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"Esses pneus são como andar de esqui com madeira", reclama Vettel

Alemão afirma que é difícil explicar o quão diferente é a pilotagem com borracha deste ano; Button discorda

Os pneus dechapados vistos nos GPs do Bahrein e da Espanha são o motivo da revisão na estrutura da borracha que a Pirelli disponibiliza neste ano, com uma nova geração de produtos “híbridos”, com a carcaça de 2012 e o composto de 2013, sendo preparada para estrear no GP do Canadá em duas semanas. Mas esta não é a única fonte de críticas que a fornecedora vem recebendo.

“Houve muito falatório nas primeiras corridas, especialmente depois de GPs em que a maioria teve dificuldade”, lembra Sebastian Vettel, líder do campeonato. “O que acho que é difícil das pessoas entenderem é que, quando nós temos dificuldades – e digo nós pilotos, não nossa equipe – a pilotagem é muito diferente do que sabemos e gostamos.”

O alemão compara a atual situação a uma hipotética troca dos esquis tecnológicos, usados atualmente, por peças feitas de madeira.

“É difícil comparar. O esporte é muito técnico e ainda acho que são necessárias as mesmas habilidades de antes, mas imagine o esqui, por exemplo: para ir rápido, você precisa ser bom e corajoso. Se mudassem para esquis de madeira de um ano para o outro, aquele cara que não era tão bom pode começar e ter melhores resultados que deveria. Não estou dizendo que isto está acontecendo, mas digo que o esporte mudou muito. Cuidar dos pneus não é correr. Comparando as ultrapassagens recentes com no passado, não está certo você ter de deixar passar e não fazer sua corrida o mais rápido possível por causa dos pneus. É difícil para vocês entenderem o quanto estes pneus mudaram a pilotagem.”

Jenson Button reconhece que as corridas estão diferentes, mas não é tão radical quanto o tricampeão. “Na Fórmula 1, estamos muito acostumados a trabalhar com os pneus e tirar o máximo deles, isso se tornou algo muito importante nos últimos anos. Se não maximizar o uso dos pneus, não vence corridas, não é só uma questão de carro e piloto. São as quatro coisas que tocam o chão”, ressalta.

“Não forçamos em todas as voltas. Na verdade, não faço isso há anos. Você tem de pensar em qual o caminho mais rápido para o final da corrida. Normalmente, isso não é forçar o tempo todo, pois assim você tem de fazer mais pit stops. Não é algo só deste ano. As coisas mudaram um pouco, mas é algo com que todos temos de lidar.”

Para Kimi Raikkonen, talvez o piloto que melhor se adaptou aos pneus deste ano, a Pirelli não deveria ouvir às reclamações, pois é impossível satisfazer a todos. “Não importa o que façam, sempre alguém vai reclamar. Não acho que vai mudar muito – pode ser que mude um pouco mais para eles, e isso irá deixá-los mais felizes, e outros vão começar a reclamar. Não acho que a Pirelli deveria ficar tentando agradar a todos.”

O finlandês tem o apoio de seu companheiro Romain Grosjean. “Temos feito um trabalho muito bom com os pneus até aqui. A equipe já deixou muito claro o que pensa das mudanças, mas precisamos ver o que vai acontecer e tirar o máximo do que tivermos.” 

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