Análise técnica: como times aproveitaram ideia da Toro Rosso
Tendências são parte importante do ciclo de desenvolvimento aerodinâmico dentro da Fórmula 1 e indicam o quanto o conceito inicial é bom
Análise técnica de Giorgio Piola
Análise técnica de Giorgio Piola
A Toro Rosso lançou, no início da temporada 2016, o conceito de pequenas aberturas nas extremidades superiores das laterais da asa traseira. O time de Faenza possui um orçamento relativamente saudável se comparado aos demais no meio do pelotão, mas nada que o permita disputar as primeiras posições em condições normais.
No entanto, a equipe frequentemente é vista pensando 'fora da caixa', algo que o time técnico de James Key tem feito com frequência nos últimos ano, com tais ideias sendo aproveitadas por outras equipes - à frente e atrás no grid.
As aberturas nas laterais superiores da asa traseira foram utilizadas tanto na versão para alta pressão aerodinâmica (imagem principal acima) quanto na versão de baixa pressão (detalhe à esquerda).
O conceito foi até utilizado no monkey seat do STR11 (detalhe à direita), com as aberturas ajudando a dispersar o fluxo de ar para as laterais, aperfeiçoando a eficiência como um todo e moldando o ar que sai do escapamento.
Equipes como a Sauber, Mercedes e agora a McLaren acompanharam a tendência e desenvolveram as próprias versões do conceito inicialmente apresentado pela Toro Rosso.
Além disso, a ideia poderá ser aproveitada na próxima temporada, quando o regulamento técnico prevê asas traseiras mais largas - o que significa que não foi uma perda de tempo pensar e desenvolver a ideia. Outra vantagem é que estes times já têm uma noção do que o conceito apresenta em termos de desempenho, alo que as rivais ainda não sabem.
Tendo levado mais tempo estudando o conceito, a McLaren levou a ideia a um novo nível, sendo mais agressiva no design do que as rivais, estendendo completamente as aberturas até a base e o flap superior da asa traseira, buscando reduzir o arrasto gerado pelo aumento de dowforce na configuração de mais pressão aerodinâmica.
Para ter tal comprimento nas aberturas, a equipe instalou pequenos suportes um pouco atrás das pontas. Outro detalhe implementado pela McLaren foi o modo como o suporte inferior se separa da lateral, com a parte de baixo apresentando uma curvatura na separação.
A Mercedes foi mais além no conceito, testando-o em uma asa dianteira experimentada no GP da Malásia, pensando em uma possível implementação da ideia no restante de 2016 e em 2017, como explicado aqui.
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