Kubica diz que memórias da F1 dificultaram retorno às pistas
Robert Kubica, que disputa temporada 2017 do Mundial de Endurance com a By Kolles, reconhece que memórias dos tempos da Fórmula 1 o fizeram relutar quanto ao retorno às competições em circuitos fechados
Robert Kubica está de volta em definitivo aos circuitos fechados nesta temporada. O polonês, de 32 anos, será um dos pilotos da ByKolles no Mundial de Endurance.
Kubica, reconhecidamente um dos pilotos mais talentosos a aparecer na Fórmula 1 na década passada, teve apenas uma vitória na categoria - no GP do Canadá de 2008. No início de 2011, o piloto sofreu um grave acidente em uma prova de rali e a passagem pela F1 se encerrou.
Enquanto ainda se recuperava, Kubica se aventurou pelo mundo do rali, chegando a competir no Mundial de Rali. Em 2016, o polonês começou a participar de eventos esporádicos em circuitos fechados, especialmente em provas de endurance.
Ao falar com a imprensa durante os testes oficiais do WEC em Monza, Kubica reconheceu que as memórias dos tempos de F1 o deixaram receoso para voltar às pistas.
"Passei por um período complicado em minha vida. Primeiro, decidi andar em carros de rali, mas as coisas não foram como eu esperava. No fim, parei por um tempo, para reiniciar tudo", disse.
"Eu me afastei bastante dos circuitos após minha recuperação do acidente, pois o circuito me lembrava demais as coisas que eu fazia antes. Era tudo para mim. As corridas e a F1 eram o melhor que eu poderia ter", reconheceu.
"Para ser honesto, fiquei surpreso ao ver, no Bahrein e aqui em Monza, tanta gente da qual me lembro da época de F1. É algo que antes, sem dúvida, teria trazido sentimentos confusos para mim. No fim, esse período acabou, estou pronto para trabalhar 100% no meu desafio para este ano e além", garantiu.
Incertezas na LMP1
Devido ao acidente de 2011, Kubica reconhece que, inicialmente, ele não tinha certeza se seria capaz de registrar tempos competitivos com um carro da LMP1, dizendo até que avisou Colin Kolles, chefe da equipe, que ele poderia não ser capaz de dar conta do trabalho após dar apenas uma volta.
"No início, eu não tinha certeza se seria capaz de pilotar carros LMP, pois o cockpit é muito pequeno, especialmente os com o cockpit deslocados para a direita. Eu não queria fazer algo em que não tivesse 100% de certeza que pudesse guiar", afirmou.
"Isso me traria lembranças novamente, realçaria que tenho mais dificuldades do que eu acredito que tenha. Deixei claro para Colin, mesmo com o carro já no Bahrein: 'Ok, vou ao teste, é um risco que assumo, mas você também assume um risco'. Poderia acontecer de eu entrar no carro, dar uma volta e sair, entendendo que não era capaz de pilotar aquele carro", contou.
"Foi minha primeira vez em um LMP1 na vida. Foi uma boa experiência - não completei muitas voltas, mas encontrei um bom ritmo imediatamente."
"Ele deixou claro que se eu tivesse interesse, ele ficaria feliz em me colocar no carro. Eu disse 'Por que não?' - para mim, é uma boa e suave forma de voltar aos circuitos fechados, especialmente em uma categoria na qual não tenho experiência", completou.
Reportagem adicional por Guillaume Nedelec
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