Análise técnica: acidente escondeu potencial da Mercedes
A colisão entre Nico Rosberg e Lewis Hamilton durante o GP da Espanha resultou em uma corrida sem pontos para Mercedes, mas também significou que ninguém viu o real potencial de uma série de novas peças trazidas para o carro.
Análise técnica de Giorgio Piola
Análise técnica de Giorgio Piola
Embora a corrida não tenha ido como o previsto, os sinais estavam lá, no extenso pacote de revisões do W07, que a Mercedes pode ter dado mais um passo à frente com seu conjunto.
Asa dianteira
A asa dianteira que não foi utilizada em Sochi foi imediatamente colocada nos carros para os treinos livres, aproveitando as alterações feitas pelo departamento de aerodinâmica na fábrica em Brackley.
A placa lateral foi redesenhada de modo a alterar o modo como o fluxo de ar se move ao longo da face frontal do pneu e, em seguida, em torno dele. Este projeto visa melhorar não só o desempenho direto, mas também ajudar a gerenciar a performance do pneu.
Os espaços colocados na placa lateral da asa (em amarelo) se correlacionam com a posição do outro apêndice por dentro (destacado em vermelho), sugerindo que trabalham em conjunto para melhorar o desempenho.
Bico
O formato do bico do W07 também foi alterado para o GP da Espanha, com a ponta mais destacada do que a asa antecessora.
Isso irá, sem dúvida, ter um impacto sobre o fluxo de ar, mudando sua interação com a seção do plano principal da asa dianteira, além do próprio bico e chassi. Isso talvez melhore o desempenho do duto "S" também.
Palhetas giratórias
As palhetas já foram revistas para o GP da Espanha, com as ranhuras sendo aumentadas em seus comprimentos. O segundo e o terceiro elementos são agora equipados com uma ranhura extra.
Essas alterações são feitas tendo em conta os ajustes mais à frente no carro, e vão ajudar a influência do pacote chegar à parte traseira do carro também. Haverá um controle contínuo sobre o vórtice Y250 derramado na asa dianteira.
Duto de freio
Cinco corridas e a Mercedes tem a sua quinta mudança no duto de freio, removendo a entrada triangular que foi adicionada duas corridas atrás. Além disso, a entrada foi movida para frente novamente, mas coberta desta vez horizontalmente, ao contrário do desenho de grades utilizado nas primeiras provas.
Nico Rosberg teve um problema na Austrália nesta área, quando um pedaço de borracha ficou preso na grade e causou um superaquecimento, o fazendo quase abandonar a corrida.
A sensação nos freios é de particular importância para os pilotos, e a Mercedes tenta se certificar de que seus pilotos estão confortáveis com as suas. Como podemos ver na imagem acima, a tubagem que fica em torno da frente do W07 é utilizada para proporcionar o melhor acerto dos freios.
Truques de suspensão
A Mercedes lidera o grid em termos de controle de suspensão dinâmica já há algum tempo, com seu sistema FRIC hidráulico, talvez mais avançado que o que foi proibido em 2014.
Enquanto a suspensão não pode mais conectar sistemas frontais e traseiros, o time ainda se foca na utilização de sistemas de sub-hidráulicos para maximizar o desempenho dos carros.
Sabemos há algum tempo que a Mercedes tem utilizado um elemento hidráulico (ver acima), pois fica montado no chassi claramente e é comprovadamente diferente dos sistemas de mola utilizados pelos outros times.
No entanto, o que veio à luz na Espanha é o uso de barras estabilizadoras hidráulicas também (seta). Elas estavam previamente escondidas fora do campo de visão, envolvidas na proteção de carbono usada nos cilindros de freio.
Cada elemento hidráulico tem uma pequena protuberância na carcaça (tampa vermelha) que permite que os engenheiros possam ajustar a configuração com o que pede cada piloto.
Para aqueles que observam o comportamento dinâmico dos carros nas curvas, é possível sem dúvidas notar como o W07 parece ser muito suave quando freia para curvas acentuadas, mas ainda reage rigidamente. Esta característica não só permite que os pilotos façam linhas mais agressivas, mas também ajuda com a tração e o desempenho do pneu.
A utilização desta configuração hidráulica visa recuperar o tipo de vantagem que o time tinha com o sistema FRIC anterior.
Sidepods
Barcelona é um marco para as equipes. Como é a primeira corrida europeia, é mais fácil enviar atualizações de escala completa.
Isso fornece às equipes um alvo para se trabalhar e lhes permite algum tempo para respirar e entender como operar o carro sem correr em muitas atualizações.
Na Espanha, os sidepods foram alterados no corte inferior, melhorando assim o fluxo em torno do carro e aproveitando o novo desenho do bico.
Monkey Seat
Na parte traseira do carro, um novo Monkey Seat foi utilizado quando comparado com sua especificação normal. O novo tem uma ranhura adicional (seta).
O Monkey Seat é utilizado para ajudar na coluna de escape do fluxo de ar para estabilizar o carro. A ranhura adicional muda o ponto em que o fluxo de ar trabalha com a asa traseira, que também tinha um maior ângulo de ataque na Espanha.
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