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Conheça a incrível história de superação da piloto do Sertões que ficou entre a vida e a morte

Helena Soares, advogada e ex-rainha de bateria no carnaval de São Paulo, integra time feminino no Sertões, após viver momento dramático há dois anos

Helena Soares

Foto de: Cadu Rolim

Nesta sexta-feira (30) começou o prólogo da edição 2020 do maior rali da Américas, o Sertões. Entre tantas novidades, uma equipe chama a atenção pela história de vida de suas competidoras.

Pela 10ª vez, a advogada e ex-rainha de bateria, Helena Soares vai encarar um dos ralis mais desafiadores do mundo, na Super Production, mas desta vez, “com a corda toda”, após período que ficou entre a vida e a morte.

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Ela, que aos 39 anos volta com a navegadora Claudia Grandi, que também tem uma história de superação, ficou três anos de fora do rali por ter tido problemas cardíacos, com uma série de complicações.

Em entrevista exclusiva ao Motorsport.com, Helena contou como tudo aconteceu.

“Eu comecei em 2006 no Sertões de regularidade e no ano seguinte já iniciei no Cross Country de velocidade, como navegadora, até 2010, quando resolvi pilotar. Eu já gostava muito de carros e sempre tive um perfil de gostar mais dos brinquedos dos meninos. Aprendi a dirigir muito cedo, passava horas dentro do carro do meu pai brincando de motorista e de corrida.”

“Em 2018 tive uma ruptura de válvula mitral, um edema pulmonar gravíssimo que evoluiu para uma insuficiência renal. Passei por uma cirurgia muito complicada, foram quatro meses de internação continua e um ano e meio entre outros procedimentos.”

Não bastasse o drama na luta pela vida, Helena adquiria outro, o financeiro.

“Não tinha convênio, vendi tudo que tinha e o mais dolorido foi vender as minhas caminhonetes, até a primeira que tive e que eu guardava como estimação.”

Além das sequelas: “Fiquei sem andar, foi muito tempo entubada é isso foi devastador. Eu não tinha mais perspectivas de voltar a competir, por vários fatores, o financeiro também, pois esse todo tempo fiquei também afastada do trabalho.”

Mas, após esse período, nada mais importa: “Estar viva foi minha maior vitória na vida e hoje é como se eu estivesse correndo meu primeiro rali.”

Rainha Tricolor

Além de advogada, Helena também ficou conhecida como rainha de bateria da escola de samba Tricolor Independente por cinco anos. Mas, apesar de ainda amar o carnaval e ter a reciprocidade da escola, este é um capítulo que faz parte do seu passado.

“O carnaval hoje não faz mais parte da minha vida. Me dediquei aos estudos, ao meu trabalho e meu retorno às pistas, e ter passado o que passei, aprendi que precisava desacelerar um pouco, assumir outros projetos para não passar mais nenhum aperto. Aprendi que a vida é um sopro.”

“Amo advogar, amo minha profissão, que me permite viver tudo isso aqui também, sem falar que as duas situações exigem o melhor de mim. Sou desafiada a dar o meu melhor a todo instante. Nas duas tento superar meus limites e ganhar experiência. Ambas exigem o que tenho de melhor: persistência, resiliência, estratégia, agressividade ou extrema sutileza e sabedoria para saber quando usá-las. Tão diferentes e me causam a mesma sensação, aquela que me faz não desistir nunca. Isso é incrível. Uma de macacão e empoeirada e na outra calçada com meu (sapato) Christian Louboutin.”

Navegadora Claudia Grandi e piloto Helena Soares

Navegadora Claudia Grandi e piloto Helena Soares

Photo by: Cadu Rolim

Superação também no assento ao lado

A equipe feminina também contará com a navegadora Claudia Grandi, que também retorna ao rali, após drama familiar.

“A Claudia Grandi competiu comigo em outros anos, no Sertões e no Campeonato Brasileiro, ela está no rali há muito mais tempo que eu, por influência do marido, que também era navegador.”

“Estamos retornando, depois de um período de superação. Há dois anos, ela perdeu o marido, em decorrência de um infarto, e ela está voltando após um período de luto, mas estamos voltando com a corda toda.”

Batalhas encaradas, batalhas vencidas

Refletindo sobre tudo o que passou, Helena considera sua vida um sucesso, tendo criado três filhos, superando dificuldades que fariam muitas pessoas desistirem de seus sonhos. Um deles, o também piloto João Rosate, chegou à Stock Car.

“Fui mãe solteira muito jovem, com 16 anos, sempre batalhei na vida. Depois me casei e tive mais dois filhos. Me separei quando eles ainda eram crianças. Por minha influência, eles começaram a competir no kart, um com seis e outro com oito anos. Um deles seguiu carreira, chegando à Stock Car. Considero minha vida um sucesso, meus filhos entraram para o esporte também, que ensinou disciplina, me ajudou a criá-los, ainda que o pai esteja presente, mas uma separação sempre causa danos.”

Navegadora Claudia Grandi e piloto Helena Soares

Navegadora Claudia Grandi e piloto Helena Soares

Photo by: Cadu Rolim

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