Com pé atrás, Barrichello diz que F1 com cockpit coberto é incógnita
Ex-pilotos de Fórmula 1, Rubinho, Ricardo Zonta e Luciano Burti dão suas opiniões quanto a tema polêmico da segurança
A morte de Jules Bianchi no último mês reacendeu a discussão da segurança na Fórmula 1. Dentro dela, os cockpits fechados entraram em voga, principalmente após o acidente de Felipe Massa na Hungria em 2009 – quando o piloto foi atingido por uma mola – e de Bianchi, que atingiu um veículo de resgate a quase 200 km/h.
Será que um cockpit fechado ajudaria o francês a sobreviver? A probabilidade existiria, mas é difícil afirmar com certeza. No entanto, para minimizar a possibilidade de uma fatalidade, valeria a pena investir nisso?
Rubens Barrichello, recordista de participações na Fórmula 1, acredita que só estudos aprofundados possam dizer se o fato deve realmente ser considerado. “Só a ciência que vai mostrar o que é certo e o que é errado. A Fórmula 1 sempre foi com cockpit aberto e sempre vai ter gente falando que é legal e gente falando que é ruim”, disse ao Motorsport.com.
“Na realidade o automobilismo nunca vai ser seguro. Mas se tiver um trator no meio da pista, pode ter algo totalmente fechado ou o que for - a chance de machucar é muito grande. Batendo onde é para bater, com os autódromos modernos, há muita segurança. Mas nunca vai ser seguro o suficiente. Mas quem vai provar são as pesquisas e a ciência.”
Já Zonta, que competiu na categoria entre 1999 e 2005, acha válida a tentativa de melhorar a segurança. “Acho que o negócio legal, o segredo e o charme da Fórmula 1 é ver os capacetes dos pilotos ali aparecendo”, contou ao Motorsport.com.
“É a identificação da categoria, os carros abertos. Mas, é claro, a segurança é o mais importante para o esporte. Se for realmente melhorar neste sentido, é algo a se pensar. Temos os carros de Le Mans, que têm aquela capota em cima do capacete. Para melhorar a segurança, pode talvez ser o caminho.”
Apesar de ter sofrido um forte acidente no GP da Bélgica de 2001, no qual um cockpit coberto poderia ter lhe ajudado, Luciano Burti é contra cockpits fechados. “Eu acho esquisito para a Fórmula 1. Eu sei que sempre tem a segurança, alguém pode sofrer um acidente. Isso acaba tirando de qualquer um a razão de ser contra”.
“Óbvio que estou preocupado com a segurança. Nunca seria contra algo que trouxesse mais segurança. Mas, ao mesmo tempo, a F1 tem de ter um DNA. O conceito de monoposto é o piloto estar exposto, algo diferente de um carro de turismo como temos na Stock Car.”
“Se você muda isso, vai prejudicar muito o que é a Fórmula 1. É um contato até do público, que vê o piloto ali guiando. Então, não sou muito à favor de ter essa proteção. E eu falo isso mesmo tendo sofrido um acidente deste tipo. É um pouco delicado dar opinião neste caso. De repente um cockpit fechado poderia ter salvado a vida dele, poderia. Então se perde toda a razão de ser contrário a isso. Mas, esquecendo de alguns fatos que já ocorreram, pensando só do que eu acho do esporte e do espetáculo em si, F1 é F1. O Fórmula é até chamado de 'Open Wheel', e por conta disso deveria continuar sendo como é."
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