Di Grassi acredita na evolução da Audi na F-E e descarta DTM
Em entrevista exclusiva ao Motorsport.com, piloto brasileiro também pensa em terminar atual temporada do WEC com vitórias
A grande notícia do esporte a motor na última semana foi o anúncio da saída da Audi do World Endurance Championship (WEC), após 18 anos nas corridas de protótipos e contabilizando 13 vitórias em Le Mans. Um dos pilotos que se despedem junto com a marca alemã é Lucas di Grassi.
O piloto exclusivamente com o Motorsport.com Brasil e comentou a decisão da fabricante, que vai ter maior foco na Fórmula E, categoria que o piloto paulistano também protagoniza.
No mundial de endurance, apesar da grande distância dos líderes na pontuação (o carro #8 do brasileiro é terceiro colocado, 28,5 pontos atrás da Porsche, que comanda o campeonato, faltando apenas duas etapas), di Grassi pensa em encerrar a passagem da Audi com título.
“Sem dúvida seria sensacional", disse di Grassi. "Somos o trio mais jovem da Audi, com uma média de 33 anos. O primeiro ano foi complicado, pois precisamos lidar com a questão do entrosamento, embora na segunda metade da temporada fomos o principal trio do time.”
“Neste ano, nos consagramos como trio principal. O carro #7 tem excelentes pilotos, mas nossa performance foi muito boa na média de todas as corridas, incluindo Le Mans."
“Então seria muito importante terminar a história da Audi no endurance com vitórias ou com o título nestas duas últimas corridas e fechar com chave de ouro essa era, colocando nosso nome na história nas corridas de longa duração como o último trio da equipe – tudo começou com Capelo, Biela, Kristensen e veio até nossa era, de di Grassi, Duval e Jarvis. A gente já é parte da história da Audi, mas seria interessante terminar com uma vitória.”
O comprometimento com a Audi faz Lucas efetivamente sair do WEC, não o fazendo pensar em se manter na categoria, mas por algum outro time ou classe.
“Creio que não. Meu foco é seguir com a Audi na Fórmula E. É a minha prioridade. Fazer corridas no WEC, em outra equipe, não faria o menor sentido."
Fórmula E
Com os alemães dando maior atenção à categoria dos carros totalmente elétricos, o atual vice-campeão acredita que o futuro será promissor.
“Nesta temporada, mesmo com o envolvimento maior da Audi, o carro foi totalmente desenvolvido em conjunto com a Schaffler. Creio que com a chegada da Audi, o carro vai evoluir bastante.”
“Tínhamos uma restrição grande de orçamento e 'know how' em relação à Renault, especialmente na temporada passada. Neste ano, estamos mais próximos e com a chegada da Audi, temos muita margem para crescimento.”
“Em corridas, você precisa ter um bom equipamento e a Audi sempre construiu bons carros em todas as categorias que passou e, sem dúvida, tê-los na F-E será uma ajuda muito grande."
"E a categoria tem crescido muito – já vejo a F-E como a segunda categoria mais importante do mundo em termos de dificuldade para se tornar vencedor e de nível dos pilotos.”
“Essa ascensão deve se tornar ainda mais evidente no futuro e, a longo prazo, há chance de ameaçar e coexistir em condição de igualdade com a F1. Já temos mais montadoras que a F1, então é uma questão de tempo. Claro que isso vai demorar para acontecer, mas será uma realidade em algum momento.”
DTM
Apesar de se retirar do WEC, a Audi permanece no DTM, mas di Grassi não acredita que possa fazer o campeonato de turismo junto com a Fórmula E.
“Eu já testei o carro algumas vezes e me senti bem. Chegou a existir conversa para eu correr lá em algum momento, mas eu prefiro a F-E. Creio que o desafio é muito maior. Hoje em dia, a categoria já tem um status significativo, é uma série mundial, não local."
"Além disso, há conflito de datas, não dá para fazer os dois campeonatos, foi o que aconteceu com o (António Felix) da Costa na BMW, então mesmo se eu pudesse escolher entre as duas, escolheria a F-E, sem dúvida. Tanto do ponto de vista financeiro, quanto do desafio, a F-E já é maior.”
“Além disso, tenho muito mais 'know how' de carros de fórmula do que de turismo – corri algumas vezes na Stock Car e de GT em Macau, nunca fiz uma temporada completa."
"Então eu ainda teria que aprender muito, enquanto na F-E eu já estou consolidado, tendo disputado o título nas duas temporadas. Para mim faz muito mais sentido.”
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