F1: Como Hamilton deixou volante da Ferrari com 'jeitinho' da Mercedes
Heptacampeão trouxe alguns detalhes que já eram usados na Mercedes, mas pediu mudanças pessoais

A chegada de Lewis Hamilton na Ferrari aconteceu já tem alguns meses, mas, nos bastidores, o trabalho já estava sendo adiantado e avançando rapidamente para a adaptação do heptacampeão na equipe de Fórmula 1.
Um dos pontos interessantes e de maior foco é o novo volante que o piloto usará, que é um modelo parecido com o que ele já usava na Mercedes.
Hamilton já contou como passa muito tempo na fábrica com os engenheiros para entender como explorar melhor as qualidades da unidade de potência da Ferrari, porque cada motor tem suas próprias características específicas. Uma adaptação necessária, especialmente depois de passar mais de dez anos na Mercedes, mas isso não significa que o britânico tenha deixado totalmente para trás sua aventura anterior.
Em um carro de F1, a ergonomia é fundamental e não é por acaso que tantos componentes são fabricados de acordo com as necessidades e demandas específicas dos pilotos, principalmente no que diz respeito às equipes de ponta.
Um dos principais elementos é o volante, que ao longo dos anos se transformou em um verdadeiro minicomputador conectado à ECU para gerenciar também a unidade de potência e outros aspectos da dinâmica do veículo.

O volante da Ferrari SF-24
Foto de: Erik Junius
A Ferrari sempre tentou atender às solicitações dos motoristas, tanto em termos do formato do volante quanto da composição do software. Um processo especialmente visível na era 'vermelha' de Sebastian Vettel, que, desde sua chegada a Maranello, deu suas indicações solicitando modificações em várias ocasiões.
Curiosamente, o volante que Hamilton usará este ano na Ferrari deriva precisamente do design criado com base nas sugestões do alemão, mas com alterações no layout do painel de botões e nas duas 'pás' para gerenciar a caixa de câmbio e a embreagem, de modo a encontrar a melhor sensação possível sem perder certos hábitos do passado.
Nova caixa de câmbio e alavanca de embreagem
Observando o volante do inglês na parte traseira, pode-se ver imediatamente que ele apresenta algumas diferenças em relação ao de seu companheiro de equipe, Charles Leclerc, que são, acima de tudo, o resultado de certas escolhas desenvolvidas na Mercedes ao longo dos anos. Não é incomum que um piloto, especialmente após uma mudança de equipe, traga consigo certas características dos volantes experimentados nos times anteriores.

Comparação do volante da Ferrari 2025
Foto de: Gianluca D'Alessandro
Portanto, é lógico que, depois de mais de dez anos na Mercedes, nos quais ele manteve um volante que é praticamente o mesmo desde 2014, quando foi completamente modificado com uma unidade mais fina e mais leve em sua entrada, alguns dos pedidos de Hamilton para sua nova aventura retomem os hábitos que ele tinha.
Por exemplo, o balancim da caixa de câmbio foi completamente reformulado e tem um formato muito diferente, com as alavancas não apenas mais finas, mas também posicionadas mais acima, ecoando um design semelhante ao que ele havia aprovado na Mercedes. Além disso, a extremidade externa tem um revestimento de um material diferente para melhorar a aderência.
Por outro lado, Leclerc manteve o mesmo layout com o qual se acostumou desde sua estreia na Ferrari em 2019, com alavancas de tamanho mais generoso feitas para que possam ser colocadas mais abaixo, quase inteiramente atrás dos raios do volante.

