Análise Técnica: Como a Alpine teve o programa de desenvolvimento mais agressivo da F1 2022
A Alpine busca dar a volta por cima após anos de marasmo na F1 com um programa agressivo de desenvolvimento do A522
Tentando tirar o máximo dos recursos melhorados na fábrica de Enstone, e uma unidade de potência bem melhor vinda de Viry-Chatillon, a Alpine acabou sendo uma das surpresas da Fórmula 1 2022.
Isso é parcialmente culpa da adoção de uma busca agressiva de desenvolvimento em comparação aos rivais, trazendo atualizações em praticamente todas as corridas em vez de focar em pacotes.
Comparação de freio dianteiro da Alpine A521 e 522
Photo by: Uncredited
A Alpine fez uma mudança no local da pinça para 2022, movendo-a para a frente da montagem, em vez da traseira.
Possivelmente isso foi uma decisão pensada pela aerodinâmica, em vez de questões mecânicas, com o design da pinça também sendo pensado meticulosamente para garantir que o calor gerado pelo disco tinha uma forma de atravessar.
Comparação de sidepod da Alpine A522
Photo by: Uncredited
A Alpine iniciou seu programa de desenvolvimento com uma rápida mudança no perfil traseiro do sidepod, alterando consideravelmente a forma da seção descendente da rampa.
O ombro externo mais arqueado também resultou em uma seção de canal interno mais profunda, para não somente ajudar a definir a passagem do fluxo de ar, como também ter mais influência sobre o fluxo gerado pelo pneu traseiro.
Comparação da asa traseira da Alpine A522
Photo by: Uncredited
A equipe também trouxe uma nova asa traseira de baixo downforce no Bahrein, marcando seu ponto em relação aos rivais, com o time francês aparentemente capaz de ajustar melhor o carro dependendo do circuito.
Fernando Alonso, Alpine A522
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
A asa traseira foi mantida para a Arábia Saudita, mas a equipe trouxe uma nova abordagem no design da placa final, optando por não usar um corte no canto superior traseiro. Isso teria como efeito uma alteração no downforce e nas características de arrasto da asa, com um design que apareceria no W13 da Mercedes mais tarde.
Comparação da dianteira do assoalho da Alpine A522
Photo by: Uncredited
O processo de otimização continuou na Austrália, quando a equipe alterou a forma da cerca externa do assoalho (linha branca pontilhada), e a seção de rampa na sequência (seta vermelha).
Esteban Ocon, Alpine A522
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
Uma boa visão superior do A522 em Ímola, mostrando as mudanças feitas no sidepod e no assoalho ao longo das primeiras corridas.
Detalhe lateral da Alpine A522
Photo by: Giorgio Piola
Imagem em close dos sidepods e do assoalho, que foram modificados novamente para Ímola, com destaque para a haste que foi acrescentada ao assoalho, ajudando a reduir o peso geral da região.
Comparação de assoalho da Alpine A522
Mais mudanças também surgiram na borda do assoalho (seta vermelha) e na cerca externa do assoalho (linha pontilhada amarela), com a equipe buscando introduzir lentamente novidades que aumentariam a performance.
Detalhe dos sidepods da Alpine A522
Photo by: Giorgio Piola
Uma imagem da 'asa babador' do A522 no GP de Miami, surgindo no carro após outras soluções similares nas rivais nas corridas anteriores.
Esteban Ocon, Alpine A522
Photo by: Jerry Andre / Motorsport Images
Uma visão de cima da área central do A522, que mostra os painéis de guelras de resfriamento usados para ejetar o calor da superfície superior dos sidepods.
Fiscais movem o carro de Esteban Ocon após a batida
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
No GP de Miami, tivemos uma rara chance de olhar a parte inferior do A522, que nos permitiu ver as cercas do assoalho, o contorno da parte de baixo, os túneis e a transição para o difusor.
Placa final da asa dianteira da Alpine A522
Photo by: Giorgio Piola
No GP da Espanha, foram feitas mudanças na asa dianteira, com inspiração vinda da Haas no design da borda da placa final (linha amarela). Isso obviamente teve também um impacto na geometria da superfície do local (seta vermelha).
Detalhe da asa traseira da Alpine A522
Photo by: Giorgio Piola
Uma asa traseira de maior downforce também chegou, mas o design continuou com os mesmos destaques das outras especificações já vistas.
