Di Grassi: "é um peso que sai das minhas costas"
Após conquista histórica no Mundial de Endurance, Lucas di Grassi conversou com exclusividade com o Motorsport.com Brasil e falou sobre a vitória em Spa-Francorchamps, além de abordar as 24 Horas de Le Mans e a temporada da Fórmula E
Lucas di Grassi está em um grande ano. Líder da Fórmula E, o piloto da ABT lidera a segunda temporada do campeonato de carros elétricos, com 126 pontos contra 115 de Sébastien Buemi, da e.Dams - que, teoricamente, possui o carro mais veloz. O brasileiro tem três vitórias - seriam quatro, caso di Grassi não tivesse sido desclassificado no ePrix do México.
No último sábado (7), o brasileiro adicionou mais um elemento ao ano positivo com a primeira vitória no Mundial de Endurance, triunfando na caótica 6 Horas de Spa-Francorchamps. Após a conquista histórica, a primeira de um brasileiro no WEC e a primeira em um campeonato de protótipos desde 1987, quando Raul Boesel venceu no extinto Mundial de Protótipos, di Grassi conversou com exclusividade com o Motorsport.com Brasil. Confira:
O que essa vitória significa para você em uma temporada que tem sido bastante positiva?
“Significa bastante, minha primeira vitória no WEC, primeira com a Audi – cheguei perto várias vezes e não tinha conseguido. É um peso que sai das minhas costas, tenho lutado muito para conseguir bons resultados nessa categoria, que é tão importante, e finalmente veio o resultado que esperávamos.”
“Na verdade, a vitória veio na corrida que menos esperávamos, acho que foi um resultado surpreendente para todos. Mas no final, o nosso carro foi o que teve mais confiabilidade – isso faz parte das corridas de endurance. Todos tiveram problemas em Spa, inclusive a gente, mas o nosso carro foi o que 'quebrou menos' nesta prova.”
Desde que você entrou na Audi, seu trio passou por muitas trocas. Agora, você está na segunda temporada com Loïc Duval e Oliver Jarvis. Qual a importância dessa estabilidade?
“É grande, porque em uma condição que você divide o carro com outros pilotos – algo que nunca aconteceu comigo em outras categorias, como a F1, F-E e GP2, quando as decisões sobre o carro cabiam apenas a mim – você precisa conversar com eles sobre o acerto, a estratégia. É necessário entender os pontos fortes e fracos de cada um e tentar acertar isso para obter o melhor resultado. Com estabilidade, você entende melhor as características de cada um e ajusta da melhor maneira.”
As 6 Horas de Spa-Francorchamps foram repletas de problemas técnicos nos carros híbridos da LMP1. Tendo em vista as 24 Horas de Le Mans, o que é mais importante: confiabilidade ou velocidade?
“Em Le Mans, sem dúvida, a confiabilidade é importante. Se você quebrar na 23ª hora, de nada adianta ter velocidade. É uma corrida muito estressante para o carro – e não existe mais essa história de poupar equipamento durante a prova, são 24 horas de pé embaixo e se não fizermos isso, nossos rivais farão.”
"Então é uma combinação dos dois fatores e, na prova deste ano, os sistemas híbridos – que estão ainda mais complexos nesta temporada - serão muito importantes. É o que tem gerado os maiores problemas de confiabilidade – foi o que causou nosso abandono em Silverstone, foi o que falhou no carro da Porsche em Spa. Os seis principais carros da LMP1 utilizam tecnologia híbrida e estão suscetíveis a falhas neste sentido, então a confiabilidade será fundamental.”
O seu trio chega a Le Mans com mais pontos do que os companheiros de equipe. Existe alguma possibilidade de, em caso de dobradinha na frente ou em que o #7 esteja à frente de vocês, que a Audi dê ordens para priorizar vocês?
“Não creio que isso deve acontecer em Le Mans – nem na Audi, nem nas outras equipes – ainda é cedo para isso. Será, como eu disse, uma prova de 'pé embaixo' e quem for o mais veloz e mais confiável vencerá. É muito difícil ver ordens de equipe tão cedo no Mundial de Endurance.”
Por fim, como você vê a temporada atual da F-E?
“A F-E tem sido excelente para mim. Não temos o melhor carro – o da e.Dams é superior, sem dúvida – mas temos sido bastante consistentes. Apesar da desclassificação no México, lidero o campeonato com 11 pontos à frente de Buemi e, sem a exclusão, estaria com 39 de vantagem, com a disputa praticamente definida. Com a vantagem atual e sem o melhor carro, creio que ainda há muito pela frente.”
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