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Ecclestone admite ter pago mais de R$ 68 milhões a banqueiro

Chefão da F-1, que está sendo investigado por venda dos direitos comerciais da categoria há cinco anos, disse que foi ameaçado

Ecclestone acredita que será absolvido das investigações

Em mais um final de semana de GP movimentado longe das pistas, Bernie Ecclestone admitiu ter pago 44 milhões de dólares (mais de R$ 68 mi) para o ex-executivo bancário Gerhard Gribkowsky após a venda dos direitos da F-1 há cinco anos, mas acusou o alemão de tê-lo forçado a entregar o dinheiro após ameaças.

Gribkowsky era chefe de operações de risco do banco alemão BayernLB, que vendeu 47% de sua parte para a CVC, comandada por Ecclestone, em 2005, e foi acusado oficialmente nesta semana de evasão fiscal e de ter recebido pagamentos ilegais de Bernie. O inglês também está sob investigamção das autoridades alemãs, que querem saber se Ecclestone pagou Gribkowsky para que ele abalizasse a venda a um valor abaixo do mercado.

Em entrevista ao jornal inglês The Telegraph, Ecclestone afirmou que Gribkowsky mentiu sobre a relação de ambos com a Bambino Holdings, empresa para a qual Ecclestone transferiu suas ações. “Nunca tive nada a ver com a companhia, ele ameaçou que diria que eu estava no comando dela.”

Ecclestone havia feito a transferência porque, como teve problemas no coração na época, temia que, em caso de morte, sua hoje ex-mulher Slavica teria que pagar taxas por não viver no Reino Unido por tempo suficiente para ser considerada moradora. “Ele estava me pressionando e não queria assumir o risco. Não há nada de errado com a companhia. Nada.”

Ecclestone afirmou que perguntou a seus advogados o que aconteceria com ele se Gribkowsky cumprisse sua ameaça. “Eles disseram que iam me investigar, que poderíamos nos defender, mas que demoraria três anos na justiça e me custaria uma fortura. Era melhor pagar.”

De acordo com o dirigente, os pagamentos foram feitos por meio de companhias baseadas em paraísos fiscais – Ilas Maurício e Ilhas Virgens Britânicas – porque “ele queria ser pago de maneira que não parecesse que veio de mim e que não parecesse que veio da Inglaterra.”

Ecclestone até acredita que recebeu menos do que deveria no negócio. “Nunca paguei ninguém que tivesse conexão com a companhia. Tirei meus 5% pela venda da companhia. O Bayerische Landesbank aprovou a venda e a comissão, o que foi barato. Deveria ter ganho mais porque, para este tipo de transação, um banco deveria ter cobrado muito mais. Não há segredos.”

Sendo assim, o inglês espera ser absolvido de todas as acusações e afirmou que havia negado ter dado o dinheiro até agora porque “o promotor me pediu para não falar nada”.

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Julianne Cerasoli
Fórmula 1
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