Esteban Ocon, Alpine A522
Photo by: Mark Sutton / Motorsport Images
Uma olhada na asa em questão, com o DRS ativado, nos dá uma visão dos amortecedores de metal montados na parte inferior da asa para evitar que ela vá longe demais quando está fechada.
Comparação da asa beam da Alpine A522
A Alpine não somente teve uma nova especificação de asa de baixo downforce para o GP do Azerbaijão como também fez uma mudança para a asa beam estilo biplano empilhada que a Red Bull vinha usando desde o início da temporada.
Lateral da Alpine A522
Photo by: Giorgio Piola
Uma nova entrada para o sidepod chegou em Baku, com ela sendo movida consideravelmente adiante em comparação com a especificação anterior. Isso teve não somente um impacto no fluxo para os sidepods como também aumentou o corte inferior para melhorar o fluxo ao redor dele.
Detalhe lateral do assoalho da Alpine A522
Photo by: Giorgio Piola
A entrada esticada do sidepod vista de lado, destacando o quando que sua adição modificou a área.
Comparação da asa beam da Alpine A522
Photo by: Giorgio Piola
Novas otimizações para a asa beam vieram no Canadá, com a equipe voltando a um layout mais convencional para aquele circuito, mas alterando a forma dos elementos (linhas pontilhadas).
Detalhe dos sidepods da Alpine A522
Photo by: Giorgio Piola
Uma mudança radical da carenagem do sidepod veio para Silverstone, com a fenda introduzida mais cedo na temporada sendo colocada bem mais adiante.
Alpine A522
Photo by: Uncredited
Uma boa visão da região da asa babador sem a carenagem. Há vários equipamentos colocados aqui, enquanto as raízes do suporte de metal em forma de foice podem ser traçados à época na qual a equipe corria sob o nome de Lotus.
O "patins de gelo" da Alpine A522
Querendo aparecer na parte inferior do assoalho, podemos ver a solução apelidada de "patins de gelo" que foi adotada pela Alpine após aparecer primeiro no RB18 da Red Bull.
Detalhe do bico da Alpine A522
Photo by: Uncredited
Uma olhada no painel do bico, a estrutura interna e a tubulação semelhante a uma impressora estilo fita usada para transportar o fluxo de ar entre ela e a área de resfriamento do piloto no painel.
Detalhe da Alpine A522
Photo by: Giorgio Piola
Uma rara visão das cercas internas do assoalho, que guardam o túnel na parte inferior.
Detalhe da asa traseira da Alpine A522
Photo by: Giorgio Piola
Outra nova especificação da asa traseira apareceu no GP da Áustria, com a equipe buscando encontrar o balanço perfeito para o circuito e a altitude.
Comparação da asa beam da Alpine A522
Photo by: Giorgio Piola
Novas mudanças na asa beam para o GP da Hungria, com a equipe tirando a carga das bordas externas visando reduzir o downforce (linha pontilhada amarela).
Comparação do duto de freio traseiro da Alpine A522
Photo by: Giorgio Piola
A equipe mudou o layout do duto de freio traseiro para o GP da Bélgica, removendo a abertura externa para limpar um caminho em direção às aletas traseiras (seta vermelha), abrindo uma entrada entre a cerca e a parede lateral do pneu.
Comparação da cerca do assoalho da Alpine A522 (destaque em verde)
Photo by: Giorgio Piola
A cerca mais externa do assoalho também foi otimizada mais uma vez, com a seção em forma de rampa sendo movida para suavizar a transição entre as superfícies superior e inferior.
Detalhe da asa traseira da Alpine A522
Photo by: Uncredited
A equipe buscou balancear o carro para o GP da Holanda, com mudanças na asa dianteira e na asa beam.
Comparação de assoalho da Alpine A522
Photo by: Alpine
As otimizações do assoalho continuaram no GP de Singapura, com a borda passando por uma mudança de perfil além da inserção extra de metal para ajudar com a flexão.
Detalhe do assoalho da Alpine A522
Photo by: Giorgio Piola
Essa tendência seguiu em Austin, com a equipe introduzindo uma solução vista no resto do grid, em que uma aleta poderia ser encontrada saindo de um recorte sob o piso. Isso foi conectado ao patins de gelo.
A aba moveu-se em relação ao patins em vez do assoalho, ajudando a reduzir o impacto do esguicho do pneu no desempenho do difusor.
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