Análise

Por que a Mercedes tem tudo pra dominar ainda mais em Mônaco

Nos últimos anos, Red Bull e Ferrari desembarcavam em Mônaco otimistas de que as características da pista poderiam dar uma boa chance de vitória. Mas isso pode acabar no próximo fim de semana

Lewis Hamilton, Mercedes AMG F1 W10

A Mercedes tem tido dificuldades com o traçado de Mônaco nos últimos dois anos, com seu carro de distância entre eixos mais longo que não é ideal para o circuito de rua.

Sebastian Vettel venceu em 2017, enquanto Daniel Ricciardo triunfou pela Red Bull no ano passado. O australiano também deveria ter vencido em 2016, não fosse por um erro de pit stop, quando seus pneus não estavam prontos.

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Mas este ano, tanto a Ferrari quanto a Red Bull não têm grandes ilusões para a prova em Monte Carlo, baseadas não apenas no início dominante do time da montadora alemã em 2019, mas também na análise de onde o W10 foi mais rápido no GP da Espanha.

O chefe da Red Bull, Christian Horner, disse: "A quinta dobradinha mostra uma equipe excessivamente dominante e, certamente, em Mônaco, se olharmos para o seu desempenho na parte de baixa velocidade de Barcelona, esperamos que eles sejam muito fortes em Monte Carlo.”

A referência de Horner veio depois do fim de semana do GP da Espanha, onde a Mercedes se destacou no setor final do circuito, que é mais travado.

O ritmo dos carros desde a curva 10 até a linha de chegada é visto como um bom indicador de quão fortes estarão os carros em Mônaco, que apresenta curvas de velocidade similares.

Tomando o melhor tempo de cada carro, o melhor terceiro setor deste ano no Q3 está com um tempo abaixo, em comparação de quantas mudanças houve nos carros desde o ano passado, quando a Red Bull foi a equipe mais rápida por lá.

  Equipe Tempo no S3 Dif de 2018/2019
1. Mercedes 25.878s -0.441s
2. Red Bull 26.322s +0.163s
3. Ferrari 26.513s +0.314s
4. Haas 26.612s -0.159s
5. Toro Rosso 26.702s -0.141s
6. Renault 26.749s +0.068s
7. McLaren 26.811s +0.122s
8. Alfa Romeo 26.973s -0.184s
9. Racing Point 27.015s -0.013s
10. Williams 27.559s +0.015s

Assim como a Mercedes desfruta de uma vantagem de 0s444 segundos sobre a Red Bull, e uma vantagem de 0s635 sobre a Ferrari este ano, os números do terceiro setor mostram o incrível avanço que a Mercedes fez em 2019.

Perguntado se isso seria um passo atrás de seu carro ou se foi a Mercedes que avançou, Horner disse: "Eu acho que é uma combinação.”

"A Mercedes fez um trabalho muito bom em extrair o desempenho do carro naquela parte do circuito, e acho que não estamos no nosso melhor ainda, em termos de onde gostaríamos de estar com essas novas regras e pneus."

Para a Ferrari, com Vettel definindo o setor três como "Calcanhar de Aquiles", resta uma pequena esperança de que a forma do setor três não seja um indicador completo de como as coisas serão em Mônaco.

Mattia Binotto, chefe da equipe, disse: "Acho que Mônaco é um circuito bem diferente de Barcelona, ​​de um modo geral, com o qual você monta o carro e com os aspectos mecânicos em que você pode trabalhar.”

"Os compostos de pneus serão diferentes de Barcelona, ​​então acho que no final é um circuito diferente. Não há dúvida de que o downforce é útil em Mônaco, como é em Barcelona, ​​mas acho que nossos pilotos ainda podem se sair bem em Mônaco."

Poucos acreditam, no entanto, que alguém além da Mercedes estará na frente neste fim de semana.

Há esperança

Mesmo com todos os indícios mostrando que a Mercedes pode cravar a sexta dobradinha do ano em seis etapas da F1 em 2019, a história mostra que Mônaco pode reservar surpresas, principalmente quando a chuva aparece.

Com tempo seco ou não, relembre alguns episódios que Mônaco trouxe algo de diferente do normal.

Ayrton Senna, com a pequenina Toleman, largou na 13ª posição e em pouco tempo já se aproximava do líder...
Alain Prost, que a partir da 29ª volta pedia a interrupção da corrida por causa da chuva. No 32º giro o ex-piloto belga, Jack Ickx, encerrou a prova. Senna havia superado o francês, mas foi levado em consideração as posições na volta anterior da bandeira vermelha.
Com isso, Prost foi o vencedor, com Senna em 2º, e a cara de poucos amigos após a prova.
Olivier Panis foi o grande vencedor do GP de Mônaco de 1996, quando uma série de acidentes deixou apenas três carros
Olivier Panis, da Ligier, comemorou, seguido de David Coulthard, da McLaren e Johnny Herbert, da Sauber.
A chuva apareceu pouco antes do início do GP de Mônaco de 1997 e as Williams de Frentzen e Villeneuve largaram de pneus slicks, apostando que a pista secaria, o que se mostrou errado.
O caminho ficou livre para Michael Schumacher, que teve Rubens Barrichello em segundo, conseguindo o primeiro pódio da pequenina Stewart na F1.
Jarno Trulli conseguiu sua única vitória na F1 em Mônaco, em 2004, após ver seu companheiro de equipe, Fernando Alonso bater e ter apenas três carros terminando a corrida na mesma volta do líder.
Jarno Trulli teve a companhia de Jenson Button em segundo e Rubens Barrichello em terceiro.
Após uma sequência de domínio da Mercedes, com três vitórias seguidas de Nico Rosberg no Principado, e uma de Hamilton...
Sebastian Vettel, já na Ferrari, quebrou a escrita com um carro que seria superado por Hamilton mais tarde naquele ano.
Com cenário parecido com o do ano anterior, foi a vez de Daniel Ricciardo comemorar com a realeza, mesmo a Red Bull sendo considerada a terceira força do campeonato, além de se redimir de um erro crucial de pit stop em 2016.
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