A dificuldade da Marussia em se manter no campeonato de Fórmula 1 acabou simbolizada na falência decretada pela justiça britânica. Entretanto, a crise não nasceu nos últimos meses, conforme relatou o piloto britânico Max Chilton, que viu da televisão as últimas três etapas do mundial por conta dos problemas financeiros do time.
[publicidade]Em entrevista concedida à emissora ‘Sky Sports’, o piloto relatou que a crise da Marussia fora gerada já na pré-temporada para o último campeonato. O britânico, em certo momento, acreditava que a equipe não chegaria sequer à metade da disputa da categoria.
“Foi muito difícil para o time, mas também para mim, porque eu sabia que o time estava em dificuldades havia um tempão. Soube no Bahrein que talvez não fôssemos para a Austrália (abertura da temporada). Tivemos sorte, e a partir de então, tratava todas as corridas como se fosse a minha última. Teve um momento em que achei que não chegaríamos a Barcelona”, afirmou.
“Aí, de alguma forma, conseguimos passar por todas as rodadas europeias, e aí eu pensei depois de Monza: ‘Já era’. Mas precisávamos levar o time à Rússia, então tivemos sorte por fazer as corridas seguintes para chegar à Rússia. Sabia depois da Rússia que, a menos que conseguíssemos um investidor, iríamos fechar”, descreveu o piloto.
O Grande Prêmio da Rússia, disputado em Sochi, marcou a última participação da Marussia no grid. Nos Estados Unidos e Brasil, a equipe sequer viajou para os circuitos de Austin e Interlagos, respectivamente. Em Abu Dhabi, a equipe ensaiou o retorno, mas não conseguiu solucionar parte dos problemas para colocar o carro no final de semana.
Neste tempo, a justiça britânica decretou a falência da escuderia, que tem até leilão de equipamentos marcado para este mês. A Marussia também dispensou 200 funcionários e parece, a cada semana, destinada a não alinhar no grid para 2015 – o time aparece inscrito sob o nome de Manor.
Chilton, no entanto, confia em um ‘milagre’. O britânico se apega à participação do time na última temporada, na qual somou dois pontos com Jules Bianchi – piloto francês que se encontra em recuperação de um grave acidente sofrido no Japão -, para atrair investidores.
“Não desisti, pois, no fim das contas, se tem dois times a menos na F1 e alguém quer um time de F1, vão vir atrás de nós primeiros, porque ficamos em nono — temos aquele grande prêmio que a Caterham não tem”, opinou o piloto britânico, ainda sem futuro definido para 2015.
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José Edgar de Matos
Fórmula 1
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