, VR46 Racing Team

Foto de: Mídia VR46

O diretor jurídico da Liberty, Renee Wilm, observou que a empresa "entrará com o processo na União Europeia. Também entraremos com um pedido de autorização antitruste no Reino Unido, no Brasil e na Austrália. E, em segundo lugar, faremos os registros de FDI [Investimento Estrangeiro Direto] na Espanha e na Itália."

"Acreditamos que isso deve ser feito rapidamente, e acho que a liberação antitruste deve ser feita até o final do ano para que possamos fechar o quarto trimestre.", projetou Wilm.

Maffei observou que a CVC não teve tempo de passar pelo processo regulatório em 2006 devido ao prazo para a aquisição da F1, o que aumenta sua confiança na liberação do negócio da MotoGP.

"Eu acrescentaria mais uma coisa, e me lembro de ter falado com a gerência da CVC, eles estavam com um prazo apertado para fechar um acordo para comprar a F1", disse ele.

"Portanto, eles não tinham tempo para trabalhar no processo regulatório. E eles eram uma empresa de PE [private equity] que tinha um grande ganho em um produto e estava se movendo para comprar o outro quando tinha um contrato para executar. Estamos em uma posição muito diferente."

"Estamos absolutamente alinhados como um grupo em um mercado diferente. Não estamos sob o mesmo tipo de pressão de tempo. Acreditamos que o processo regulatório será rápido e tranquilo, mas levará o tempo que for necessário e o negócio será concluído.", tranquilizou.

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