Festa e preocupação: imprensa europeia se divide com nova F1
Jornais alemães e italianos celebram início vitorioso para a Ferrari, enquanto que ingleses alertam para disputas reduzidas. Espanha destaca calvário de Alonso
No último domingo (26), a F1 deu o pontapé inicial para a temporada de 2017. O GP da Austrália provocou reações distintas por parte do público, tanto por conta da alteração da relação de forças com a vitória de Sebastian Vettel quanto pela dificuldade enfrentada pelos pilotos nas ultrapassagens com o novo regulamento técnico.
A repercussão da prova também foi vista em peso nas capas dos grandes jornais e diários esportivos da Europa nesta segunda-feira. Houve quem destacou a possibilidade de haver uma batalha direta, com condições iguais, entre Vettel e Lewis Hamilton, dois dos grandes nomes da geração. Em contrapartida, a preocupação pela falta de ação na pista também marcou presença.
Confira como a imprensa europeia repercutiu a vitória de Sebastian Vettel no GP da Austrália de 2017.
Alemanha e Itália enaltecem a vitória de Vettel
Terras do piloto e da equipe vencedores, a Alemanha e a Itália adotaram um tom de comemoração em suas capas nesta segunda-feira. O tabloide Bild registrou a festa do alemão com os mecânicos e brincou: “Onde está Vettel aqui?”
Além disso, a publicação também destacou o desempenho da Ferrari na abertura da temporada e já levantou a possibilidade de Vettel repetir o feito de seu compatriota Michael Schumacher e levar a Scuderia à glória.
O Passauer Neue Presse, jornal da região da Baviera, mostrou alívio ao destacar que se trata da primeira vitória de Vettel em 18 meses, o que acaba com um jejum que durava desde o GP de Cingapura de 2015.
Já a Itália, de forma não surpreendente, usou um tom ainda mais passional em sua cobertura. A Gazzetta dello Sport destacou em sua capa a frase “Eu vejo vermelho”, o mesmo que usou para relatar a vitória de Kimi Raikkonen em Melbourne em 2007 – ano do último título de pilotos do time.
Além disso, o jornal elogia a “estreia fantástica” da F1 em Melbourne e decreta que o resultado “permite que a equipe sonhe”. “O sucesso de Vettel na Austrália não veio por acaso, mas foi construído com o trabalho (e o silêncio) da pré-temporada”, diz.
O Corriere dello Sport usa tom parecido ao afirmar que a mudança de regulamento possibilita que a Ferrari alcance voos mais altos neste ano e tenha ambições realistas de brigar pelo título.
Por fim, o TuttoSport estampa um “Finalmente!” em sua capa e diz que o resultado foi fruto de “uma escolha de estratégia perfeita” da Ferrari.
Inglaterra destaca equilíbrio e falta de ultrapassagens
Mesmo com a derrota do favorito Lewis Hamilton, a imprensa britânica evitou falar dos erros estratégicos e dos detalhes técnicos e deu destaque às consequências das mudanças da nova F1.
O Telegraph observou a diferença de comportamento do piloto inglês e da Mercedes em relação à Ferrari. “Vettel chegou à sala de imprensa quase que em êxtase, já que ele comemorou o retorno da Ferrari à posição de costume. Já Hamilton estava pensativo, como se reconhecesse que a vitória em Melbourne poderá promover uma mudança de liderança. Toto Wolff também sabia: o sempre calmo dirigente foi flagrado por duas vezes dando socos na mesa”, pontua.
A publicação também crava que a disputa pelo título deverá ser limitada aos dois. “Hamilton tem real consideração a poucos pilotos, mas, em Vettel, parece encontrar uma alma gêmea. Assim, a dupla deve monopolizar a batalha nas próximas 19 corridas.”
O Guardian também destaca a mudança na relação de forças com as novidades técnicas, mas também levanta uma preocupação.
“Finalmente a F1 tem uma briga, já que Melbourne viu um tira-teima entre os dois melhores da geração. Porém, a forma como essas batalhas vão acontecer é a grande dúvida. Ainda é preciso esperar para fazer uma avaliação completa, mas a nova fórmula falhou. E não há desculpas: esse pode ser o resultado do aumento da aerodinâmica que todos sabiam”, observa.
Espanha destaca calvário de Alonso
Por fim, a Espanha colocou a disputa pela ponta em segundo plano e deu destaque às dificuldades vividas por Fernando Alonso em Melbourne. O Marca oferece maior espaço à MotoGP, especialmente por conta da vitória de Maverick Viñales no Catar.
Porém, os esforços de Alonso também são lembrados. “Sua melhor corrida com seu pior carro”, destaca, também mencionando que o piloto lutava pelos pontos “com o último carro do grid”, com um “desempenho supremo”.
O AS faz coro aos dramas do espanhol. “A Honda tentará encontrar o milagre pelo qual suplica Alonso. O asturiano precisa de um milagre de Deus para lutar com os grandes.”
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