Piloto de avião, Átila Abreu fala de paixão por desafios novos
Namorado da apresentadora Renata Fan, piloto da Shell Racing voa com seu monomotor para todas as provas da Stock Car
Vencedor de sete corridas na Stock Car desde 2008 e vice-campeão da temporada de 2014, o sorocabano Átila Abreu decidiu há alguns anos viver mais da adrenalina de piloto profissional fora das pistas. Mais precisamente no ar.
Namorado da apresentadora da Band Renata Fan, frequentemente ambos postam fotos em suas redes sociais viajando pelo Brasil no avião comprado por Átila após se tornar um piloto habilitado, no ano de 2013. Além disso, Abreu viaja também para todas as provas da Stock Car com seu monomotor.
Questionado pelo Motorsport.com, ele contou o que o levou a gastar seu tempo e seu dinheiro com o novo hobby. “Eu acho que é curiosidade. Tenho carteira de carro, moto, carreta, ônibus, caminhão e de barco também.”
“Acho que piloto gosta de pilotar qualquer coisa, e aviação é algo muito prazeroso. A sensação de você voar e controlar uma máquina é muito divertida, e obviamente facilita o trabalho por encurtar os caminhos. Mas é uma brincadeira muito gostosa, e você aprende muito porque a tecnologia embarcada em um avião - desde a mecânica, a parte elétrica, aerodinâmica - é o máximo. Afinal, o avião é meio de transporte mais seguro que existe.”
Mas e os pais? Presentes em muitas das corridas no trailer do piloto, Átila diz que não foi problema convencê-los a aceitar a ideia. “Não tive nenhum problema, me apoiaram muito. Tanto que no começo meu pai até começou a tirar a carteira comigo, mas depois ele desistiu por outros motivos. Mas ele também gosta bastante, me incentiva. Sempre tive apoio.”
O “perrengue”
Perguntado se já passou por alguma situação difícil no ar, o piloto da Shell Racing relembrou a tensão pela qual passou indo para a etapa de Campo Grande, no Mato Grosso do Sul, no último ano.
“Nunca entrei em nenhuma situação muito complicada, mas já tive situação que precisei trabalhar um pouco mais. Que não foi aquela viagem tranquila de só curtir a paisagem”, contou.
“No ano passado, ir para Campo Grande foi uma experiência ‘diferenciada’, porque era um voo longo e estava em quatro pessoas no avião. Então para decolar dentro do limite de peso, tive de sair com um pouco menos de combustível. Era uma viagem de duas horas e vinte aproximadamente.”
“Pegamos um vento muito forte contra e um pouco de chuva, e acabei fazendo a viagem em três horas e quarenta. Em Campo Grande estava ventando muito de través (vento lateral, que atravessa a aeronave), e o avião tem um limite de vento de través, que é de 20 a 25 nós. Estava por volta de 35 nós, e todas as pistas da região tinham a mesma direção de pouso. Fiquei procurando e não tinha nenhuma pista que eu pudesse alternar, que o vento fosse diferente.”
No drama, Átila passou a refletir: “Automaticamente decolei com menos combustível, e a minha reserva normal se foi no vento contra. Pensei: ‘para onde que eu vou se eu não conseguir pousar em Campo Grande?’ A minha alternativa era Londrina. Era longe, e eu chegaria meio no limite, até porque as outras cidades próximas também tinham um vento de través meio alto.”
“Mas deu tudo certo. Pousei em Campo Grande porque o vento parou um pouco na hora de pousar.”
Segundo o piloto, é preciso estar preparado já que os problemas com o clima são recorrentes. “Já tive viagens depois de corrida que decolei e tive que pousar no meio do caminho e dormir por conta de mau tempo. No Velopark neste ano mesmo eu não consegui decolar porque choveu muito à noite. Aí só fui no dia seguinte para casa.”
O que fazer para ser piloto?
O ritmo de aprendizagem de Átila foi acima do normal. Com 16 horas das 40 regulamentares de voo, seu instrutor já recomendou que fizesse um voo solo. Foi um sucesso, e o piloto relembrou de maneira bem-humorada o modo como correu para fugir do banho de óleo, praxe entre novatos que conseguem concluir a tarefa com êxito.
Ele explica que tirar a habilitação demanda tempo e dinheiro. “Se você se interessa por pilotar um avião, precisa primeiro fazer as provas teóricas da ANAC (Agência Nacional de Aviação Civil), que envolvem meteorologia, aerodinâmica, mecânica e elétrica.”
“São cerca de 40 horas de voo depois das provas, e tem um período que você pode voar e estudar ao mesmo tempo. Então, basicamente são essas duas coisas, mais todo o custo de voar: Tirar a carteira, locar o avião e etc.”
“Comprar o avião é difícil, porque você pode comprar desde um monomotor simples, até um jato de grande porte, então temos valores altos aí. Mas você tirar uma carteira, dependendo do avião que você usar, você vai gastar por volta de R$ 30 mil. Isso a carteira básica. Depois, se você quiser seguir carreira, tem a carteira de piloto de voo por instrumento, depois a comercial. E tudo isso é hora de voo, e quanto mais horas de voo você precisar ter, mais cara fica a brincadeira.”
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