Rubinho diz não se lembrar de ter carregado caixão de Senna

Por mais que um fato histórico do automobilismo seja sempre relembrado, alguns detalhes inéditos aparecem, mesmo acontecido há mais de 20 anos. Rubens Barrichello comprovou esta teoria. Em entrevista concedida ao programa "Aqui com Benja", do Fox Sports, o recordista de provas da F1 contou detalhes sobre o fatídico fim de semana de Ímola no qual se acidentou na sexta-feira, que teve a morte de Roland Ratzenberger no sábado e a de Ayrton Senna no domingo. Primeiro, ele deu detalhes de como foi a sua batida.

"Eu não lembro da minha porrada em Ímola", disse Barrichello. "Entrei pra dentro da cerca, aquilo foi total irresponsabilidade de tentar entrar de pé embaixo de um adolescente-homem de 20 anos, querendo entrar na F1 e marcar seu nome."

"Eu achava que dava e tentei. Meu carro não sustentou fisicamente aquilo que eu achei que era possível. E foi uma porrada."

Em seguida, Rubinho falou dos dias seguintes ao GP de San Marino de 1994.

"Voltei a São Paulo, morreu o Ayrton e até nisso papai do céu foi bom comigo, porque eu tive uma certa amnésia. Por um mês eu esqueci muitas coisas. Eu não lembro de carregar o caixão do Ayrton. Não lembro. Eu vejo em fotos, mas não lembro."

Outro detalhe interessante é que Barrichello admite que logo depois do acidente, ele viveu um dilema sobre a continuidade de sua carreira.

"Me lembro de me perguntar depois: 'e agora? Você vai ter medo de entrar em um carro? Ah, você não vai ter medo, não é?'."

"Daí o que eu coloquei na cabeça: vou entrar e na minha primeira volta eu vou ser um maníaco. Vou para dar outra porrada do mesmo nível ou vou bater meu recorde pessoal da pista."

"E graças a Deus eu bati meu recorde pessoal da pista. Foi quando decidi que era isso que queria."