ANÁLISE: Por que um pódio para a Haas não é sonho distante na F1 2022?

Equipe americana mostrou ser capaz de liderar o meio do pelotão no Bahrein e pode aproveitar corridas 'malucas' para alçar voos maiores

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Foto de: Zak Mauger / Motorsport Images

Quando o chefe da Haas na Fórmula 1, Gunther Steiner, apareceu em sua sessão de mídia pós-GP do Bahrein com de 20 minutos de atraso, ele se desculpou: "Perdão pessoal, tivemos que fazer uma foto da equipe!", disse ele aos jornalistas reunidos antes de se sentar para falar sobre o bom dia: Kevin Magnussen havia acabado de terminar a corrida em quinto, dando ao time americano seu primeiro top 10 desde 2020 e mais pontos em duas horas do que nos últimos dois anos.

Ninguém o culpou por estar atrasado; afinal, foi por um bom motivo. A Haas finalmente teve ótimas notícias para comemorar depois de temporadas difíceis que trouxeram pouca alegria em termos de resultados e um período turbulento fora da pista com a saída de Nikita Mazepin e do principal patrocinador, Uralkali.

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O hype da equipe começou no segundo teste de pré-temporada, quando o ritmo do VF-22 começou a aparecer e o retorno de Magnussen foi confirmado. Uma vez que o dinamarquês ficou em sétimo na classificação, ficou claro que o tempo de um carro atrasado havia acabado, algo que só se solidificou por sua corrida para o quinto lugar na prova - o melhor resultado da escuderia desde o GP da Áustria de 2018.

Chegando à Arábia Saudita neste fim de semana, deu para notar uma alegria natural em todos na Haas. O time ocupa um respeitável terceiro lugar no mundial de construtores, atrás apenas de Ferrari e Mercedes. Steiner deixou claro após a corrida que não espera que isso dure muito, mas ele estava feliz por "curtir o sonho" e sucesso que estavam há tanto tempo em construção.

Quando Steiner convocou Gene Haas após a corrida no Bahrein, o dono da equipe foi rápido em perguntar sobre a próxima semana: a equipe poderia ser competitiva também em Jeddah? O bom resultado chegou, agora é uma questão de torná-lo regular.

A própria natureza dos pilotos e equipes é olhar para frente e pensar maior - então, para a Haas, o único próximo passo real a partir daqui é pensar em um pódio, algo que ainda não foi alcançado desde que ingressou no grid em 2016. Para uma equipe que marcou zero pontos no ano passado e teve que esperar por um ano de transição, é uma reviravolta notável que superou até suas próprias expectativas.

"Toda equipe queria estar lá em cima, mas acho que ninguém realmente antecipou os problemas que poderíamos enfrentar, porque, caso contrário, não os teríamos", disse Mick Schumacher, que admitiu estar decepcionado com o 11º lugar conquistado no Bahrein. "Nós certamente não pensamos que iríamos tão longe. Imaginávamos que estaríamos no meio do pelotão, mas subir ao topo do 'resto' foi impressionante."

O alemão está certo, principalmente considerando o quão competitivo é o 'meio-campo' da F1. Resultados inesperados que surgiram nos últimos dois anos tendem a recompensar aqueles que estão à espreita das líderes, como no caso das recentes vitórias de Esteban Ocon em 2021 e Pierre Gasly em 2020.

Kevin Magnussen, Haas VF-22, Pierre Gasly, AlphaTauri AT03

Kevin Magnussen, Haas VF-22, Pierre Gasly, AlphaTauri AT03

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

Na temporada passada, apenas duas equipes - Haas e Alfa Romeo - não conseguiram um pódio, em grande parte graças a alguns resultados malucos em Baku, Hungria e Spa. Em um momento em que todas as escuderias estão se familiarizando com os novos carros e a confiabilidade é uma grande preocupação, não está fora da possibilidade pensar que um top 3 pode estar ao alcance da Haas se ela manter sua forma.

"Se você está sempre atrás das melhores equipes – o que eu acho que é o melhor que você pode conseguir a menos que esteja em uma Mercedes, Ferrari ou Red Bull – será o primeiro a conseguir esse pódio se algo acontecer”, disse Magnussen. "Não nos vejo lá em ritmo tão cedo, mas poderia esperar estar na posição do Bahrein, liderando o pelotão. Você espera que possamos fazer isso com mais frequência e manter esse nível deve ser o objetivo."

"Se você estiver lá, será o primeiro a receber o pódio naquele dia de sorte em que muitos pilotos têm problemas - o que já aconteceu antes."

Magnussen foi realista dizendo que "não esperava" o pódio conhecendo o ritmo das três ponteiras e o desafio que seria para a Haas se aproximar delas, mas admitiu que a chance de conquistar um pódio passou pela sua cabeça. "Acho que não temos ritmo – mas estou sonhando com esse top 3." O último pódio do dinamarquês foi na sua estreia na F1, em 2014.

Schumacher ecoou os pensamentos de Magnussen, reforçando que o objetivo da Haas era estar no lugar certo na hora certa para que pudesse capitalizar os problemas dos que estão mais à frente. "Queremos estar perto o suficiente para quando as coisas desmoronarem na ponta", disse ele. "Eu não diria que não há chance de estarmos no pódio em algum momento deste ano. Temos 22 corridas restantes, então há muito mais chance de haver um fim de semana louco vindo em nossa direção."

Então, por que não a Arábia Saudita? Embora o pódio Verstappen-Hamilton-Bottas tenha sido comum para os padrões de 2021, a corrida em si foi repleta de loucuras e incidentes, incluindo duas bandeiras vermelhas. Embora tenha havido ajustes na pista este ano para tornar a corrida mais segura, o circuito de rua mais rápido da F1 ainda pode causar uma ou duas surpresas.

Kevin Magnussen, Haas VF-22, Lewis Hamilton, Mercedes W13

Kevin Magnussen, Haas VF-22, Lewis Hamilton, Mercedes W13

Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images

A Haas saberá que a luta no meio do pelotão só ficará mais difícil este ano à medida que os rivais desenvolvam seus carros e extraiam mais desempenho. No entanto, o próprio fato da equipe ser capaz de considerar a conquista de um pódio mostra que houve a reviravolta.

Na sessão de mídia pós-corrida do Bahrein, Steiner brincou que foram "dois anos de m***" para a escuderia, tornando a foto pelo P5 e P11 de sua dupla algo importante. Se conseguir um pódio, haveria razão para chamar outra.

"Espero que estejamos lá na hora certa e no lugar certo", disse o chefe da Haas já em Jeddah nesta quinta-feira (25). "Não sei se algum dia teremos essa sorte, mas se surgir, espero que estejamos lá. Houve algumas equipes menores nos últimos dois anos conseguindo pódios que não esperávamos."

"Se houver uma oportunidade, talvez possamos aproveitá-la. Seria muito bom", concluiu.

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