Corrida sprint em risco: prova classificatória da F1 enfrenta impasse com Mercedes, Red Bull e Ferrari
Novo formato de qualificação é motivo de discussão entre as equipes por conta do teto orçamentário e pode até ser cancelado em 2022
Os chefes da Fórmula 1 pressionam por apenas três corridas sprint em 2022, em meio à disputa em andamento sobre o teto orçamentário que pode até fazer com que elas sejam canceladas. Após um teste bem-sucedido do novo formato de classificação no ano passado, a Liberty Media, proprietária da categoria, planejava expandir a oferta e realizá-lo em seis GPs em 2022.
Estes foram programados para a abertura da temporada, no Bahrein, depois em Ímola, Canadá, Áustria, Holanda e Brasil. No entanto, as discussões atingiram um obstáculo durante a intertemporada devido à resistência das principais quanto ao lado financeiro.
A F1 havia oferecido um pacote de compensação para as corridas sprint extras, que seria um subsídio direto de US$ 500000 (cerca de R$ 2,65 milhões) para os primeiros cinco eventos e, em seguida, um extra de US$ 150000 (mais ou menos R$ 785 mil) para cada evento além disso.
Seguindo o plano original de seis provas, isso significava efetivamente US$ 2,65 milhões (R$ 14,06 milhões) adicionais para cada escuderia.
No entanto, ao contrário de 2021, não haveria subsídio extra no teto orçamentário para danos causados por acidentes, pois as evidências do ano passado mostraram que não era realmente necessário.
Enquanto a maioria das equipes estava feliz com a oferta da Liberty, os grandes gastadores da F1 foram contra a proposta e queriam que o limite de custo fosse aumentado para cobrir todos os custos da corrida sprint.
Uma delas, que não foi revelada qual, fez um esforço para que o teto fosse aumentado em até US$ 5 milhões (R$ 31,83 milhões), o que gerou críticas do CEO da McLaren, Zak Brown.
Ele disse recentemente: "Um time em particular queria um aumento no limite de orçamento de US$ 5 milhões, o que era simplesmente ridículo e não tinha fatos racionais por trás disso".
Lewis Hamilton, Mercedes F1 W11, Carlos Sainz Jr., McLaren MCL35, Valtteri Bottas, Mercedes F1 W11, Lando Norris, McLaren MCL35, and Sergio Perez, Racing Point RP20, at the start
Photo by: Steven Tee / Motorsport Images
A ideia de levantar o limite de custos tem apoio apenas dos três principais times da F1 - Mercedes, Red Bull e Ferrari - o que deixou as negociações em um impasse porque uma mudança de regra na corrida sprint precisa da aprovação de pelo menos oito equipes.
Antes da reunião de 14 de fevereiro da comissão da categoria, a Liberty apresentou um pacote de compromisso que reduziria a ideia de ter seis eventos para no máximo três.
Entende-se que a empresa, a FIA e a maioria das equipes não apoiarão nenhuma proposta de levantamento do teto, o que faz com o que o destino da prova de classificação agora dependa de encontrar um acordo na próxima semana.
Embora a F1 permaneça ansiosa a longo prazo para que haja até seis corridas sprint, ela aceita que, com as escuderias enfrentando dificuldades para se familiarizar com os novos carros em 2022, um número intermediário de três ainda seria bom para os fãs que gostaram do formato.
No entanto, sem o apoio das três ponteiras, ainda há uma chance de que a categoria tenha que abandonar completamente a prova.
A princípio, ainda não foi tomada nenhuma decisão sobre onde as três corridas sprint ocorreriam caso o plano receba luz verde.
De acordo com documentos divulgados às equipes no ano passado, a F1 estimou que a adição de seis eventos em 2022 elevaria as receitas do esporte em cerca de US$ 10 milhões (R$ 53,06 milhões) graças a oportunidades comerciais e de transmissão, sendo isso compartilhado com os times.
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