A parte traseira do volante da Mercedes
Foto de: Giorgio Piola
Um trabalho meticuloso também foi feito na alavanca da embreagem. Desde 2019, Hamilton se acostumou a operar a embreagem com um único braço oscilante e replicou a mesma configuração no volante da Ferrari. No entanto, há diferenças em relação à alavanca usada por Leclerc, não apenas em termos da caixa na qual os dedos são inseridos, mas também da própria palheta.
No caso de Hamilton, nota-se imediatamente a semelhança da alavanca com a que ele tinha na Mercedes: é lógico que, como em outros aspectos, o britânico tentou replicar na Ferrari os elementos com os quais está acostumado e que sempre funcionaram bem para ele.
Também diferente para Leclerc é a caixa de dedos, claramente feita sob medida com impressão 3D de acordo com as necessidades do piloto.
Novo layout de botões e software modificado
As mudanças no botão da embreagem e na alavanca de câmbio são as novidades mais significativas em termos de hardware, já que tudo na parte dianteira permanece fisicamente inalterado em relação ao volante que Leclerc também usa.
No entanto, o que muda é o layout dos botões e rotores, nos quais o heptacampeão mundial interveio para replicar, novamente, certos automatismos adquiridos no volante da Mercedes.
A unidade da Ferrari tem uma filosofia bastante diferente daquela da Mercedes, especialmente no que diz respeito aos seletores na parte inferior, seis deles, enquanto na equipe de Brackley eles eram agrupados em três rotários com muitos submenus secundários.

Comparação do volante da Ferrari 2025 - frente
Foto de: Gianluca D'Alessandro
Voltando a atenção para a parte superior, Hamilton moveu o botão de carga para o canto superior esquerdo, ladeado pelo botão de navegação do submenu (10-) e pelo botão neutro. Abaixo do botão de carga está o botão DRS, que Hamilton também tinha na frente do volante na Mercedes.
Especificamente no lado direito estão o 'Pit confirm' (para confirmar o pit stop), o outro botão para navegar nos submenus (1+), o limite de velocidade para o pit lane e o botão para ativar o rádio. Além disso, Hamilton preferiu colocar o K1, o acionamento elétrico da unidade de potência, na parte dianteira.
Um aspecto igualmente interessante é o layout das configurações do diferencial, do freio motor e do equilíbrio de frenagem, que reproduzem as usadas pelo britânico até o ano passado. O botão giratório para o diferencial de entrada está no canto superior esquerdo, enquanto o de alta velocidade (HS) está no canto superior direito. No lado esquerdo, próximo à tela, está a "migração do freio", para o ajuste da frenagem, enquanto no outro lado está o ajuste do equilíbrio do freio.
Isso leva a uma consideração interessante, ou seja, o fato de o britânico ter movido o gerenciamento da parte elétrica (SOC) para a parte inferior do volante, algo que nenhum piloto da Ferrari fez desde 2015.
Também é novo o software na tela, que tem um layout e uma quantidade de dados diferentes dos de Leclerc, mas voltaremos a esse assunto, bem como às preferências de botões, em um futuro próximo.
COMO PODE? F1 ESQUECE PIQUET e FITTIPALDI em lista dos 20 MAIORES PILOTOS da HISTÓRIA!
Faça parte do Clube de Membros do Motorsport.com no YouTube
Quer fazer parte de um seleto grupo de amantes de corridas, associado ao maior grupo de comunicação de esporte a motor do mundo? CLIQUE AQUI e confira o Clube de Membros do Motorsport.com no YouTube. Nele, você terá acesso a materiais inéditos e exclusivos, lives especiais, além de preferência de leitura de comentários durante nossos programas. Não perca, assine já!
F1 2025: Teve blefe? Alguém surpreenderá? RICO PENTEADO disseca pré-temporada e faz RANKING do grid
ACOMPANHE NOSSO PODCAST GRATUITAMENTE:
Faça parte do nosso canal no WhatsApp: clique aqui e se junte a nós no aplicativo!
Compartilhe ou salve este artigo
Principais comentários
Inscreva-se e acesse Motorsport.com com seu ad-blocker.
Da Fórmula 1 ao MotoGP relatamos diretamente do paddock porque amamos nosso esporte, assim como você. A fim de continuar entregando nosso jornalismo especializado, nosso site usa publicidade. Ainda assim, queremos dar a você a oportunidade de desfrutar de um site sem anúncios, e continuar usando seu bloqueador de anúncios.