'Novela' entre Sulayem e F1 deve perder força quando temporada começar, diz Ferrari
Novo chefe da equipe italiana espera que foco fique no lado esportivo a partir de março
O 2023 da Fórmula 1 começou rodeado de polêmicas em torno da possível venda do esporte para um grupo saudita e o aumento nas tensões entre a Liberty Media e o presidente da FIA, Mohammed ben Sulayem. Mas, para o novo chefe da Ferrari, Frédéric Vasseur, essa novela deve seguir por mais algumas semanas até o início do campeonato, no começo de março.
Tudo começou com uma reportagem da Blooomberg, afirmando que a Liberty havia recusado uma proposta de 20 bilhões de dólares para vender a F1 para o Fundo de Investimento Público da Arábia Saudita. Nas redes sociais, Sulayem rebateu a informação afirmando que esse seria um valor inflacionado pela categoria, o que não caiu bem com a cúpula da F1.
Em uma carta enviada pelo departamento legal da F1 a Sulayem, eles dizem que foi errado da parte da FIA fazer comentários sobre questões comerciais.
"A FIA deu uma visão equivocada, que não fará nada a não ser prejudicar os donos, o gerenciamento e / ou a exploração desses direitos. Consideramos que esses comentários, feito pelo presidente da FIA em suas mídias sociais, interferem com esses direitos de forma inaceitável".
Mohammed Ben Sulayem, President FIA
Photo by: A.S.O.
Sulayem se viu ainda no centro de outras duas questões, chegando a ser acusado de "profundamente descortês e pouco profissional" por um parlamentar britânico. Paul Scriven e outros 90 parlamentares escreveram a Sulayem no ano passado para expressar preocupação sobre a presença da F1 em países com registros questionáveis de direitos humanos no Oriente Médio.
O assunto ganhou novas dimensões quando a FIA anunciou um veto às manifestações pessoais dos pilotos nos GPs.
"Por que você acha que pode ignorar parlamentares?", escreveu Scriven. "Você acha que as preocupações levantadas sobre direitos humanos e as políticas da FIA estão acima de escrutínio? Escrevemos para você de forma a levantarmos preocupações de interesse público, e esperamos abertura e transparência da FIA".
A onda de histórias negativas entre Sulayem levaram a sugestões de que existem segmentos dentro da FIA que gostariam de se livrar do cartola dos Emirados Árabes Unidos. Tal cenário poderia criar um caos político na chegada à temporada da F1.
Mas Vasseur sugere que a história de Sulayem só ganhou tal dimensão porque não há nada mais acontecendo no momento, e que assim que o campeonato começar, o foco passará a ser outro.
"Estou realmente convencido de que, assim que colocarmos os carros na pista isso sumirá um pouco das telas. Tenho certeza de que seguiremos discutindo mas, como sempre, espero que possamos focar mais no lado desportivo".
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