Entrevista

Nelsinho Piquet diz que crise no esporte demorou para chegar

Campeão da primeira temporada da Fórmula E comentou a atual crise no esporte a motor brasileiro, que pode se ver sem piloto na Fórmula 1

Nelsinho Piquet em Interlagos
Nelsinho Piquet em Interlagos
Alan Hellmeister e Nelsinho Piquet comemoram a pole position em Interlagos
Pole position for Nelson Piquet Jr., NEXTEV TCR Formula E Team
Pole position for Nelson Piquet Jr., NEXTEV TCR Formula E Team
Nelson Piquet Jr., NEXTEV TCR Formula E Team
Pole position for Nelson Piquet Jr., NEXTEV TCR Formula E Team
Nelson Piquet Jr., NEXTEV TCR Formula E Team
Nelson Piquet Jr., NEXTEV TCR Formula E Team
Nelson Piquet Jr., NEXTEV TCR Formula E Team
Nelson Piquet Jr., NEXTEV TCR Formula E Team
Nelson Piquet Jr., NEXTEV TCR Formula E Team; Sam Bird, DS Virgin Racing

Nelsinho Piquet esteve em Interlagos para a disputa dos 500 quilômetros da Porsche GT3 Cup Challenge. A categorias é uma das que Nelsinho compete desde que saiu da Fórmula 1. Além dela, NASCAR, WEC e Fórmula E, em que se tornou o primeiro campeão, são outras séries em que o filho do tricampeão Nelson Piquet já participou. 

Entre treinos e corrida, ele comentou a atual situação do esporte a motor brasileiro, que em 2017 pode não contar com pilotos brasileiros, caso Felipe Nasr não consiga vaga.

"É uma pena, mas temos que entender que com os problemas na economia que o Brasil sofre, isso acaba afetando várias coisas, como a safra de pilotos que vão para a Europa e o automobilismo interno", disse em entrevista exclusiva ao Motorsport.com.

"Acho que aqui, nesta crise que estamos, o automobilismo é um esporte caro. A CBA também não é uma confederação que ajuda muito, então acho que é um efeito que demorou para acontecer. Bateu a recessão e isso vai prejudicar as categorias depois de dois ou três anos. É o que está acontecendo com a Stock Car, que só neste ano é que começou a diminuir o grid."

Mas Nelsinho não aponta dificuldades apenas no cenário nacional. O piloto coloca como o atual grid é formado, tendo quase a metade de pilotos pagantes.

"A Fórmula 1 também está em um momento difícil. Quase metade das equipes precisam de dinheiro para andar. Fica difícil para um piloto brasileiro ter que achar todo ano 20 ou 30 milhões de dólares, é um negócio inviável." 

E faz uma comparação interessante: "com metade desse dinheiro desses você patrocina metade do grid da Indy. Com essa verba, quantos pilotos você consegue colocar na formação de uma F3 e talvez uma chance de ser contratado na Fórmula 1?"

Campeão da primeira temporada na categoria de carros totalmente elétricos, Nelsinho também falou sobre seu atual momento e comparou a realidade com a Fórmula 1.

"A Fórmula E está no caminho certo, já tivemos três brasileiros lá, todos recebendo dinheiro, vivendo bem, com um futuro bem longo e sabendo que nem tudo na vida é F1. A minha categoria tem oito montadoras e todos os pilotos pagos contra a Fórmula 1 com quatro montadoras e 10 pilotos pagos, a diferença está clara aí."

As chances de Nasr residem - a não ser que haja uma reviravolta e uma surpresa na escolha do substituto de Nico Rosberg na Mercedes e muitas peças acabem se mexendo no mercado de pilotos - em permanecer na Sauber ou ir para a Manor. Tendo isso como cenário, Nelsinho ressalta que, para ele, não vale a pena estar na F1 sem condições de ser minimamente competitivo.

"Eu nunca entraria em uma equipe sabendo que vou andar em último. Tem muitos pilotos que sonham só em andar de Fórmula 1, independentemente de andar em último, penúltimo ou no meio do grid, o negócio é andar de F1. É o caso do [Jean-Éric] Vergne, da Fórmula E. Ele prefere andar de F1 em último a ganhar corridas na F-E. Para mim isso não é ser piloto. Ser piloto é estar competindo, até mesmo no kart, e querer ganhar corridas. Isso é o importante."

 

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