Di Grassi explica crítica a Vettel e à F1: Fórmula E "é muito mais relevante"

Piloto da Mahindra defende sustentabilidade 'real' da categoria elétrica que correu no Brasil neste fim de semana

Lucas di Grassi, Mahindra Racing, is interviewed

Foto de: Simon Galloway / Motorsport Images

Campeão da temporada 2016/17 da Fórmula E e piloto da Mahindra na categoria de carros totalmente elétricos, o brasileiro Lucas di Grassi explicou as críticas feitas ao tetracampeão mundial Sebastian Vettel, da Alemanha, e à própria Fórmula 1 em setembro do ano passado.

Na época, o alemão, que tinha anunciado sua aposentadoria da F1 ao fim de 2022, disse que não aceitaria um papel de "embaixador" na F-E. "Não quero ser o rosto de algo que não me convence totalmente. Eu não entendo o significado por trás [da F-E]. A tecnologia de bateria que está sendo desenvolvida não tem nada a ver com a tecnologia que um carro normal poderia usar", afirmou o germânico ao Zeit antes do GP da Holanda do ano passado, quando ainda corria na Aston Martin.

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O brasileiro, então, manifestou sua opinião no Twitter: "Se Vettel não quer vir para a F-E, a escolha é dele. Embora seja o segundo monolugar mais bem pago do mundo, ainda está longe de um salário alto na F1". 

"Agora, para dizer que a tecnologia dos carros é menos relevante para o futuro dos automóveis, ele: ou não tem ideia do que está falando ou está tentando enganar o público em geral de propósito. E/ou todas aquelas coisas verdes que ele tem feito ultimamente - coletando lixo, andando de bicicleta etc - é completamente greenwashing, não o que ele realmente acredita. Então, o que quer que ele goste ou não da série, ele deve apoiá-la. Isso é tudo."

 

Antes do ePrix de São Paulo, primeira etapa da F-E no Brasil, realizado neste fim de semana no Sambódromo do Anhembi, di Grassi foi instado pelo Motorsport.com a comparar a categoria elétrica e a F1 no momento atual, principalmente na perspectiva das fabricantes de automóveis.

"O futuro dos carros vai ser elétrico. Disso, ninguém mais tem dúvida. Grande parte das montadores que estão indo para a F1 está tentando justificar de alguma forma, mas isso é nada mais do que um greenwashing", disse o piloto do Brasil. Greenwashing pode ser definido como a prática de camuflar, mentir ou omitir informações sobre os reais impactos das atividades de uma empresa no meio ambiente.

"Você pode até desenvolver algumas tecnologias, mas o carro 100% elétrico é muito diferente do híbrido", seguiu Lucas, antes de ser questionado pela reportagem sobre se estava se referindo ao mesmo greenwashing que ele afirmou ter sido feito por Vettel.

"É lógico. Se você quer ser sustentável, tem que estar numa categoria de carro elétrico, não de híbrido. Uma categoria que usa dois jogos de pneus por fim de semana, não 20. Enfim... Se as montadoras querem desenvolver tecnologia para o futuro da mobilidade, tem que ser na F-E. Como marketing, sim: vá para a F1. Agora, ir para a F1 justificando 'ser verde'? Não faz o menor sentido", seguiu di Grassi.

O Motorsport.com voltou a mencionar Vettel e ponderou que a maior parte da poluição gerada pela F1 decorre de questões logísticas. "Mais de 95% das emissões da F1 são logística. Vai ter: o avião vai ser [movido] a combustível por décadas, não vai ter avião elétrico. Então, o melhor jeito de você 'ser verde' é diminuir a logística", respondeu di Grassi. Em 2023, a F1 terá 23 fins de semana de corrida, enquanto a F-E terá 11.

"Mas, obviamente, o carro tem todo um impacto nos veículos comerciais, nas centenas de milhões de carros que vão ser produzidos no futuro. A escalabilidade é muito maior. Do ponto de vista do desenvolvimento de tecnologia, é muito mais relevante a F-E", completou o paulistano.

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