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Assim como Monisha, mulheres vão aos poucos fazendo parte da F-1

TotalRace conversou com a brasileira Viviane Monteiro e a espanhola Silvia Bellot, que têm cargos importantes na FIA

Viviane Monteiro e sua filha em Interlagos

No ano passado a indiana Monisha Kalternborn assumiu a chefia da Sauber, tornando-se a primeira mulher a ocupar tal cargo na história da F-1. Mas ela não é a única do sexo feminino a fazer uma função que antes era ocupada apenas por homens dentro da categoria. O TotalRace conversou com outras duas mulheres que estão entrando aos poucos neste ambiente que sempre se notabilizou por ser predominantemente masculino. A espanhola Silvia Bellot, que com apenas 25 anos virou uma das comissárias permanentes da FIA e a brasileira Viviane Eleonora Wolf Monteiro, que acabou de ser eleita para o primeiro Comitê de Ética da entidade, que foi criado este ano.

Silvia conversou com o TotalRace em Interlagos, durante o GP do Brasil. Filha de um entusiasta do automobilismo espanhol, ela foi incentivada a entrar para os bastidores do esporte desde cedo e com 16 anos já atuava na confederação de seu país. Seu pai é José María Bellot, chefe dos comissários da FIA para Ralis e foi ele quem encaminhou Silvia para o automobilismo, enquanto ela cursava biologia. Primeiro ela foi comissária licenciada de estrada e mais tarde, aos 18 anos, passou a atuar nas provas de GT, GP2, GP3 e na F-3 Espanhola. Pouco depois se tornou chefe dos comissários nestas categorias e, em 2011, atuou pela primeira na F1, durante o GP da Espanha. Em seguida foi designada como comissária permanente na F1, indo, portanto, a todos os GPs.Silvia Bellot em reunião dos comissários

“Eu sempre gostei de corridas e meu pai me apoiou bastante, já que trabalhava nesta área. Também tive o apoio dos meus colegas da Federação Espanhola e por isso estou aqui”, explicou Silvia. Ela conta que no começo foi difícil atuar no meio de tantos homens, mas depois se acostumou. “No começo houve um estranhamento das duas partes, são muitas viagens, reuniões e eu era a única mulher. Mas todos me trataram muito bem, então, com o tempo fomos nos acostumando.”

Como comissária, Silvia julga as atitudes das equipes e dos pilotos na pista e impõe as punições, se for o caso. Segundo ela, existe uma certa diferença entre mulheres e homens na hora do julgamento, mas nada que atrapalhe o entendimento. “Por ser mulher e mais jovem, no começo havia um certo choque, mas depois de trabalhar por tanto tempo com homens, acabei também me adaptando e pensando da maneira mais fria possível”, confidenciou.

Ela garante que não viu nenhuma mudança drástica em relação às punições desde que começou na F1 e também jura que não vê seu compatriota Fernando Alonso de forma diferente dos outros pilotos. “Quanto ao Alonso, não nada. Cada piloto para mim é apenas um número, nada mais. Já em relação às regras, embora haja algumas mudanças no regulamento, a filosofia permanece a mesma desde os tempos em que eu atuava na GP2, então não há nenhuma dificuldade”, declarou.

Uma brasileira na FIA
Elas provavelmente não entrarão em contato, mas a partir de 2013, a atuação de Silvia e de seus colegas estará sendo vigiada pela brasileira Viviane Eleonora Wolf Monteiro. A advogada, que atua no Tribunal Desportivo da CBA há mais de 20 anos, foi eleita para o novo Comitê de Ética que foi criado este ano pela FIA. A escolha dos cinco nomes que compõe o comitê foi realizada no final de 2012, na Turquia e Viviane foi a mais votada.

“Assim que a FIA comunicou que faria o comitê e abriu as candidaturas, a CBA me indicou e fiquei muito feliz de ter sido escolhida. A gente ainda vai se reunir agora em janeiro para saber exatamente o que fazer, mas tudo indica que será mais ou menos a mesma coisa que já exerço na CBA durante todos estes anos, ou seja, verificar sempre o cumprimento correto do regulamento, seja por equipes, pilotos ou até mesmo pelos comissários, que de repente podem deixar algo passar despercebido”, afirmou a brasileira.

Viviane, que sempre acompanha a categoria pela TV e normalmente vai aos GPs do Brasil como espectadora, vê com otimismo a criação do comitê pela FIA. “É sempre importante falar de ética, porque a nossa sociedade está precisando e o desporto funciona com um exemplo para todos. E, na condição de mulher, fico feliz em ver que nós estamos sendo cada vez mais valorizadas lá fora. No Brasil, mesmo tendo uma mulher na presidência da República e também na Petrobrás, não vejo tanta valorização assim”, comparou Viviane, que não descarta seguir os passos de Monisha, que também começou na F1 atuando como advogada. “Quem sabe? Seria um sonho. É o ideal trabalhar com o que se gosta, mas acho muito difícil, pois para isso teria de haver um investimento do Brasil, mas por enquanto não estamos vendo isso, ao contrário do que ocorreu na Índia”, argumentou.   
 

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