Análise técnica: a Mercedes pode se manter no topo em 2017?
Admitir as próprias fraquezas é o primeiro passo para enfrentá-las. Com mudanças significativas de desempenho esperadas em muitas equipes em 2017, parece que a Mercedes está interessada em resolver seus possíveis problemas
Análise técnica de Giorgio Piola
Análise técnica de Giorgio Piola
Nas últimas três temporadas, a Mercedes subiu o nível de performance a um ponto em que as outras equipes não conseguiram desafiá-la.
Muitas das eras vitoriosas de equipes chegaram ao fim quando mudanças drásticas nos regulamentos técnicos aconteceram, dando lugar a outros domínios.
A Mercedes estará a prova a partir do próximo ano, dependendo de como o time interpretará as novas regras impostas. O que não pode ser negado é que sua infraestrutura e a forma de como a equipe exerce sua proeza técnica é igualada por poucos.
A equipe tem feito bom trabalho para tentar segurar a maior parte de seu staff antes de 2017 e enquanto aqueles que se mudaram podem fornecer dados aos rivais, o mesmo pode acontecer para qualquer pessoa que Mercedes contrate.
Mudando o desenvolvimento de um carro para outro diferente também é um fator chave para impulsionar o desempenho sob um novo conjunto de regulamentos, mas com um pool de pessoal significativo, talvez o maior no grid, a Mercedes deve ser capaz de lidar melhor do que a maioria.
É a relação harmoniosa entre chassi e outros departamentos do powertrain que brilhou como um dos aspectos mais significativos de seu sucesso desde 2014 e não é de admirar, dada a forma como entrelaçados os dois estão.
Se alguém deveria ter se beneficiado dessa escola de pensamento, deveria ter sido a Ferrari, mas os problemas da escuderia italiana foram exacerbados pela sua incapacidade de se adaptar às mudanças.
Enquanto isso, uma relação frágil entre Red Bull e Renault está agora em recuperação e o investimento recente de ambos os lados podem desafiar a Mercedes na próxima temporada.
A ameaça do aumento da concorrência coloca a Mercedes em uma posição em que ela sabe que precisa estar com seu carro certo, mas melhorar as áreas frágeis que foram expostas no passado.
Como tal, a fabricante criou grupos de trabalho técnicos separados que pesquisam e desenvolvem métodos para erradicar ou melhorar essas questões.
Um desses grupos está focado em melhorar o desempenho dos freios, que é de particular interesse na próxima temporada, porque o peso mínimo do carro será aumentando em 20 quilos e haverá mais massa rotacional para lidar, com o aumento da largura do pneus.
Os regulamentos dão algum espaço de trabalho, com a largura máxima do disco de freio aumentando de 28mm para 32mm. No entanto, isso simplesmente acrescenta mais massa rotacional na equação, algo que as equipes podem estar procurando maneiras de reduzir.
Isso nos leva a uma solução que a Mercedes testou em Monza, Austin e no México.
Devemos também ter em mente a natureza em que este arranjo foi testado, como embora tenhamos descoberto que a Mercedes também está testando o seu desenvolvimento da asa dianteira "open-ended", talvez como a equipe fez no ano passado, quando testou um novo elemento de suspensão hidráulica em combinação com o duto 'S'.
Montado em proximidade com o disco de freio, encontramos um par de calços [1] de um material similar, se não o mesmo, do disco de freio. Cada um destes calços estão em torno de 6 a 8mm de largura e funcionam da mesma forma que um disco de freio faz para liberar calor.
Ao contrário do disco de freio, estes calços são estáticos e só ocupam a metade frontal do conjunto de freio, com a pinça montada na parte traseira.
Para montar o calço externo ao lado do disco de freio, a equipe foi forçada a criar uma nova caixa concêntrica, como ficou óbvio quando comparamos a especificação regular [Race] com a nova [Test] acima.
Esse metal é usado como ponte entre cada espaço [imagem superior, 2] de modo que não atrapalhe o fluxo de ar. Os calços também são alimentados com ar fresco por meio dos novos dutos instalados.
Sabemos muito bem o quanto as equipes concentram seus esforços ao usar o calor gerado pelos freios e controlá-los. Com a largura do pneu aumentada em 2017, o alargamento da banda que o disco de freio ocupa deve resultar em uma melhor relação térmica com o aro da roda e, por sua vez, o pneu.
A Mercedes também está considerando o impacto do peso também, quando pode se permitir que a equipe tenha um disco de freio mais estreito do que o máximo de 32mm que será permitido, reduzindo sua rotação.
Por agora, devemos esperar e ver se esta solução fará o caminho do W08 como carro campeão. Se isso acontecer, será interessante ver quem seguirá os passos da Mercedes.
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