Williams: times devem esperar para mudar divisão de lucros
Time de Grove acredita que times independentes devem esperar até 2020 para então buscar uma divisão de lucros mais justa na Fórmula 1
Ainda que o sucesso recente nas pistas tenha ajudado a Williams a aumentar as receitas e a fechar 2015 no azul, o time segue ciente de que a Fórmula 1 segue sendo um desafio financeiro, com as equipes das fabricantes sendo capazes de investir quantias enormes para alcançarem o sucesso.
A situação das equipes independentes, como a Williams, fica ainda mais difícil levando-se em conta a atual divisão dos lucros e premiações da categoria, que dá a equipes como Ferrari e Mercedes ainda mais dinheiro devido à contribuição histórica destes times para a F1.
O sistema fez com que equipes como Force India e Sauber fossem até para a União Europeia para reclamar da situação, mas para a Williams não há muito o que fazer a curto prazo, devido ao Pacto da Concórdia, assinado por todos os times do grid e que rege a situação financeira atual da categoria.
Ao falar sobre a distribuição dos prêmios na F1, Claire Williams, vice-diretora do time de Grove, disse que não olha para a questão com prioridade no momento, justamente por estar de mãos atadas quanto ao tema.
"Nossa filosofia é que, se você não pode fazer nada sobre algo, você simplesmente não se preocupa com isso. Não podemos fazer nada sobre a divisão dos lucros", disse.
"Nós tentamos, muitas outras equipes tentaram entrar nestas conversas. Mas, como Bernie sempre ressalta, nós assinamos o atual Pacto da Concórdia sob estes termos e não podemos fazer nada sobre isso. Temos muitas outras coisas com as quais devemos nos preocupar na Williams, então não há porque nos preocuparmos com algo que está além do nosso alcance", afirmou.
"Precisamos esperar a nossa vez. As negociações do novo Pacto da Concórdia devem ser iniciadas após 2020 e espero que a revisão e redistribuição dos lucros esteja entre os tópicos a serem discutidos."
Trabalhando em conjunto
Quando questionada se estava otimista quanto à possibilidade de as equipes trabalharem em conjunto para assegurar uma divisão mais equilibrada, Claire Williams se mostrou otimista, porém preferiu não apostar todas as fichas nisto.
"Não sei se isso é possível, pois estamos falando da F1. Mas espero que seja, pois acredito firmemente que o esporte deve ter uma plataforma igualitária, especialmente no aspecto financeiro, para ser um sucesso", disse.
Embora o tamanho da premiação histórica recebida pela Ferrari cause desconforto em algumas equipes, a dirigente crê que seria um erro não aceitar tal contribuição caso isso impeça a F1 de seguir em frente.
"Eu não vejo a premiação extra que a Ferrari recebe como um empecilho, mas não é algo maravilhoso se precisarmos aceitar isto como condição para ter um novo acordo. De qualquer forma, não imagino que a Ferrari aceitaria ver todos recebendo fatias iguais dos lucros", afirmou.
Redução dos custos
Embora tenha se conformado em relação ao fato de que a divisão dos rendimentos não deve mudar tão cedo, a dirigente está otimista quanto à redução de custos, com as fabricantes das unidades de potência tendo concordado em reduzir os preços para 2018.
"Creio que os resultados atuais mostram que a F1 está em uma posição financeira relativamente saudável, mas isso não quer dizer que não tenhamos trabalho a fazer. Nós, como equipe, estamos sempre tentando ao máximo encorajar o controle de custos na F1, precisamos manter esta posição", disse.
"Com o advento das unidades de potência veio o aumento de custos - em 2018, veremos uma redução significativa destes custos e esperamos ter alguma diminuição em 2017", afirmou.
"Mas é uma luta contínua. Creio que há times com orçamento muito maior do que o nosso, mas isso sempre existiu durante os 40 anos em que estamos aqui. Acreditamos ter um orçamento saudável. Precisamos trabalhar duro para trazer mais dinheiro, mas nós temos o necessário para fazer o que precisamos fazer dentro do esporte", completou.
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