F1 - Hamilton vê renovação com Mercedes após 2023 como certa: "Planejo estar aqui por mais tempo"
Desafios e frustrações dos últimos 12 meses não abalam desejo do heptacampeão de seguir lutando
A paciência e o amor de Lewis Hamilton pela Fórmula 1 tem sido testado como nunca antes nos últimos 12 meses. Mas apesar da polêmica de Abu Dhabi, a falta de competitividade da Mercedes ao longo do ano, e a angústia renovada em meio à novela da violação do teto orçamentário pela Red Bull, o heptacampeão deixa claro que sua paixão pelas corridas não esfriou.
Na verdade, apesar de ter muitas razões para sair da F1 e buscar outros interesses que ele têm em outros lugares, seu desejo de seguir, e seguir com a equipe atual, é maior do que nunca. Para ele, não há dúvidas sobre uma extensão de contrato com a Mercedes para além de 2023, sendo apenas uma questão de quando.
"Vamos assinar um novo acordo", disse ele a veículos de imprensa, incluindo o Motorsport.com durante o GP dos EUA. "Vamos sentar e discutir isso nos próximos meses. Meu objetivo é seguir com a Mercedes. Estou com a Mercedes desde que tinha 13 anos. E a realidade é: a Mercedes-Benz é a minha família".
"Eles estiveram ao meu lado nos altos e baixos, quando eu fui expulso da escola, com tudo que estava acontecendo em 2020. Eles estiveram ao meu lado durante meus erros e as coisas ruins que foram publicadas na imprensa".
"Eu realmente acredito nessa marca. Eu acredito nas pessoas que estão dentro dessa organização. E eu quero ser o melhor membro de equipe possível para eles. Acho que podemos tornar a marca ainda melhor, mais acessível, mais forte. E acho que posso ser uma parte integral disso".
Os problemas da Mercedes com as quicadas
Lewis Hamilton, Mercedes W13
Photo by: Glenn Dunbar / Motorsport Images
Um dos pontos que talvez tenha deixado mais difícil para Hamilton esquecer Abu Dhabi é o fato dele e a Mercedes não terem conseguido dar a volta por cima, entrando em mais uma luta pelo título.
O W13, carro da Mercedes para 2022, provou ser difícil. A Mercedes precisou de tempo para entender seus problemas, em meio ao desafio do teto orçamentário, levando a uma recuperação que se mostrou demais para ser concluída.
Com isso, a Mercedes vive uma temporada diferente de qualquer outra que já viveu. E enquanto há positivos a serem tirados do aprendizado, definitivamente não foi algo divertido de se viver. Hamilton diz que a realização de que as coisas não estavam bem durante a pré-temporada foi particularmente difícil.
"Não diria que foi perfeito para ninguém. Sei que Toto diria que não foi perfeito para ele. Chegamos em fevereiro e todos estávamos animados. As pessoas nos diziam que teríamos um carro muito rápido, e sei que todos que estavam trabalhando nele estavam animados com o trabalho".
"Foi um momento muito difícil para todos na equipe, foi quando todos trabalharam demais. Na vida normal, você espera que esse período seja mais tranquilo para as pessoas. Mas aí descobrir que as coisas não deram certo, e que temos o porpoising, foi difícil para todos. Todos sofreram com isso".
"E todos nós tivemos nossos próprios processos para aceitar isso. Mas, surpreendentemente, foi um período de transformação muito poderoso para todos nós. Crescemos como equipe".
Mas o quão difícil foi esse reajuste mental para Hamilton?
"Acho que, na fase inicia, eu não achei tão difícil. Mas definitivamente começou a pesar, porque você tem toda a esperança de que irá voltar ali, e isso não aconteceu por um tempo. Aí, do nada, começamos a ter aquelas corridas em que terminamos em segundo e na outra não. O carro vai bem um fim de semana, seguido de um, dois, três, quatro em que ele não é. Mas aí ele melhora".
"Você faz todo o trabalho no simulador, e ele te diz algo diferente do que você tem na pista. Foi um ano confuso para as emoções. Pensa, o carro parece bom neste fim de semana, ou os engenheiros dizem que haverá uma atualização que vai melhorar em três décimos, mas aí você chega na pista e está um décimo mais lento".
"E você fica mal. Acho que eu aprendi a não ficar com a esperança tão lá em cima com nada. É melhor ter expectativas baixas. Em termos de preparação, acho que estamos melhores".
Sobre como ele respondeu ao desafio de não estar lutando por vitórias todos os finais de semana, Hamilton acha que soube lidar com as coisas melhor do que ele fazia no passado quando as coisas não iam bem.
"Sempre há um valor, coisas que você aprende. Não é como se eu nunca tivesse vivido um ano assim. Digo até mais... acho que eu fui melhor que nas outras vezes em que passei por isso. Dentro da equipe, animando as pessoas. Acho que fui um membro de equipe melhor para as pessoas, melhor do que jamais fui. E na minha vida pessoal, tenho um balanço melhor que no passado".
Olhando para o futuro
Lewis Hamilton, Mercedes-AMG, with Toto Wolff, Team Principal and CEO, Mercedes AMG
Photo by: Steve Etherington / Motorsport Images
O que nunca foi questionado é o desejo de Hamilton de voltar a lutar na frente. E isso ainda está no topo de sua lista de desejos, em vez de ir buscar outras coisas.
"Em termos de planos para o meu futuro... todo ano, no fim de cada ano, você senta e fica olhando a vista que você tiver na frente, e tenta entender as coisas. Não sei como é para vocês, mas eu fico analisando meu ano e meus planos para os próximos três a cinco anos. É difícil fazer dez".
"Onde eu me vejo? Que coisas eu quero estar fazendo? Quais são meus objetivos? E vou acrescentando as coisas. E eu estou acrescentando coisas no lado dos negócios. Tenho várias coisas do tipo rolando. Tenho várias coisas de sucesso, positivas e oportunidades de sucesso fora".
"Mas eu quero seguir correndo. Eu amo o que eu faço. Estou fazendo isso há 30 anos, e não sinto que tenho que parar. Ainda estou ganhando minha vida, posso dizer. Quero ir melhor. Mas estou planejando estar aqui por mais tempo".
VÍDEO: Dê uma volta no circuito do Autódromo Hermanos Rodríguez
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