MotoGP: Lorenzo e Márquez discordam sobre evolução da Honda

Jorge Lorenzo sente que a imperiosa forma de Marc Márquez na Honda faz com que a fabricante japonesa relute em fazer alterações que melhorariam a relação geral com a moto de 2019. Já o pentacampeão pondera que a equipe "sempre segue a evolução do piloto mais rápido". As opiniões vêm após mais uma decepcionante sessão classificatória para o tricampeão, que largará em 17º no GP da Itália, do qual Márquez é pole position (veja fotos do piloto em galeria no fim da matéria).

Lorenzo substituiu o Dani Pedrosa na Honda para a atual temporada, mas até agora tem tido vida difícil com a moto RC213V. Por outro lado, Márquez - que deu cinco títulos de pilotos à equipe nos últimos seis anos - permanece como referência de primeira classe e lidera a classificação atual. Neste sábado, o espanhol marcou sua quarta pole em seis corridas e, com o sucesso em Mugello, ultrapassou Valentino Rossi em número de poles: 56 a 55.

Após o treino, Lorenzo disse que seu companheiro de equipe "pilotou incrivelmente" para fazer um "tempo inacreditável", mas insistiu que outros pilotos que usam Hondas tiveram dificuldades. Lorenzo sugeriu que, dada a sua experiência em ajudar a transformar a moto da Ducati Desmosedici nos últimos dois anos, ele “pode ser o melhor piloto” para tornar a Honda mais fácil de usar.

"Obviamente estou pensando em mim, não estou particularmente interessado em ajudar os outros pilotos, mas eu fiz isso com outras marcas e acho que eu sou um piloto muito sensitivo. Mas com a minha experiência, se eu puder melhorar esta moto e torná-la mais fácil de guiar, também irei beneficiar a velocidade e a comodidade de outros pilotos”, disse o espanhol.

Já Márquez disse que "a Honda é clara e segue sempre a evolução do piloto mais rápido. Sim, é uma moto difícil, é complicada, mas hoje houve três Hondas no Q2 e isso significa que a moto não é tão ruim".

Lorenzo seguiu: “Mesmo para o Marc - se conseguirmos fazer uma moto mais suave na aceleração, podemos fazer uma moto que freia melhor na entrada da curva e o Marc também pode ir mais rápido. Obviamente como ele está ganhando, cinco dos seis [títulos], eles não deixam você mudar tanto a moto, não? Eles continuam ganhando com Marc”.

“Mas acho que o objetivo da Honda em uma categoria muito competitiva é pelo menos tentar fazer o primeiro e o segundo [lugares]. E esse é o objetivo. Tente fazer a moto que é competitiva com outros pilotos”, continuou Lorenzo.

Em sua antiga equipe, a Ducati, Lorenzo também teve um começo difícil, mas as mudanças na moto transformaram-no num forte concorrente em sua segunda temporada com a marca italiana. Com uma nova carenagem em desenvolvimento na Honda, ele espera uma vantagem reviravolta semelhante na Honda. Perguntado se tenta tornar a Honda mais semelhante à sua Ducati do ano passado, Lorenzo respondeu: “Não, a Honda é a Honda e a Ducati é a Ducati”.

“A Ducati que experimentei na primeira vez não tem nada a ver com a Ducati com que terminei. Eu acho que a Honda pode fazer um processo similar. Somos limitados por muitas coisas nas regras. Nós não temos muito tempo, isso eu entendo. Uma pista será melhor, outra será um pouco pior. Talvez a próxima [Barcelona] seja um pouco melhor que esta”.

“Precisamos ser pacientes o suficiente, continuar trabalhando, motivados, continuar positivos. Com mais quilometragem acredito que vou estar melhor na moto, mas a verdadeira diferença vai ser quando eu tiver estas peças que estou exigindo. Mas, obviamente, é um processo de ambos - evolução da moto e meu entendimento de como guiar melhor. Juntando isso, vamos dar um grande passo”.

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