Análise
Fórmula 1 GP da Áustria

Análise técnica, GP da Áustria: asa traseira radical da McLaren

Giorgio Piola e Matt Somerfield analisam atualizações de McLaren, Williams e Manor durante o GP da Áustria

McLaren MP4/31 rear wing endplate, Austrian GP

Análise técnica de Giorgio Piola

Análise técnica de Giorgio Piola

McLaren

A McLaren chegou à Áustria com grandes esperanças depositadas em seu novo projeto de asa traseira, mas depois de uma curta tentativa no TL1, foi decidido que o time não usaria a atualização pelo resto do fim de semana.

O novo e complexo design da asa traseira será julgado novamente com algumas revisões em Silverstone, mas inconsistências apresentadas durante a sessão de sexta-feira fazem a McLaren reconsiderar seus méritos.

 

McLaren MP4-31 rear wing end plate
McLaren MP4-31 asa traseira

Foto: XPB Images

As placas terminais radicais estão juntas por um plano principal convencional e um flap superior, que é usado em um ângulo mais agressivo do que seria de se esperar, exatamente para que se possam utilizar as alterações feitas nas placas terminais.

A ranhura que funciona em cima da placa terminal da extremidade é suplementada por uma outra logo atrás dela. Enquanto isso, as ranhuras gradientes, que geralmente ficam abaixo da linha do plano principal, foram removidas a fim de permitir que as ranhuras extremamente altas se tornem a principal característica do novo design.

Aumentando a rigidez e controlando a direção do fluxo de ar em torno da placa terminal, temos três chapas horizontais que são normalmente colocadas em ângulos muito mais acentuados na placa terminal.

As mudanças têm formatos especiais para não só melhorar o desempenho da asa traseira, mas também para trabalhar em conjunto com o difusor, que também foi ligeiramente revisto.

McLaren front brake duct comparison
Comparação de duto de freio McLaren

Foto: Giorgio Piola

O duto do freio dianteiro também contou com uma mudança. O tambor foi remodelado de forma a alterar o movimento do ar e do calor internamente e entre a superfície do tambor e o aro da roda.

O tambor foi reformulado também, com uma superfície afunilada chegando à principal barreira vertical (notar a superfície plana da especificação mais velha na inserção).

Isso permite que o fluxo de ar fique entre a barreira vertical e as paredes dos pneus, mudando a forma como o calor irradia a partir dos freios para o aro da roda, o que afeta uma região específica do pneu.

Por alterar a temperatura interna do pneu, isso pode fazer maravilhas para melhorar o desempenho e a degradação dos pneus.

Uma entrada vertical se situa na linha de afunilamento, reduzindo a temperatura de operação dos freios.

Williams

A Williams voou com duas novas asas dianteiras na sexta-feira à noite para tentar melhorar sua posição em relação aos rivais. O time é ameaçado no momento pela Force India.

Williams FW38 front wing, Baku GP
Williams FW38 asa dianteira, GP de Baku

Foto: Giorgio Piola

A asa utilizada por Valtteri Bottas foi muito semelhante à configuração anterior, ainda que pintada com um novo acabamento que aumenta a rugosidade da superfície, semelhante a uma pele de tubarão.

Esta pintura perturba o fluxo de ar sobre a asa, melhorando o desempenho, enquanto também previne quaisquer detritos de pneus de ficarem em sua superfície.

Como resultado, dois pequenos "dentes" montados na segunda aba do plano principal e à frente das cintas de suspensão foram removidos também.

Felipe Massa teve o novo design com inúmeras mudanças para melhorar a forma como o ar se move atrás, sobre e em torno do pneu dianteiro.

Williams FW38 front wing, captioned, Austrian GP
Williams FW38 asa dianteira, Áustria

Foto: Giorgio Piola

[1] A forma da cascata 'r' foi completamente alterada com a ponta muito mais para trás e inclinada em direção a cascata principal.

[2] Montada dentro da cascata principal, há uma nova palheta vertical que é agressivamente apontada para fora para melhorar a forma como o fluxo de ar é movido para fora. Uma pequena fenda pode ser encontrada apenas fora da ponta que ajuda a superar o ângulo de incidência.

[3] Na base das principais estruturas das cascatas nenhuma ranhura foi colocada na superfície, o que significa menos impacto de fluxo.

[4] A placa terminal exterior foi reformulada e seu ângulo aumentou para alterar a forma como a pressão aumenta.

Massa utilizou a asa durante a qualificação, mas nas preparações pré-corrida a equipe notou danos à asa, provavelmente causados pelas zebras, o que significou que a atualização não pôde ser usada.

Como era a única disponível para a equipe, Massa foi forçado a largar do pit lane e com a mesma asa de Bottas.

Williams FW38 rear wing endplate, Austrian GP
Williams FW38 placa terminal, GP da Áustria

Foto: Giorgio Piola

A Williams introduziu uma nova asa em Baku, embora Massa tenha a utilizado brevemente em Montreal antes de ter problemas com o DRS e destruir a asa em um acidente.

A asa apresenta um novo conjunto de ranhuras na placa terminal que arqueiam para baixo em vez de simplesmente seguir uma linha reta, mudando a forma como as formas de ponta e de vórtice atuam na aba e na placa terminal, resultando em menos arrasto.

O que não foi notado em Baku foi a alteração feita na base da placa de extremidade, com a ranhura principal na perna do suporte, que teve a altura aumentada.

Manor

Pascal Wehrlein conseguiu um desempenho impressionante durante o fim de semana do GP da Áustria, não só aproveitando os erros dos outros, mas também dando um salto surpreendente no ritmo em relação a seus concorrentes.

Manor front wing comparison
Comparação asa dianteira Manor

Foto: Giorgio Piola

O piloto alemão teve uma nova especificação de asa dianteira, enquanto Rio Haryanto teve de se contentar com a especificação anterior.

A nova asa contou com um apoio lateral revisto, o que aumenta a rigidez e a forma como as laterais operam sob carga.

A especificação anterior (esquerda) teve um pequeno suporte de metal colocado para ser ligada ao plano principal, enquanto que a nova versão (à direita) apresenta um apoio mais substancial do suporte.

A distorção dos flaps é o que a Manor está querendo evitar com seu novo suporte, além de melhorar a maneira com que se move o fluxo de ar ao redor da parte traseira da asa.

Entendemos também que mudanças foram feitas nas suspensões dianteiras, com o time melhorando seus acertos mecânicos, o que também dita o desempenho dos pneus e a degradação.

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Williams
Manor Racing
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