F1: Equipe Red Bull registra aumento de R$2,4 bilhões no faturamento em 2022

Equipe austríaca possui uma estrutura de negócios complexa, bem diferente das demais equipes

Max Verstappen, Red Bull Racing RB18, Sergio Perez, Red Bull Racing RB18

A Red Bull Technology Ltd, a empresa por trás da equipe Red Bull Racing na Fórmula 1, revelou o relatório financeiro da temporada 2022 com aumento no faturamento e nos lucros em meio a um ano de sucesso.

A organização tem um modelo de negócios diferente das outras equipes, com o Grupo RBT agindo como empresa-mãe da Red Bull Racing, com esta última empregando oficialmente apenas 50 pessoas.

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O assunto fica ainda mais complexo pelo fato do fluxo de renda da RBT incluir também o pagamento pelo trabalho realizado e pelas peças fornecidas à AlphaTauri. Além disso, há outras quatro companhias distintas mas relacionadas que operam na sede de Milton Keynes, incluindo duas envolvidas nos projetos atuais e futuros da unidade de potência da F1.

A RBT declarou um volume de negócios 385,6 milhões de libras (R$2.404 bilhões), um aumento de 13% em relação ao valor do ano anterior, de 341,9 milhões de libras (R$2.131 bilhões), enquanto o lucro após a dedução dos impostos aumentou de 8,6 milhões (R$53,7 milhões) para 13,4 milhões (R$83,5 milhões).

Os números da Red Bull Racing estão inclusos nesse total do grupo. O volume de negócios foi de 270,8 milhões de libras (R$1.688 bilhão), um aumento de 40 milhões em comparação a 2021. O lucro após os impostos foi de apenas 2 milhões de libras (R$12,5 milhões), um leve aumento em comparação ao 1,3 milhão do ano anterior.

Boa parte dessa receita extra veio do fundo de prêmios da F1. Apesar da Red Bull ter sido a vice-campeã de construtores em 2022, sendo a segunda na fila atrás da Mercedes na ordem de divisão de verbas, o total distribuído foi muito maior.

A equipe também teve uma receita maior vinda dos patrocínios, com a Oracle se unindo no começo de 2022. A Red Bull nota que os custos de produção também foram menores devido a "um gerenciamento cuidadoso dos gastos, performance relativa forte e confiabilidade, além de danos limitados em corridas em decorrência de acidentes".

A RBT diz também que os gastos administrativos também subiram devido à multa de sete milhões de dólares divulgada pela FIA em outubro de 2022 devido à violação do teto orçamentário de 2021.

The Red Bull logo

The Red Bull logo

Photo by: Lionel Ng / Motorsport Images

Chama a atenção o fato de que as notas dos auditores, que basicamente são bem padrões, falam sobre a violação do teto orçamentário. A Ernst & Young diz que investigou a quebra e as "circunstâncias e razões" para isso, falando com o cúpula da Red Bull e a FIA para confirmar que o caso estava encerrado.

Bônus aos funcionários pelo título de Max Verstappen e o Mundial de 2022, aumentaram os gastos, enquanto os pilotos também receberam bônus.

A RBT anunciou um total de 736 funcionários, incluindo os 50 mencionados anteriormente que são listados como diretamente da RBR. Esse número representa uma redução em relação aos 773 declarados em 2021 e os 934 de 2020, um reflexo real do impacto do teto orçamentário na F1.

Enquanto isso, a nova divisão de motores foi dividida em duas companhias distintas, para diferenciar o trabalho feito com a unidades atuais da Honda, cujo acordo é válido até o fim de 2025, e a Red Bull - Ford Powertrains, que verá a luz do dia a partir de 2026.

Até o meio do ano passado, ambos os projetos estavam sob o mesmo guarda-chuva da Red Bull Powertrains Ltd, uma subsidiária direta da Red Bull GmbH, fora do grupo RBT/RBR, mesmo estando no campus de Milton Keynes.

Em maio de 2022, foi criada uma nova empresa irmã, a Red Bull Powertrains 2026 Ltd, para focar no projeto do motor futuro, sendo novamente subsidiária da empresa austríaca.

Essa divisão foi necessária para deixar clara a divisão entre os projetos da Honda e da Ford, já que agora os motores estão sujeitos ao regulamento financeiro da FIA, além de viabilizar as concessões para a Powertrains como uma nova montadora.

Para o que foi chamado de ano "híbrido" de 2022, com ambos os projetos no mesmo guarda-chuva no primeiro semestre, a RBP Ltd gerou um volume de negócios de 184,5 milhões de libras (R$1.150 bilhão), refletindo o grande investimento necessário, e gerando um lucro de 5,8 milhões (R$36 milhões).

Já para o período de maio a dezembro, a nova organização RBP 2026 Ltd declarou um volume de 59,4 milhões de libras (R$370 milhões), com a empresa registrando um prejuízo de oito milhões (R$50 milhões).

A RBP tinha um total de funcionários de 439 para o ano, com 221 em pesquisa e desenvolvimento, 121 em produção e 97 em administração e suporte. Já a RBP 2026 contava com 166 pessoas no segundo semestre de 2022, sendo 112 em pesquisa e desenvolvimento, 39 em produção e 15 em administração e suporte. O total subiu significativamente ao longo de 2023.

Para fechar, em janeiro de 2022 tivemos a formação da Red Bull Advanced Technologies Ltd, que também não faz parte do Grupo RBT / RBR, sendo outra subsidiária direta da Red Bull GmbH.

Com a intenção de utilizar a tecnologia da F1 fora do esporte, e usar os recursos que estão fora do teto orçamentário, seu projeto de mais alto nível é o hipercarro RB17. A companhia diz que também está envolvida em projetos de "carros de corrida movidos a hidrogênio, motos de corrida, bicicletas de competições de elite, barcos de alta performance e até mesmo balões de ar quente".

A RBAT declarou um volume de negócios de 6,1 milhões de libras (R$38 milhões) e um total de 70 funcionários, sendo 21 em produção e 49 em pesquisa e desenvolvimento. 

Uma última companhia é a Red Bull Advanced Services Ltd, que dá apoio a todas as empresas citadas acima. Formada em maio de 2022, ela emprega 31 pessoas com um volume de negócios de 3,6 milhões de libras (R$22,45).

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Adam Cooper
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