ANÁLISE F1: FIA proíbe inovações apresentadas por Mercedes e Aston Martin para 2023; entenda

Novidades apresentadas pelas equipes ao longo de 2022 chamaram a atenção do padock

Mercedes W13 front wing detail

Foto de: Giorgio Piola

Análise técnica de Giorgio Piola

Análise técnica de Giorgio Piola

Com a chegada de um novo regulamento, vem junto as inovações e diferentes interpretações das regras. Ao longo da temporada 2022 da Fórmula 1, algumas ideias foram introduzidas pelas equipes, com duas extremas, de Mercedes e Aston Martin, que se destacaram, mas que agora estão banidas para 2023.

Os conceitos inovadores, envolvendo a placa final da asa dianteira da Mercedes e a asa traseira da Aston Martin, agora foram declarados ilegais pelo regulamento técnico da F1.

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Ambos os conceitos chamaram a atenção do paddock porque, apesar de cumprirem com a palavra da lei e serem declarados legais pela FIA, parecem ir contra um conceito maior de design de carro para aumentar a performance mas, ao mesmo tempo, impedem que os carros sigam uns aos outros.

A asa dianteira radical da Mercedes fez sua primeira aparição no GP de Miami, trazendo um design único na intersecção entre a área com flaps e a placa final. Isso foi feito para recuperar parte do outwash perdido com o novo regulamento.

As aletas flaps foram jogadas adiante de forma bem agressiva no setor externo, para que a borda traseira inferior da placa final fosse completamente destacada das flaps.

Enquanto isso, a Aston Martin chamou a atenção no GP da Hungria, quando introduziu um design de asa traseira que parecia quebrar uma das principais intenções do regulamento de 2022. O modelo trazia um arranjo único na porção dianteira da placa final, que permitia à placa principal ser utilizada de forma mais tradicional, aumentando seu uso e a geração de downforce.

O novo regulamento tinha como esperança dar adeus à tradicional interação da placa final e da asa que havia no pasado, com uma transição curva entre os elementos. Isso foi projetado para reduzir a força do vortex de ponta, limitando a quebra do fluxo de ar e ajudando no objetivo geral de tornar mais fácil para os carros seguirem uns aos outros.

Enquanto a FIA estava feliz em permitir que os conceitos seguissem até o fim do ano, mudanças formais foram feitas ao regulamento técnico de 2023 para evitar casos nebulosos como esse. Nikolas Tombazis, diretor técnico de categorias de monopostos da FIA, disse: "Obviamente este ano ambos estavam legais. O regulamento foi mudado de forma a parar com essas soluções".

Isso foi feito através da alteração do regulamento, tornando-o mais rígido quanto ao uso de flaps nas asas dianteira e traseira, além de serem mais específicas sobre definições acerca da asa traseira.

Vantagem de performance

Detalhe da asa traseira do Aston Martin AMR22

Detalhe da asa traseira do Aston Martin AMR22

Photo by: Giorgio Piola

Apesar da ideia da Aston Martin ter sido banida, o diretor de performance da equipe, Tom McCullogh, disse ter orgulho do fato de seu time ter criado algo tão ousado em meio a uma era restritiva de regras.

"Acho que o legal deste ano é o fato de termos criado algo inédito. Foi uma interpretação muito diferente das regras que acrescentaram performance ao nosso carro. Era uma parte que as rivais não podiam copiar rapidamente porque ser complicado lidar com tantos regulamentos".

"Então, de certo modo, tivemos uma vantagem este ano, porque no momento em que trouxemos isso para Budapeste, era tarde para as pessoas reagirem e, do ponto de pista do teto orçamentário, eles já haviam feito asas de alto downforce. Isso me deixa feliz".

"Muitas pessoas se envolveram neste projeto por um longo tempo. Foram meses de vai e volta com a FIA. Mas eu entendo: nosso trabalho é sempre tirar o máximo do regulamento e, se eles mudarem, vamos nos adaptar à essa realidade".

Um processo correto

Lewis Hamilton, Mercedes W13, Lance Stroll, Aston Martin AMR22

Lewis Hamilton, Mercedes W13, Lance Stroll, Aston Martin AMR22

Photo by: Steve Etherington / Motorsport Images

Tombazis deixou claro que, enquanto há na escrita do regulamento algo que evite que as equipes introduzam novidades que afetem o esporte, a FIA sempre utilizará do processo regulatório completo para fechar as portas. Isso significa conversar com as equipes e passar pela Comissão da F1 e o Conselho Mundial de Automobilismo da FIA para mudar o regulamento para o futuro.

O Artigo 3.2.1 do Regulamento Técnico da F1 diz: "Um objetivo importante do Regulamento no Artigo 3 é permitir que os carros sigam uns aos outros de perto, garantindo que a perda aerodinâmica na performance do carro seja mantida ao mínimo. Para verificar se esse objetivo foi cumprido, os competidores podem ter que fornecer à FIA informações relevantes".

Questionado se as mudanças para 2023 foram incentivadas por preocupações sobre os designs ferirem o esporte, Tombazis disse: "Algumas coisas que mudamos no regulamento estão na categoria".

"Mas aquele artigo [3.2] não foi pensado para isso: 'Ok, se você é inteligente e tem uma solução, vamos tirar do carro imediatamente'. Isso dá apenas uma explicação sobre porque temos que intervir no regulamento de vez em quando. Mas fazemos isso via governança. Não temos o direito simplesmente tirar algo porque não gostamos".

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